terça-feira, 6 de novembro de 2012

SEMAS VAI CRIAR BANCO DE SEMENTES CRIOULAS NO SEMI-ÁRIDO

Um banco de sementes crioulas para preservar e disseminar a agrobiodiversidade genética do acervo de conhecimentos tradicionais dos povos indígenas e quilombolas de Pernambuco. A iniciativa, anunciada pelo secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, em reunião do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), é uma das ações do Programa Caatinga Sustentável, voltado para incentivar o desenvolvimento de comunidades vizinhas às Unidades de Conservação do Semiárido. O programa já tem alocado cerca de R$ 1 milhão somente para os povos e comunidades tradicionais da região.

“Pela primeira vez Pernambuco realiza ações exclusivamente dedicadas a estes povos, com o compromisso de não apenas fortalecer a preservação de seu saber ancestral, mas também apoiar o seu desenvolvimento, uma vez que eles têm muito a nos ensinar em termos de práticas sustentáveis e de conservação dos recursos naturais”, destaca o secretário Sérgio Xavier.

Desde 2011 a Semas vem realizando levantamentos para um diagnóstico sociocultural e ambiental dos territórios e comunidades tradicionais do Estado (que incluem também comunidades ribeirinhas, pescadores artesanais e ciganos). Das 157 comunidades quilombolas registradas no Estado até o momento, três serão ponto de partida das ações do banco de sementes: Conceição das Crioulas, em Salgueiro; Castainho, em Garanhuns; Riacho dos Porcos, em Sertânia (quilombolas); comunidade indígena Pankararu, em Petrolândia; e a aldeia Fulni-ô, da cidade de Águas Belas.

“Além de sementes e plantas medicinais, a meta é colaborar para a conservação e multiplicação de práticas tradicionais de manejo agrícola sustentável, sem uso de agrotóxicos (comumente utilizadas por estes povos)”, adiantou a gestora da Semas, Bernadete Lopes, que é ex-diretora da Fundação Palmares e hoje coordena o trabalho de levantamento e relacionamento com as comunidades.

“Vale lembrar que a preservação de todo este saber sagrado é, acima de tudo, uma necessidade da humanidade, e não só de Pernambuco”, frisou o secretário Sérgio Xavier, que também anunciou a proposta de criação de uma lei estadual para proteção e acesso aos conhecimentos tradicionais e repartição de benefícios, na última reunião do Consema, no último dia de 26 de outubro, em Petrolândia, na Mesorregião do São Francisco.

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