segunda-feira, 6 de maio de 2019

Arboviroses: SES entrega celulares a agentes de endemias do Sertão

A partir deste ano, os agentes de endemias dos municípios pernambucanos, responsáveis pelas visitas domiciliares para detecção, tratamento e eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti, ganham um novo aliado para a rotina de trabalho. Trata-se do aplicativo e-visit@PE, desenvolvido e cedido a Secretaria Estadual de Pernambuco (SES-PE) pela Secretaria Estadual do Mato Grosso do Sul. A tecnologia permitirá o envio das informações das visitas em tempo real, agilizando e otimizando a consolidação dos dados e a tomada de decisões pelos gestores municipais e estadual.

Nesta terça-feira (07.05), às 8h, no Hotel Imperador, em Salgueiro, a secretária executiva de Vigilância em Saúde da SES, Luciana Albuquerque, fará a entrega dos celulares com acesso ao aplicativo para os agentes dos sete municípios da VII Gerência Regional de Saúde (Geres), região com o maior percentual de aumento nas notificações de dengue e chikungunya e zika este ano. Ao todo, serão 83 aparelhos, todos com acesso à internet. No final de abril, seis municípios do Agreste (Pesqueira, Sanharó, Alagoinha, Ibirajuba, Poção e Jurema) também foram contemplados, com 65 celulares. A expectativa é, até o final do ano, todos os municípios pernambucanos já estejam utilizando a tecnologia. Por ano, mais de R$ 1,8 milhão serão investidos para manutenção desse trabalho.

No ambiente on-line, os agentes têm as informações de toda a sua área de atuação e poderão informar as casas visitadas e quais recusaram ou estavam fechadas; os focos positivos para o Aedes, quantos foram tratados e se houve a necessidade de usar larvicida; se há pessoas com suspeita de alguma das arboviroses no domicílio, entre outros dados. 

“O relatório que era feito de forma manual agora estará integralmente no ambiente on-line, com a possibilidade da criação de gráficos e tabelas. Agora, os agentes também poderão tirar fotos dos problemas encontrados e todos os dados poderão ser acessados em tempo real, agilizando a tomada de ações pelo município e pelo Estado. Isso será essencial para evitar a proliferação do mosquito e o adoecimento da população”, afirma a gerente do Programa Estadual de Controle das Arboviroses da SES, Claudenice Pontes.

“Em 2019, vamos investir em torno de R$ 8 milhões nas ações contra o Aedes aegypti, dobrando o valor utilizado em 2019. Além do aplicativo, estamos focando na capacitação dos agentes de endemias e gestores municipais e também na atualização dos profissionais de saúde que atuam no atendimento à população. Precisamos, ainda, sensibilizar a população em geral para que todos fiquem atentos para descartar os possíveis focos do mosquito, evitando a sua proliferação. Juntos, podemos evitar epidemias como ocorreram em 2015 e 2016”, reforça o secretário estadual de Saúde, André Longo.

CASOS – Até 27 de abril, os sete municípios da VII Geres notificaram 1.760 suspeitas de dengue (44 no mesmo período de 2018 / + 3.900%), 182 de chukungunya (34 em 2018 / + 435%) e 39 de zika (6 em 2018 / 550%). Desde o início do ano, o Estado tem monitorado a situação, dando assessoria técnica aos gestores municipais e fazendo, nas localidades com necessidade, pulverização em UBV leve e/ou pesado, que é a aplicação de inseticida para eliminar o inseto vetor. Na VII Geres, esse trabalho de pulverização foi feito em Salgueiro e Terra Nova.

Em todo o Estado, foram notificados 10.612 casos de dengue (8.845 em 2018 / + 20%), 1.687 de chikungunya (1.245 em 2018 / + 35,5%) e 728 de zika (319 em 2018 / + 128%). “O Estado não está em epidemia, mas temos algumas localidades em situação epidêmica. Isso acontece principalmente no Sertão, que não foi tão atingido nas epidemias passadas e, por isso, tem uma população mais suscetível. Estamos realizando todas as ações necessárias para dar suporte aos municípios nesse combate e reforçamos a necessidade do apoio da população. Precisamos também relembrar as ações individuais para evitar o adoecimento, com o uso do repelente adequado e roupas, principalmente para as crianças, gestantes e idosos, públicos mais vulneráveis”, destaca Claudenice Pontes.

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