Desde o início do seu primeiro mandato, o presidente Lula escolheu dois caminhos: ser reconhecido como o presidente da República que mais se preocupou com o social; e ser célebre como um homem de diálogo, que busca a conciliação e é contrário a conflitos. Constatamos que Lula conseguiu seu desiderato.
A ampliação do Bolsa Família, o Programa Universidade para Todos (Prouni), a recuperação do salário mínimo e a ampliação da oferta de crédito através de bancos públicos foram ações meritórias do governo Lula, as quais consagraram uma marca social para o seu governo. Nesse contexto, ressaltamos que a aprovação do governo Lula foi motivada por dois aspectos fundamentais: bem-estar econômico do brasileiro e ações sociais.
O segundo objetivo foi alcançado pelo presidente Lula no instante em que ele buscou uma aproximação com os movimentos sociais e entidades de classes. Em especial com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes e os sindicatos. Este diálogo entre governo e esses movimentos sociais e entidades de classe possibilitou, por um lado, o atendimento pelo governo de certas demandas sociais. Por outro, calou as vozes desses importantes movimentos, pois já não se ouvem aquelas imprescindíveis vozes.
No âmbito internacional, a irreverência do presidente Lula lhe proporcionou fama mundial. A busca da independência comercial dos Estados Unidos e outros países merece aplausos. Contudo, reconhecemos que o diálogo com os americanos deve sempre existir, pois o Brasil não pode desprezar a economia e o mercado americano, de imprescindível importância para o setor produtivo brasileiro.
O apoio ao Haiti, através das Forças Armadas, mostrou que o Brasil tem responsabilidade social internacional e preocupação humanitária. A busca por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU fez com que o Brasil tomasse decisões importantes, como a busca pela paz no conflito Israel e Palestina e a intermediação de um possível acordo do Irã com o Conselho de Segurança da ONU acerca do enriquecimento de urânio.
Nessa perspectiva, podemos afirmar que Lula é um diplomata. A sua origem sindicalista lhe conferiu uma desenvoltura e capacidade de diálogo. Isto é extremamente louvável. Contudo, excesso de diplomacia pode fazer com que o defensável seja indefensável. A título de exemplo citamos os pecados diplomáticos cometidos através do apoio incondicional aos regimes Cubano e Chavista. (Janguiê Diniz, Presidente do Grupo SER educacional, Maurício de Nassau)
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