quinta-feira, 7 de maio de 2009

Primeiras reações contra a lista fechada

Está sendo mais forte do que se esperava a reação de parlamentares de todos os partidos contra a implantação da lista fechada para a eleição de vereadores, deputados estaduais e deputados federais. Por esse novo sistema ora em discussão no Congresso Nacional, o eleitor não votaria mais no candidato e sim numa lista previamente elaborada pela direção dos partidos políticos.
Esse tema voltou à discussão na manhã desta quarta-feira quando o deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), membro de uma comissão da Câmara designada pelo presidente Michel Temer (PMDB-SP) para analisar a reforma política, o colocou para debate numa audiência pública realizada no Congresso.
Só para efeito de ilustração, veja o que ocorreria com o DEM de Pernambuco se o sistema da lista fechada estivesse em vigor. Os atuais deputados Roberto Magalhães, José Mendonça e André de Paula, por serem detentores de mandato, iriam reivindicar naturalmente a primeira, segunda e terceira colocações, o que seria mais do que justo.
Como José Mendonça não se candidatará à reeleição e sim o seu genro, Augusto Coutinho, iria se instalar dentro do partido a seguinte discussão: Coutinho, que é deputado estadual e faz excelente trabalho com líder da oposição, ocuparia na lista o lugar do sogro?
Mais: Mendonça Filho e Joaquim Francisco iriam para a quarta e quinta posições, respectivamente? Ou por terem sido governadores teriam precedência sobre André de Paula e Augusto Coutinho?
Além de todas essas discussões, em que colocação figurariam nessa lista dois fortes candidatos com base eleitoral no interior: Guilherme Coelho (Petrolina) e Tony Gel (Caruaru)? Na sexta e na sétima? Por essa razão e outras mais, convém acreditar que o sistema das listas dificilmente será aprovado pelo nosso Congresso porque não é da nossa tradição política e a maioria do povo brasileiro não concorda com ele.
( Inaldo Sampaio)

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