Apesar dos tempos bicudos, Arcoverde, a 250 km do Recife, consolida neste São João e São Pedro sua posição de segundo maior polo junino do Estado. Não fosse o empenho da prefeita Madalena Brito (PSB) e a criatividade da sua equipe, a cidade não estaria movimentando em 11 dias de festa, na sua economia, mais de R$ 30 milhões, gerando empregos e renda para milhares de pessoas.
Na explosão da alegria em ritmo de forró, todos saem lucrando, desde o simples vendedor de amendoim ao grande comerciante. Na sexta-feira passada, Zezé Di Camargo e Luciano, uma das grandes estrelas da grade junina, atraíram mais de 80 mil pessoas ao polo multicultural de Arcoverde. Bom para a rede hoteleira, que lotou. Ótimo para os bares e restaurantes, que faturaram como nunca.
Como Arcoverde se localiza numa posição estratégica do ponto de vista geográfico, a cidade foi, literalmente, invadida por turistas de vários Estados, como Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia. Até o final do período, a cidade receberá mais de 700 mil pessoas. Para manter a tradição de grande polo multicultural, o tema do São João foi uma homenagem a uma das mais ricas tradições do seu folclore: o coco de roda e seus emblemáticos grupos, que comemoram 100 anos de arte e tradição no samba de coco.
“Se a gente fosse se render às adversidades, a festa teria sido adiada, o que teria sido muito ruim para Arcoverde”, diz a prefeita Madalena Brito, que se prepara para disputar a reeleição. O sucesso da grande festa deve ter reflexos políticos, na medida em que mexeu com o sentimento e o orgulho dos arcoverdenses, que viram a cidade se projetar na mídia nacional e ser visitada por tanta gente.
Para garantir o sucesso, Madalena atraiu apoios na iniciativa privada e teve a mão estendida do governador Paulo Câmara, que bancou parte das atrações musicais mais onerosas, através da Secretaria de Turismo Esporte e Lazer, além da Empetur. A Prefeitura instalou dez polos culturais e uma grade de atrações diversificada com artistas da cultura local e regional, além de nomes nacionais, como Zezé Di Camargo e Luciano, Elba Ramalho, Geraldinho Lins, Dorgival Dantas, Flávio Leandro e Cavaleiros do Forró.
“Mesclamos a grade com artistas nacionais e regionais, tudo para comemorarmos em alto estilo o centenário do Samba de Coco de Arcoverde, especialmente os grupos de Coco das irmãs Lopes, o Coco Trupé e o Coco Raízes”, disse o secretário de Turismo e Eventos, Alberico Pacheco, tarimbado e competente na organização e realização dos festejos juninos que entraram para a história da cidade.
Na descentralização da festa, ponto que merece destaque, a Prefeitura criou 10 polos de animação, sendo oito com atrações artísticas e culturais, proporcionando a apreciação de shows, espetáculos teatrais e recitais. Os espaços são divididos em multicultural, artes, pé de serra, multimusical e gospel. Há ainda a Vila do Olho D’Água, o polo de gastronomia, diversão (todos situados no centro da cidade, próximo a Praça da Bandeira), Raízes do Coco (no Alto do Cruzeiro), e o Polo da Poesia, em frente à Bodega da Poesia, no bairro do São Cristóvão.
“O São João é o segundo evento mais rentável para Arcoverde, perdendo apenas para as festas de fim de ano. Este ano, o investimos mais R$ 2 milhões em uma estrutura que está gerando entre três e quatro mil empregos temporários, diretos e indiretos, além de um incremento na economia do município de mais de R$ 30 milhões, promovendo o turismo e proporcionando maior visibilidade à cidade”, afirma a prefeita, ao comemorar, ao lado da sua equipe, os resultados alcançados pela iniciativa. Homenageados da festa, os mestres de samba de coco Cícero Gomes (Coco Trupé de Arcoverde), Assis Calixto (Coco Raízes de Arcoverde) e Severina Lopes (Coco Irmãs Lopes) despertaram a atenção da mídia e dos visitantes para um estilo de dança e música que parecia sepultado com o tempo. (Blog do Magno Martins)
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