Em entrevista nesta quarta-feira (17) a Geraldo Freire, no programa Super Manhã da Rádio Jornal, o senador eleito Armando Monteiro explicou como tem se preparado para assumir o mandato na Câmara Alta e falou sobre a sua despedida da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Armando entrega hoje oficialmente a presidência da entidade ao mineiro Robson Andrade, em solenidade que contará com a presença do presidente Lula, em Brasília.
Ao responder à pergunta de Geraldo Freire sobre se um ministério no Governo Dilma não o interessaria, numa menção a rumores que apontam o seu nome para algumas pastas, Armando Monteiro descartou essa possibilidade reforçando que tem interesse em atuar no Senado para ajudar o Congresso Nacional a debater e votar projetos importantes. Ele cita como exemplos a nova lei de licitações, o Cadastro Positivo e o papel das agências reguladoras, entre outros. “A possibilidade de participação de Pernambuco (no ministério) será definida pela coordenação do governador Eduardo Campos”, pontuou.
Leia entrevista abaixo.
Geraldo Freire: como tem sido o processo de transição com a saída da CNI e da Câmara e a ida para o Senado?
Armando Monteiro: No caso da CNI, a transição se deu de fato no dia 29 de outubro, que foi quando terminou o nosso mandato à frente da entidade. Hoje, o que teremos aqui em Brasília é a posse solene da nova diretoria. Portanto, eu já estou me adaptando a essa nova rotina, que não me obriga mais a estar no comando das atividades do Sistema CNI, que agora será dirigido pelo companheiro Robson Braga de Andrade, que é um empresário mineiro, e que foi eleito de forma unânime pelas federações de indústrias do país. É um grande companheiro que, tenho certeza, vai dar continuidade a essa linha de atuação da Confederação Nacional da Indústria, que tem participado do debate dos temas nacionais, tem colocado as posições que são do interesse da indústria, tem dialogado com o Congresso Nacional. A expectativa é muito positiva para esse novo período de gestão.
Com relação à transição para o Senado, na realidade a Câmara dos Deputados está retomando os trabalhos depois do processo eleitoral e nós temos matérias muito importantes que estão aqui na pauta deliberativa, medidas provisórias importantes, e a posse no Senado só se dará no início da nova legislatura, que é no dia 01 de fevereiro. Evidentemente que nós estamos já cuidando da formação da equipe. O Senado tem peculiaridades e características diferentes da Câmara, em relação por exemplo à própria estrutura do gabinete. Há um quadro de funcionários de carreira do próprio Senado no gabinete. Portanto nós estamos aqui no processo de formação da equipe e temos um grande empenho para estruturarmos bem essa equipe, para termos o suporte necessário a esse trabalho que pretendemos realizar no Senado.
Geraldo Freire: um ministério no Governo Dilma não interessa?
Armando Monteiro: Seria até uma pretensão dizer que um ministério não interessa, se eu viesse a ser convocado. Na realidade não há e nem houve qualquer sondagem nesse sentido. O meu partido apoiou o candidato Serra, e isso me coloca uma dificuldade para qualquer possibilidade. A executiva nacional do PTB apoiou o candidato Serra, embora dando aos diretórios regionais a autonomia para que eles pudessem, no plano regional, definir as suas coligações. Então, o PTB no plano nacional se alinhou com a candidatura do Serra. Nosso partido também não é muito expressivo congressualmente, nós temos uma bancada de pouco mais de 20 deputados. Então eu não tenho sinceramente nenhuma expectativa em relação a essa participação no ministério. Acho que a possibilidade de participação de Pernambuco será evidentemente definida pela coordenação do governador Eduardo Campos, que tem essa interlocução com o Governo Federal, agora inclusive fortalecida pela posição que o PSB passou a ter no cenário nacional.
Portanto nós não temos nenhuma expectativa de participação em ministério, mas queremos sim, com muita motivação, trabalhar no Senado da República, porque entendemos que essa agenda legislativa do próximo ano vai ser muito importante, vai condicionar um pouco o futuro governo. Quer dizer, se o Brasil vai realmente retomar as reformas, que são tão necessárias, e uma série de projetos muito importantes que vão estar sob o exame do Congresso Nacional. Por exemplo, a nova lei de licitações, o Cadastro Positivo, que poderá afetar de maneira positiva os juros no Brasil, a reestruturação do CADE, toda essa questão do licenciamento ambiental, o novo marco regulatório nessa área, temos ainda projetos importantes também como o papel das agências reguladoras. Então nós temos uma pauta densa e muito importante na próxima legislatura. O que me motiva é poder trabalhar lá no Senado para fazer essa agenda avançar.
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