Na última sexta-feira (27), o Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da procuradora Jailda Pinto, participou de capacitação para promotores de Justiça em estágio probatório, recentemente empossados, falando sobre o combate ao trabalho infantil. O evento foi promovido pela Escola Superior do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE) e contou com o apoio do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude, coordenado pelo promotor Guilherme Lapenda.
Na ocasião, a procuradora focou a abordagem na desconstrução dos mitos sobre o trabalho infantil. De acordo com ela, o trabalho infantil é um fenômeno com muitas causas e muitas responsabilidades.
“A falta de vagas nas creches, a má qualidade do ensino e a dificuldade de conter a evasão escolar dos adolescentes contribuem para aumentar o número de meninos emeninas no trabalho doméstico, nos campos e nas ruas, correndo o risco de se envolverem com o tráfico de drogas e a exploração sexual”, afirmou Jailda.
Para ela, há que se lutar também contra os mitos de que é melhor a criança trabalhar do que ficar na rua e com a realidade das famílias pobres que, muitas vezes, não conseguem garantir sua sobrevivência sem envolver os filhos no trabalho. Por isso, a importância de se avançar com políticas públicas e maior acesso à educação de qualidade.
Para a promotora Gabriela Lapenda, da comarca de Ibirajuba, foi muito bom ter a oportunidade de ouvir mais sobre o trabalho infantil e repercussões negativas que seguem por gerações. “ Entender a gravidade do trabalho infantil dentro das próprias famílias, especialmente nas meninas que assumem os afazeres do lar, abdicando do estudo e do lazer, principalmente pelo ciclo vicioso vivenciado, foi importantíssimo para abrir meus olhos. É preciso ter um trabalho de prevenção e conscientização contínuo na comarca onde atuo. Estou empolgada para acrescentar no meu plano de trabalho junto às escolas da cidade essa temática”, disse.
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