segunda-feira, 14 de abril de 2014

Posse do primeiro prefeito eleito de Rio Branco - Por Pedro Salviano


 


«Chegada do coronel Japyassu ao novo município de Rio Branco, depois de eleito prefeito municipal». Fotos da Revista da Cidade n. 125 de 13-10-1928, pág. 22 http://goo.gl/e2rm75  (mais revistas:  http://goo.gl/HnZdoh ).


                Vários temas abordados por esta coluna já mostraram a influência do Cel. Antônio Japiassu na história de Arcoverde (por ex. http://goo.gl/X6TAJB , http://goo.gl/pQEBLC ).
                Após a vitória do movimento em prol da emancipação de Pesqueira, o novo município de Rio Branco (hoje Arcoverde) teve sua primeira eleição. Como ela aconteceu? O que podemos acrescentar aos conhecimentos daquele importante fato histórico? Foi feita uma compilação dos principais registros dos pesquisadores (http://goo.gl/xUDAZk )  e mais alguns dados são acrescentados.
                Hoje carecendo de mais atenção, a estação da antiga Great Western foi palco para importantes acontecimentos da história do município, como é corroborado por fotos aqui mostradas.
                Outro marco histórico é o cine Rio Branco (ver http://goo.gl/irNlDe ). No livro O Município de Arcoverde (Prima Editora, Arcoverde, 1961, pág. 4), Teofanes Chaves Ribeiro registrou (escrita da época) http://goo.gl/Txohl2 :
              
  «Assim, a começar do ano de 1919, uma plêiade de homens de boa vontade, se movimenta, no sentido de emancipar o distrito, desligando-o e tornando-o independente. No Cine local houve uma sessão muito agitada, tendo todos os presentes, que eram na sua maioria elementos do comércio, se comprometido a não mais pagar impostos ao supra citado município. Jornais da Capital do país publicaram notícias dêsse movimento emancipacionista, enviadas pelo então correspondente dos orgãos A NOITE e O JORNAL — Sr. Antonio Napoleão Arcoverde. Entretanto, a política de alguns senhores, ligada a interêsses diversos, contribui sobremodo para o retardamento dêsse justo desejo. Finalmente, em 11 de Setembro de 1928, por fôrça da Lêi n. 1.931 do Sr. Governador cio Estado, Dr. Estacio Coimbra, era transformada em realidade a feliz aspiração do povo de Rio Branco, sendo êste, como outros distritos, elevado a município, respirando, dai em diante, o salutar clima da independência. Nêsse mesmo ano é eleito seu primeiro prefeito municipal, sob a legenda do Partido Republicano — Sr. Antonio Japiassú. É, apenas, de quasi 2 anos a duração dessa edilidade. Em 1930, com a vitória da revolução levada a efeito no país, foi nomeado prefeito, pelo govêrno revolucionário o Sr. Ernesto Lima Rodrigues da Silva, que mal chegou a tomar posse viu-se obrigado pela fôrça das circunstâncias a se dirigir à Capital do Estado, onde o esperava importante missão do govêrno. Resolveu demitir-se sendo nomeado o dr. Luis Coêlho Alves da Silva, cuja administração legou a Rio Branco importantes melhoramentos.»
                Sempre objetivando estimular a pesquisa pelos assuntos da nossa história, links são disponibilizados, remetendo os leitores interessados para novas pesquisas. Assim, retomamos a cronologia para mostrar a grande mudança administrativa que nos atingia (http://goo.gl/Yc3TUV )  e que no dia 13 de setembro de 1928 o jornal A Provincia N. 212 mostrava na página 2: "A nova divisão administrativa de Pernambuco. O território do estado ficou organisado em 85 municípios" : http://goo.gl/OxSmhs .
                Na sequência,  A Provincia n. 220, do dia 22 de setembro de 1928, apresentava na sua capa (ver http://goo.gl/GlR620 ) a inscrição da chapa do município Barão do Rio Branco (nome que também constava na fachada da estação; e, como sabemos, adotou-se apenas o Rio Branco...). Mantendo a escrita da época, vemos:
               
«Eleições Municipaes - As chapas já organisadas do 3. Districto - Barão do Rio Branco
Prefeito: Antonio Japyassu. Sub-prefeito: José Cordeiro de Albuquerque. Concelheiros: Isaias Gonçalves de Lima. Florismundo de Oliveira. Leonardo José Guimarães. Manoel Ramiro da Fonseca. Antonio de Padua Ferreira. Manoel Cavalcanti de Araujo. Acacio Gomes de Albuquerque. José Severo Filho. Julio Pacheco Freire.»

Convite para o banquete da posse do primeiro prefeito, anunciado para o dia 15 de outubro de 1928, às12 horas.
Cel. Antônio Japiassu, o primeiro prefeito eleito de Rio Branco (hoje Arcoverde).

                Mas, como foram as solenidades da posse? No mesmo A Provincia, edição 270 do dia 21 de novembro de 1928, na página 2 http://goo.gl/ORD5rX aparece a cobertura jornalística do evento (com ortografia da época):
« Rio Branco, 17 de novembro de 1928
                Tiveram muito brilho as festas realizadas, nesta cidade, não só para commemorar a data da proclamação da Republica como para solennisar a posse da sua primeira administração.
                A posse foi solenne no edificio do Paço Municipal perante selecta assistencia.
                Presidio o acto o juiz municipal de Pesqueira que empossou o prefeito e conselheiros.
                Às 17 horas effectuou-se a passeata escolar.
                Às 20 horas teve logar o banquete de 70 talheres, no hotel "Rio Branco", offerecido ao prefeito cel. Antonio Japyassú, pela commissão executiva das festas do Rio Branco.
                Offereceu o banquete o padre Luis de Góes que salientou as qualidades do homenageado e o seu prestigio no municipio, do que era prova a presente homenagem que reuniu todos os elementos do real prestigio em Rio Branco. Em nome do coronel Antonio Japyassú agradeceu o dr. Francisco de Crasto.
                Por fim, fez o brinde de honra ao sr. governador do Estado o deputado Fraga Rocha que, especialmente convidado, honrou com a sua presença as festas deste municipio. De passagem por esta cidade tomou parte igualmente, no banquete o dr. A. Carneiro Leão.»
                Alguns dados registrados pelo pesquisador Luís Wilson em seus livros sobre Antônio Japiassu e família (material compilado http://goo.gl/xUDAZk ):
                «“Seu” Tonho era, na realidade, Tenente-Coronel da Guarda Nacional, instituição da qual muitas patentes, em Rio Branco, eram conferidas pelo próprio povo, de acordo com o prestigio daqueles a quem eram atribuídas, porque quase todo fazendeiro era Coronel...Antônio Japyassu nasceu em Leopoldina,  no alto sertão do Estado. Foi, depois, para Alagoa do Monteiro, Paraíba, mais tarde para o Recife, onde casou, indo, então, para Branquinha, em Alagoas, para um engenho do sogro. Ali nasceu-lhe o primeiro filho, Dedé. Voltou para o Recife e tornou-se comerciante na rua Tobias Barreto, mudando-se, no princípio do século, exatamente no ano de 1906, para a Pedra. Mais ou menos em 1924, "seu" Tonho foi residir em Rio Branco...Ele foi embora para fazenda Tatu, Ou Santa Isabel, em cima da Serra, no Salobro, depois da Revolução de Outubro de 1930...  Desta sua fazenda, 13 ou 15 anos depois de 1930, o Cel. Antônio Japyassu foi embora, residir em São Paulo, para onde havia ido logo depois da Revolução o seu velho e grande amigo Major Cândido de Brito (o Major Candinho das "Grandes Fábricas Peixe", em Pesqueira). Voltou algum tempo depois para o Recife e, por motivos particulares foi residir em Garanhuns. Ali adoeceu cerca de um ou dois anos mais tarde, vindo para o Recife. Operado de vesícula, morreu no Hospital Barão de Lucena (Hospital dos Usineiros), a 29 de outubro de 1957. ... O Cel. Antônio Japyassu era um homem bom, simpático e alegre. No Bar Nabuco, na praça Joaquim Nabuco, ele me dizia sempre: “Vá para o Sul, meu filho, assim que você se formar vá para o Sul". Eu me formaria no ano seguinte[1940].»
                Mais artigos desta coluna: http://goo.gl/lWA4Hv




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