Escritores e ilustradores do Brasil e do mundo estarão reunidos de 15 a 18 de outubro, em Garanhuns, no Agreste pernambucano, para compartilhar, com crianças e adultos, suas experiências sobre o universo da literatura infantil. Além de palestras, oficinas e mesas-redondas, a 2ª edição do Festival Internacional de Literatura Infantil de Garanhuns (Filig 2015) traz novidades, como a participação de editores nos debates; intervenções literárias em espaços públicos da cidade e um projeto-piloto de requalificação de bibliotecas e salas de leituras.
Com o tema “Poesia, rima e prosa da fantasia”, o Filig é uma realização da Proa Cultural, em parceria com a Ferreira Costa, Prefeitura de Garanhuns e o Serviço Social do Comércio (Sesc) de Garanhuns. O lançamento da programação do Festival ocorreu na terça-feira (22), em Garanhuns, com a presença do prefeito Izaías Régis, da diretora da Proa Cultural, Camila Bandeira, da secretária municipal de Educação, Janecélia Marins. No mesmo horário do lançamento, foi promovida uma coletiva de imprensa com a presença do curador Luciano Pontes, na sede da Proa Cultural, no Bairro do Recife.
Entre os nomes internacionais, participam este ano os escritores e ilustradores Miguel Tanco (Espanha), Anabella López (Argentina) e Anna Laura Cantone (Itália). Os convidados brasileiros são Leo Cunha (Minas Gerais) e os pernambucanos Rosinha Campos, Lenice Gomes e André Neves, que atualmente mora em Porto Alegre-RS.
Para falar sobre os desafios do mercado de livros infantis, o Filig convidou ainda os editores Annete Baldi (Editora Projeto - RS), Renata Nakano (Edições de Janeiro – RJ) e Peter O’Sagae (Dobras da Leitura – SP).
De acordo com o curador do Filig, Luciano Pontes, a ideia de trazer os editores para o festival é possibilitar que o público conheça o papel deles na produção literária. “É um trabalho pouco conhecido, mas de extrema relevância. Convidamos os editores para falar sobre o trabalho como críticos literários”, explica.
A expectativa dos organizadores do Filig é superar o público do ano passado, quando mais de 6 mil pessoas participaram das atividades programadas para os quatro dias de evento.
O Filig tem uma programação voltada tanto para a criançada, como para os adultos. Nas atividades previstas, o público poderá participar de oficinas, sendo duas para crianças e duas para adultos, que serão realizadas no Sesc Garanhuns pela manhã e à tarde. A programação segue no Parque Ruben van der Linden, mais conhecido como Pau Pombo, no turno da tarde. O espaço, que fica na área central de Garanhuns e tem infraestrutura de lazer, receberá espaços de leitura, bate-papos, lançamentos, feira de livros e apresentações culturais. Já a programação de palestras para o público adulto será realizada à noite, no auditório do Sesc de Garanhuns. Todas as atividades são abertas ao público.
Intervenções literárias – Além das atividades no período de 15 a 18 de outubro, os organizadores do Filig realizam de setembro de 2015 a janeiro de 2016 intervenções literárias com grupos artísticos de Garanhuns. As intervenções são mensais e acontecem em locais públicos, como o Espaço Luiz Jardim.
Projeto-piloto - Muito mais do que um festival que movimenta Garanhuns, o Filig realiza ações ao longo do ano com a proposta de incentivar a formação de leitores. “Acreditamos que a leitura é transformadora. Para qualquer pessoa e em qualquer idade. Mas também achamos que é ainda mais importante quando, desde pequenininhos, somos apresentados ao universo literário”, afirma Camila Bandeira, da Proa Cultural.
Neste ano, o Filig iniciou um projeto-piloto desenvolvido em setes salas de leituras e três bibliotecas de Garanhuns, que passarão a contar com catalogação do acervo a partir de um sistema de cores. Todos os profissionais que atuam nestes espaços estão sendo capacitados nas oficinas de formação continuada promovidas pelo festival.
Formação continuada - Iniciadas em agosto e com término previsto para o fim do ano, as oficinas de formação continuada do Filig contam com 50 participantes, entre profissionais da Secretaria de Educação Municipal, do Sesc e de bibliotecas de Garanhuns. O objetivo do curso, dividido em quatro encontros e com carga horária total de 32h/aula, é formar multiplicadores de leitura para atuação direta em literatura infantil na cidade. A capacitação é ministrada pela coordenadora pedagógica do Filig 2015, Érica Verçosa, e pela bibliotecária Cida Fernandez, integrante do Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF), que desenvolveu o Sistema de Classificação por Cores.
Kits de leitura - Outra ação importante do festival é a doação de mais 60 kits de leitura para bibliotecas e escolas da rede municipal de ensino, assim como na edição do ano passado quando também foram doados cerca de 60 kits. A seleção dos livros é feita pela curadoria e coordenação pedagógica do Filig.
Ferreira Costa - Com 130 anos de fundação, a Ferreira Costa -principal patrocinadora do Filig - vem se envolvendo em diversas ações voltadas para a valorização das expressões culturais. São vários projetos apoiados pela Ferreira Costa, sobretudo os que visam o incentivo à leitura e à literatura. Uma dessas iniciativas é o Projeto Sala de Leitura. Realizado desde 2005, tem como objetivo democratizar o acesso ao livro e incentivar o hábito de leitura entre alunos da rede municipal de ensino.
O acervo das salas engloba 1.000 títulos não didáticos, incluindo infantis, infanto-juvenis, obras de ficção, psicologia, sociologia, literatura brasileira e estrangeira. As obras são doadas para escolas públicas e, inclusive, é feita uma capacitação para que a própria entidade possa administrar o espaço de leitura. Já foram implantadas 84 salas de leitura, distribuídas pelas cidades de Garanhuns, Lajedo, Bom Conselho, e nas capitais Recife e Salvador.
A empresa também participou de duas edições da Bienal do Livro de Garanhuns, em 2012 e 2014, promovendo ações de contação de história e de doação de livros.
Ao promover o Filig, a Ferreira Costa busca desenvolver uma série de ações artístico-educativas, com foco em Literatura Infantil, envolvendo escolas públicas, bibliotecas, salas de leitura das escolas, a Academia de Letras de Garanhuns, profissionais liberais, entre outros atores da comunidade literária.