quinta-feira, 5 de julho de 2012

Armando: “Respeitaremos a posição de João da Costa”

Senador Armando Monteiro comenta expectativa sobre possível apoio do prefeito do Recife a Geraldo Júlio

Antes de embarcar de Brasília para São Paulo, onde falará sobre a economia brasileira a convite da direção do Banco Itaú Unibanco, em almoço com a participação do presidente da instituição, Roberto Setúbal, o senador Armando Monteiro concedeu uma entrevista na manhã desta quinta-feira (05) a Geraldo Freire, na Rádio Jornal, do Recife.

Na conversa, Armando analisou as recentes medidas de estímulo à indústria brasileira tomadas pelo Governo Federal, falou sobre os recentes acontecimentos políticos no Recife, que ele classificou inclusive como “imprevisíveis”, e comentou a possibilidade de apoio do prefeito do Recife, João da Costa (PT), ao candidato do PSB, Geraldo Júlio.

Leia a entrevista:

Medidas de estímulo à indústria

Armando Monteiro – “As medidas foram necessárias porque há uma queda da atividade econômica que se reflete mais fortemente na indústria. Porque a indústria está muito mais sujeita a esta concorrência externa, há uma forte penetração de produtos importados, manufaturados, da Ásia, da Índia, da China, em decorrência dessa retração do mercado internacional, que cria um aumento da concorrência. Ou seja, o mercado brasileiro é um mercado importante. Portanto, as indústrias e os países olham o mercado brasileiro. Então, a indústria tem sido mais atingida por este quadro de retração internacional.

As medidas adotadas pelo governo são necessárias, mas pontuais. Por exemplo, estas que foram dirigidas ao setor automobilístico têm produzido efeitos. Ou seja, as vendas da indústria de automóveis do mês passado foram muito influenciadas pelas medidas que o Governo adotou. Mas eu acho que dentro deste novo contexto da crise internacional é preciso adotar medidas de caráter mais estrutural. Os problemas hoje de competitividade da indústria se situam, sobretudo, na questão dos custos. Os custos de produção do Brasil ficaram mais altos. Nós temos custos de energia muito altos. Nós temos um descompasso na questão da produtividade e dos salários. Portanto, é preciso atacar essas questões mais estruturais”.

As surpresas na eleição do Recife     

Armando Monteiro: Acho que este estoque (de surpresas) já está esgotado, porque realmente uma série de coisas ocorreu e algumas absolutamente imprevisíveis. Eu acho que o quadro agora está definido. Nós vamos, então, para a disputa. São quatro candidaturas, e nós estamos muito seguros de que o candidato apoiado pela maioria dos partidos da Frente Popular representa neste momento uma alternativa muito interessante para o Recife.

Ou seja, o Recife precisa adotar um novo modelo de gestão, o Recife precisa entrar neste novo tempo que Pernambuco está vivendo. E não há este novo Pernambuco se nós não tivermos um Recife que possa de alguma maneira corrigir os problemas que hoje nós identificamos no dia a dia da cidade. A questão da mobilidade, da funcionalidade da cidade, que precisa se preparar para o futuro, que precisa resgatar uma visão de médio e longo prazo, de planejamento urbano, ordenamento urbano. Nós temos hoje um caos, as calçadas, todo mundo faz o que quer no sentido de desrespeitar certas regras, e as carências estruturais da cidade, que se acumulam em várias áreas críticas. É tempo de oferecer ao Recife um novo modelo de gestão. Este é o compromisso fundamental que a Frente Popular tem neste momento”.

A Frente Popular terá o apoio de João da Costa?

Armando Monteiro: “Eu não gosto de fazer juízos que possam parecer depreciativos. Eu tenho a autoridade de quem apontou certas mazelas da atual administração há muito tempo, inclusive saímos da gestão, da equipe da Prefeitura do Recife. Evidentemente, aconteceram uma série de fatores que concorreram para esta situação. Mas eu acho que não há nada que possa, de alguma maneira, excluir a possibilidade de um apoio do prefeito. Por várias razões, que são conhecidas, que são notórias, houve um desencontro do prefeito com o seu próprio partido. De modo que nós entendemos que o prefeito tem um papel a desempenhar, tem um papel importante do ponto de vista das suas responsabilidades com a cidade, mas evidentemente nós respeitaremos qualquer opção que ele venha a assumir”.

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