«Chegada do coronel
Japyassu ao novo município de Rio Branco, depois de eleito prefeito municipal».
Fotos da Revista da Cidade n. 125 de
13-10-1928, pág. 22 http://goo.gl/e2rm75 (mais revistas: http://goo.gl/HnZdoh
).
Vários temas abordados por
esta coluna já mostraram a influência do Cel. Antônio Japiassu na história de
Arcoverde (por ex. http://goo.gl/X6TAJB , http://goo.gl/pQEBLC ).
Após a
vitória do movimento em prol da emancipação de Pesqueira, o novo município de
Rio Branco (hoje Arcoverde) teve sua primeira eleição. Como ela aconteceu? O
que podemos acrescentar aos conhecimentos daquele importante fato histórico?
Foi feita uma compilação dos principais registros dos pesquisadores (http://goo.gl/xUDAZk ) e mais alguns dados são acrescentados.
Hoje
carecendo de mais atenção, a estação da antiga Great Western foi palco para
importantes acontecimentos da história do município, como é corroborado por
fotos aqui mostradas.
Outro
marco histórico é o cine Rio Branco (ver http://goo.gl/irNlDe
). No livro O Município de Arcoverde
(Prima Editora, Arcoverde, 1961, pág. 4), Teofanes Chaves Ribeiro registrou
(escrita da época) http://goo.gl/Txohl2 :
«Assim, a começar do ano de 1919, uma plêiade de homens de boa vontade,
se movimenta, no sentido de emancipar o distrito, desligando-o e tornando-o
independente. No Cine local houve uma sessão muito agitada, tendo todos os
presentes, que eram na sua maioria elementos do comércio, se comprometido a não
mais pagar impostos ao supra citado município. Jornais da Capital do país
publicaram notícias dêsse movimento emancipacionista, enviadas pelo então
correspondente dos orgãos A NOITE e O JORNAL — Sr. Antonio Napoleão Arcoverde.
Entretanto, a política de alguns senhores, ligada a interêsses diversos,
contribui sobremodo para o retardamento dêsse justo desejo. Finalmente, em 11
de Setembro de 1928, por fôrça da Lêi n. 1.931 do Sr. Governador cio Estado,
Dr. Estacio Coimbra, era transformada em realidade a feliz aspiração do povo de
Rio Branco, sendo êste, como outros distritos, elevado a município, respirando,
dai em diante, o salutar clima da independência. Nêsse mesmo ano é eleito seu
primeiro prefeito municipal, sob a legenda do Partido Republicano — Sr. Antonio
Japiassú. É, apenas, de quasi 2 anos a duração dessa edilidade. Em 1930, com a
vitória da revolução levada a efeito no país, foi nomeado prefeito, pelo
govêrno revolucionário o Sr. Ernesto Lima Rodrigues da Silva, que mal chegou a
tomar posse viu-se obrigado pela fôrça das circunstâncias a se dirigir à
Capital do Estado, onde o esperava importante missão do govêrno. Resolveu
demitir-se sendo nomeado o dr. Luis Coêlho Alves da Silva, cuja administração
legou a Rio Branco importantes melhoramentos.»
Sempre objetivando estimular
a pesquisa pelos assuntos da nossa história,
links são disponibilizados, remetendo os leitores interessados para novas
pesquisas. Assim, retomamos a cronologia para mostrar a grande mudança
administrativa que nos atingia (http://goo.gl/Yc3TUV
) e que no dia 13 de setembro de 1928 o
jornal A Provincia N. 212 mostrava
na página 2: "A nova divisão administrativa de Pernambuco. O território do estado
ficou organisado em 85 municípios" : http://goo.gl/OxSmhs
.
Na sequência, A
Provincia n. 220, do dia 22 de setembro de 1928, apresentava na sua capa
(ver http://goo.gl/GlR620 ) a inscrição da
chapa do município Barão do Rio Branco (nome que também constava na fachada da
estação; e, como sabemos, adotou-se apenas o Rio Branco...). Mantendo a escrita
da época, vemos:
«Eleições Municipaes - As chapas já organisadas do 3. Districto - Barão
do Rio Branco
Prefeito: Antonio Japyassu. Sub-prefeito: José Cordeiro de Albuquerque.
Concelheiros: Isaias Gonçalves de Lima. Florismundo de Oliveira. Leonardo José
Guimarães. Manoel Ramiro da Fonseca. Antonio de Padua Ferreira. Manoel
Cavalcanti de Araujo. Acacio Gomes de Albuquerque. José Severo Filho. Julio
Pacheco Freire.»
Convite para o
banquete da posse do primeiro prefeito, anunciado para o dia 15 de outubro de
1928, às12 horas.
Cel. Antônio Japiassu,
o primeiro prefeito eleito de Rio Branco (hoje Arcoverde).
Mas, como foram as
solenidades da posse? No mesmo A
Provincia, edição 270 do dia 21 de novembro de 1928, na página 2 http://goo.gl/ORD5rX aparece a cobertura
jornalística do evento (com ortografia da época):
« Rio Branco, 17 de novembro de
1928
Tiveram muito
brilho as festas realizadas, nesta cidade, não só para commemorar a data da
proclamação da Republica como para solennisar a posse da sua primeira
administração.
A posse foi
solenne no edificio do Paço Municipal perante selecta assistencia.
Presidio
o acto o juiz municipal de Pesqueira que empossou o prefeito e conselheiros.
Às 17 horas
effectuou-se a passeata escolar.
Às 20 horas teve
logar o banquete de 70 talheres, no hotel "Rio Branco", offerecido ao
prefeito cel. Antonio Japyassú, pela commissão executiva das festas do Rio
Branco.
Offereceu o
banquete o padre Luis de Góes que salientou as qualidades do homenageado e o
seu prestigio no municipio, do que era prova a presente homenagem que reuniu
todos os elementos do real prestigio em Rio Branco. Em nome do coronel Antonio
Japyassú agradeceu o dr. Francisco de Crasto.
Por fim, fez o
brinde de honra ao sr. governador do Estado o deputado Fraga Rocha que,
especialmente convidado, honrou com a sua presença as festas deste municipio.
De passagem por esta cidade tomou parte igualmente, no banquete o dr. A.
Carneiro Leão.»
Alguns dados registrados
pelo pesquisador Luís Wilson em seus livros sobre Antônio Japiassu e família
(material compilado http://goo.gl/xUDAZk ):
«“Seu” Tonho era, na realidade, Tenente-Coronel da Guarda Nacional,
instituição da qual muitas patentes, em Rio Branco, eram conferidas pelo
próprio povo, de acordo com o prestigio daqueles a quem eram atribuídas, porque
quase todo fazendeiro era Coronel...Antônio Japyassu nasceu em Leopoldina, no alto sertão do Estado. Foi, depois, para
Alagoa do Monteiro, Paraíba, mais tarde para o Recife, onde casou, indo, então,
para Branquinha, em Alagoas, para um engenho do sogro. Ali nasceu-lhe o
primeiro filho, Dedé. Voltou para o Recife e tornou-se comerciante na rua
Tobias Barreto, mudando-se, no princípio do século, exatamente no ano de 1906,
para a Pedra. Mais ou menos em 1924, "seu" Tonho foi residir em Rio
Branco...Ele foi embora para fazenda Tatu, Ou Santa Isabel, em cima da Serra,
no Salobro, depois da Revolução de Outubro de 1930... Desta sua fazenda, 13 ou 15 anos depois de
1930, o Cel. Antônio Japyassu foi embora, residir em São Paulo, para onde havia
ido logo depois da Revolução o seu velho e grande amigo Major Cândido de Brito
(o Major Candinho das "Grandes Fábricas Peixe", em Pesqueira). Voltou
algum tempo depois para o Recife e, por motivos particulares foi residir em
Garanhuns. Ali adoeceu cerca de um ou dois anos mais tarde, vindo para o
Recife. Operado de vesícula, morreu no Hospital Barão de Lucena (Hospital dos
Usineiros), a 29 de outubro de 1957. ... O Cel. Antônio Japyassu era um homem
bom, simpático e alegre. No Bar Nabuco, na praça Joaquim Nabuco, ele me dizia
sempre: “Vá para o Sul, meu filho, assim que você se formar vá para o
Sul". Eu me formaria no ano seguinte[1940].»
Mais artigos desta coluna: http://goo.gl/lWA4Hv
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