domingo, 20 de junho de 2010

Duas vítimas das sobras

O ex-governador e ex-prefeito do Recife Joaquim Francisco (PSB) e Oswaldo Coelho (PFL), apesar de bem votados em 2006 não conseguiram se reeleger. Por quê? Porque o voto proporcional, como está implícito, foi criado para favorecer os pequenos partidos ou as coligações mais fracas. Proporcionalidade, equanimidade, justeza. Como a coligação DEM-PSDB-PMDB não elegeu muita gente pelo quociente eleitoral, os nanicos foram beneficiados. À medida que um grande conquista uma vaga pelo QE, vão ficando as sobras eleitorais, resíduos que sempre beneficiam os pequenos. Daí, Joaquim que teve mais de 76 mil votos e Oswaldo, mais de 75 mil, ficaram no meio da estrada. Os grandes ocupam seus espaços, mas os pequenos também elegem seus candidatos.

Por causa do voto proporcional, foi comum muitos candidatos menos votados do que Joaquim e Oswaldo hoje estarem na Câmara. O mesmo fato ocorre com relação à Alepe. Apesar de alguns amigos criticarem, lembro como Arraes (PSB), sozinho, em l990, elegeu mais cinco. Por quê? Porque teve 349 mil votos sem fazer coligação e com esta performance teve candidato que se elegeu com menos de cinco mil votos.

É justamente por causa do QE eleitoral que nanico prefere se coligar com nanico - para a Câmara podem se inscrever na Justiça Eleitoral 75 candidatos; para a Assembleia Legislativa, 147. Os pequenos correm do chapão como o diabo corre na cruz. Se optar pelo chapão só vai ajudar os grandes; se se coliga com nanicos tem chances matemática de eleger dois federais e ou três estaduais. No chapão, os nanicos servem para engordar a lista dos eleitos dos grandes.

Joaquim, que trocou o DEM pelo PSB, chegou a se animar para tentar reconquistar seu mandato em Brasília. Em que pese o apoio aberto do governador Eduardo Campos, ele desistiu sob o argumento de que, mesmo sem mandato, continuará fazendo política.  (Diário de Pernambuco do dia 20/06/2010)

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