quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Guerra é guerra


Quem conhece de perto o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) sabe o quanto ele é vingativo quando está em jogo voto e reduto eleitoral.


Por isso, os mais chegados ao senador não se surpreenderam nem um pouco com o escândalo provocado pelas denúncias dos shows fantasmas e notas fiscais de produtoras superfaturadas, que terminaram por derrubar do governo Eduardo Campos o ex-secretário de Turismo Silvio Costa Filho.


Creditam tudo ao tucano que teria atirado mortalmente no secretário de Turismo para atingir o pai dele, deputado Sílvio Costa (PTB), por pura vingança. E deu no que deu.


No Palácio do Campo das Princesas, por exemplo, até os pombos que circulam por lá sabem que essa história toda começou há uns dez dias, quando Sílvio Costa e Sérgio Guerra quase chegam às vias de fato no restaurante Bargaço (Pina), numa discussão envolvendo votos, municípios, espaço político.


Quem assistiu à briga dos dois conta que Silvio deu uns gritos em Sérgio dizendo que ele não tinha voto para se reeleger senador, que já tinha perdido apoio de alguns prefeitos, que ele devia mesmo era se conformar e disputar uma vaga na Câmara Federal e blá,blá,blá.


Tudo isso aos berros, naturalmente. Naquele estilo temperamental do deputado que costuma falar alto dizendo o que pensa sem analisar as consequências, o que quase sempre resulta em vexame. E no calor da discussão esqueceu que o senador é especialista em agir com a maior frieza do mundo para se vingar do adversário.


Deu um tiro certeiro no filho e atingiu o pai, como queria. Foi só autorizar a divulgação das notas superfaturadas e dos shows fantasmas e o mundo de Sílvio Costa Filho desabou. E bem depressa, porque o PSDB de Sérgio Guerra há tempo guardava na manga as peças que podiam se juntar e levar o secretário ao desespero. E assim foi feito. (Dirvane Carvalho)

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