Desde 2008, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de consumo de agrotóxicos. Nos últimos dez anos, o uso de agrotóxico no mercado mundial cresceu 93%, enquanto que no Brasil, esse incremento foi de 190%. Os dados foram apresentados pela médica-pesquisadora da Fundação Fiocruz/Oswaldo Cruz, Idê Gurgel, que ministrou palestra sobre Agrotóxico e Saúde, no auditório do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), na manhã desta terça-feira (11/08), durante o seminário “Impacto dos Agrotóxicos na Saúde do Trabalhador e no Meio Ambiente”. Segundo ela, o resultado é o consumo médio de 5,2 litros per capita ao ano.
“Precisamos monitorar todos os processos que envolvem esse material, passando pela produção e transporte até o manejo no campo”, ressaltou a pesquisadora. Segundo Gurgel, o caminho é controlar o uso e fiscalizar as irregularidades para evitar, anualmente, a intoxicação de três milhões de pessoas e cerca de 200 mil mortes.
Para o professor da UFRPE, Francisco Roberto Caporal, que também ministra palestra sobre o tema, é preciso conscientizar a sociedade sobre os riscos e perigos relacionados ao uso de agrotóxicos. “É necessário eliminar esses produtos, a partir de um desenvolvimento ecologicamente sustentável”, explicou ele.
O evento reuniu mais de 100 participantes, entre extensionistas, pesquisadores, gerentes, além de representantes de outros órgãos, tais como UFRPE e UFPE. A abertura do evento foi realizada pelo presidente do IPA, Gabriel Maciel, que ressaltou a importância da iniciativa. ”É necessário combater os excessos e fiscalizar as irregularidades a fim de preservar a qualidade de vida do agricultor e do alimento que chega à nossa mesa”, destacou. Também presentes os diretores de Extensão Rural, Pesquisa e Infraestrutura Hídrica, Albérico Rocha, Antônio Raimundo e Vicente Perrusi, respectivamente.
A realização do seminário integra as ações do Fórum que realiza uma série de conferências para elaboração do Plano Estadual de Redução do Uso de Agrotóxico. A primeira delas aconteceu em junho, em Petrolina, da qual saiu a orientação para realizar eventos dentro das instituições participantes, a exemplo deste Seminário.
“A ideia é colaborar com Programa Nacional para Redução do Uso de Agrotóxicos (PRONARA), através de ações conjuntas, para proteger a população dos efeitos nocivos”, declarou a representante do IPA no Fórum, extensionista Maria Emília Barros.
A Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (Sara), por meio do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), ocupa cadeira no Fórum. A iniciativa é do Ministério Público do Trabalho, articulada com os ministérios públicos de Pernambuco e Federal. Ao todo, participam 47 entidades, entre elas, a Adagro e a Ceasa, também vinculadas à Secretaria.
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