Governador foi um dos principais palestrantes do seminário que discute modelos de reforma gerencial, promovido pela Fundação Getulio Vargas
SÃO PAULO – Educação, Saúde, Segurança e Economia. Essas foram as quatro áreas destacadas pelo governador Paulo Câmara durante sua apresentação sobre o modelo de gestão pública implantado pelo ex-governador Eduardo Campos em Pernambuco e que hoje tem continuidade na sua administração. Paulo foi um dos palestrantes do seminário "Reforma Gerencial 20+20”, promovido pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV/EAESP), com apoio do governo britânico.
O objetivo do encontro – iniciado ontem – é fazer o balanço da difusão das ideias do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado e debater propostas para a gestão pública brasileira nos próximos 20 anos. “Tivemos 30 anos de conquistas fundamentais, com a consolidação da democracia, a estabilidade econômica, o combate à desigualdade e, agora, precisamos assegurar a qualidade dos serviços públicos prestados à população”, disse Paulo.
Para o governador, as instituições públicas precisam trabalhar com qualidade e eficiência em benefício, principalmente, daqueles que mais precisam do serviço público. Paulo defendeu o modelo de planejamento que tem como ponto de partida o Todos por Pernambuco, que, neste ano de 2015, ouviu cerca de 17 mil pessoas em todas as regiões do Estado e coletou 16 mil propostas. “Assim, fica muito claro o quê o Governo tem de fazer em cada região”, argumentou.
O governador de Pernambuco fez um paralelo sobre a situação atual do Brasil e defendeu a necessidade do gestor público de ter “a capacidade de ouvir e de dizer a verdade”. “É isso que está faltando no Brasil atualmente”.
GESTÃO – Na questão da Educação, o governador Paulo Câmara citou como exemplo o salto que as escolas da rede estadual de Ensino Médio deram, pulando do 21° lugar no IDEB para o 4° lugar, além de o Estado liderar o ranking nacional com a menor taxa de abandono no Ensino Médio (era o 26°). lugar em 2007, com uma taxa de 24% e hoje é de 3,5%).
O governador citou ainda o Programa Ganhe o Mundo, a matrícula de 163 mil alunos nas escolas de referência, distribuição de tablets e a construção de 27 escolas novas escolas técnicas.
Na área da Saúde, o governador de Pernambuco abordou a redução da mortalidade infantil, que caiu 29,1%, entre 2006 e 2011, e o aumento na expectativa de vida dos pernambucanos, que saltou 3,72 anos, entre 2006 e 2013. Paulo também destacou a ampliação no número de leitos de UTI, que cresceu cinco vezes entre 2007 e 2014, além da construção de quatro novos hospitais de alta complexidade, 15 UPAs e 9 UPAs Especialidades.
No item Segurança Pública, Paulo Câmara destacou a redução dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que caiu 32,1%, desde o início do programa Pacto Pela Vida (PPV), em 2007. Nesse período, Pernambuco foi o único Estado do Nordeste a apresentar queda no número de homicídios, enquanto outras unidades da região apresentaram um crescimento de 92%. O PPV conquistou reconhecimento internacional ao conquistar prêmios da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
ECONOMIA – Na área de desenvolvimento econômico, de acordo com o governador de Pernambuco, o modelo de gestão pública conseguiu ampliar em quatro vezes o volume de investimentos no Estado, partindo de R$ 3,4 bilhões de reais para R$ 12,9 bilhões. Com um aumento real de 278% na capacidade de investimento.
Com R$ 227 milhões, Pernambuco foi um dos Estados da Federação que mais investiu, durante o primeiro quadrimestre de 2015. Além disso, desde 2008, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) pernambucano foi superior ao do Brasil. Em 2014, por exemplo, Pernambuco expandiu seu PIB em 2% contra 0,1% do País.
Paulo Câmara lembrou os grandes empreendimentos privados que se instalaram e se instalam em Pernambuco, como a Jeep, a AmBev, a Bunge. De 2007 a 2014, foram instalados no Estado 806 projetos industriai, que, juntos, representam um investimento total de R$ 78 bilhões e geraram 79,6 mil empregos.
Além de Paulo, o seminário teve como palestrantes: o ex-ministro da Reforma do Estado e professor emérito da Escola de Economia de São Paulo (FGV/EESP), Luiz Carlos Bresser-Pereira; o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger; o senador Antonio Anastasia; os prefeitos de Osasco, Jorge Lapas, Curitiba, Gustavo Fruet, Canoas, Jairo Jorge, e de Santos, Paulo Alexandre Barbosa; e Geoff Mulgan, executivo do NESTA Laboratório de Inovação em Governos, do Reino Unido.
Crédito: Ennio Benning/Sei
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