A filiação de Joaquim Francisco ao PSB pode se constituir novidade para os desavisados. Para quem conhece um pouco os bastidores dos liberais-reformistas de Pernambuco, sabe que desde o governo Sarney, Joaquim passou a ser o patinho feito no seu grupamento ideológico. Ao se demitir do Ministério do Interior, na década de 80, o ex-PFL ficou irritado pela perda de espaço. Mais irritado ainda com sua famosa frase - "transição não é transação" - numa alusão indireta ao fisiologismo que persiste no país.
Escanteado há muito tempo por aliados históricos, o ex-governador, em 2006, apesar de ter obtido 76 mil votos, não se elegeu deputado federal. A derrota o magoou muito. Há um outro fator que facilita e muito, a migração do ex-prefeito para o PSB: seu pai, José Francisco, foi conterrâneo e amigo de Miguel Arraes (foram colegas na Assembleia Legislativa, nos anos 50).
Na sucessão recifense de 1988, vencida por JF, indagado sobre a derrota, Arraes respondeu, rápido: "Esse menino de José Francisco é muito sabido. Mostrou só suas virtudes por isto ganhou". Sabido no linguajar arraesista é um elogio explícito. Agora, ex-menino Joaquim se alia com o governador-menino Eduardo Campos. (Zadock Castelo Branco)
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