sexta-feira, 19 de junho de 2009

Joaquim mais longe do DEM e próximo do PSB


Aos 61 anos, ex-governador diz estar fazendo “uma sondagem” para saber onde melhor cabe o seu projeto. Nos bastidores, informações são que ele já estaria de malas prontas para ingressar no PSB.



Personagem principal de uma novela que se arrasta a meses, o ex-governador, ex-prefeito e ex-deputado federal Joaquim Francisco está a um passo de dar uma guinada na carreira política. Aos 61 anos, ele se prepara para fazer a segunda mudança de partido em mais de quatro décadas de vida política. Joaquim não confirma, mas também não nega que esteja deixando o DEM, de Mendonça Filho, Marco Maciel, Roberto Magalhães e companhia e abraçando o PSB, do governador Eduardo Campos. Ao JC, ontem, Joaquim reafirmou que “não descarta” a troca e sustentou que está fazendo “uma sondagem” para decidir onde melhor cabe o seu projeto de “continuar servindo a Pernambuco”. Leia-se: escolher o partido que assegure seu retorno à Câmara dos Deputados. Com mais de 75 mil votos, na eleição de 2006, Joaquim deu adeus a Brasília por causa do coeficiente eleitoral.


Apesar das investidas do presidente do PR, deputado Inocêncio Oliveira, na tentativa de atrair Joaquim para seu partido, informações de bastidores dão contam de que o ex-governador já teria a ficha de filiação do PSB debaixo do braço. “As negociações estão bem avançadas”, disse, ontem, uma fonte. Joaquim admitiu que tem conversado com “pessoas ligadas ao governador Eduardo”. Há dez dias, recordou, ele falou com o presidente estadual do PSB, o vice-prefeito Milton Coelho. “Sondagens existem, mas não fechei nada”, despistou. Sobre a mudança principal que a travessia de palanques enseja, caso se confirme, Joaquim diz não se ver preso. “Claro que tenho que caminhar na mesma direção dos meus pensamentos, mas não tenho amarração que me impeça de uma mobilidade partidária de jeito nenhum!”



Experiente, usa bem o tempo. “Eu não tenho a pressa que aniquila os olhos. Vou tirar a sexta-feira toda (hoje) para me atualizar”, disse, soltando uma risada. Pesa na decisão dele, um partido que lhe assegure, por exemplo, recursos para bancar sua campanha. “Eu gasto. Faço campanha com muitas despesas.” Ele também avalia como os partidos vão se coligar na montagem das chapas proporcionais e, sobretudo, aguarda os desdobramentos da votação da minirreforma, que prevê a “janela da infidelidade” para a troca partidária sem prejuízo.
Embora afirme não haver “sequelas” do passado, Joaquim guarda uma mágoa do antigo PFL, pois, segundo ele mesmo já desabafou, não teria encontrado apoio dos principais caciques pefelistas para reeleger-se em 2006.


A primeira mudança partidária do ex-deputado ocorreu em 2004, quando ele rompeu com a União por Pernambuco, comandada por Jarbas Vasconcelos (PMDB), e tentou viabilizar a 3ª via, lançando-se candidato a prefeito do Recife pelo PTB. Largou na frente nas pesquisas, com 34% das intenções de votos, mas terminou com 9%. O então prefeito João Paulo (PT) foi reeleito no primeiro turno. (JC - 19/06/2009)

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