sexta-feira, 13 de julho de 2012

Frivolité: renda francesa que veio de Orobó para a Fenearte

O frivolité, renda de técnica francesa (também conhecida como espiguilha, pontilha ou rendilha), foi apresentado pela Associação Comunitária das Artesãs de Orobó ao público em desfile da 23ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) durante a última semana. A arte de linha, feita com os dedos e produzida com o auxílio de uma navette está ligada ao cotidiano de Josefa Pedrosa de Oliveira, 46 anos, conhecida como Zefinha, desde os seus oito anos. “Eu e minhas duas irmãs aprendemos a produzir o frivolité ainda crianças com a nossa mãe”, lembra.

Com incentivo do Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural (ProRural), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (Sara), a Associação contou com auxílio para o design das peças e fortalecimento da marca - “Nós e Picôs” – doada pelo Centro Pernambucano de Design. “Se não tivéssemos conseguido esse apoio não poderíamos apresentar nossos produtos. Temos uma grande ajuda do ProRural desde 2009 quando participamos da capacitação de moda e modelagem com o estilista Eduardo Ferreira. Além disso, o ProRural nos possibilitou uma maior sustentabilidade econômica na Associação, pois nos ofereceu todo o material gráfico de etiquetas, embalagens, folders e selos”, destaca Zefinha.

O secretário executivo da Agricultura Familiar e gerente-geral do ProRural, Aldo Santos, ressalta que o artesanato tem ligação direta com a agricultura já que “a produção de caráter familiar, faz o uso de materiais oriundos do campo como a cerâmica e o algodão”.

Visualmente o frivolité até lembra o crochê, mas Zefinha explica que é muito mais difícil de fazer. “No crochê, um erro é fácil de corrigir: basta desmanchar e refazer. No frivolité, se errar tem que cortar a linha e começar de novo”, enfatizou. De acordo com Andréa Tom, coordenadora da Passarela Fenearte, o público consumidor está sempre em busca de produtos exclusivos e a arte feita à mão satisfaz a essa expectativa.

A história– A denominação “frivolité”, essencialmente francesa, é adotada em quase todos os países da Europa. A técnica pode ser resumida numa sequência de nós e picôs que formam círculos e semicírculos, e estes compõem uma rica trama rendada. Orobó é o único município do Estado que mantém a tradição da produção desse tipo de renda. A artesã Rosa Antonia Pereira, 75 anos – mãe de Zefinha – aprendeu a arte com as freiras francesas que lecionavam no município de Surubim e foi repassando para as suas filhas, netas e amigas. Em 1986 fundaram uma associação que permanece ativa atualmente com 23 sócias.

Nenhum comentário: