terça-feira, 5 de março de 2013

Armando Monteiro: “O processo sucessório passa pelo governador Eduardo Campos”

Indagado sobre uma possível candidatura do governador Eduardo Campos (PSB) à presidência da República, o senador Armando Monteiro (PTB) observa que, apesar de não ter se colocado ainda como pretendente ao cargo, o gestor já é identificado como um nome de dimensão nacional. “Se será protagonista como candidato à Presidência da República é uma questão que ele irá definir. Agora, eu tenho certeza que hoje o nome do governador Eduardo Campos se coloca no primeiro plano da política brasileira”, afirmou Armando em entrevista a Geraldo Freire, na Rádio Jornal.

Nos trechos abaixo, Armando também responde à pergunta sobre um possível apoio do PTB nacional ao nome de Eduardo e aponta um “certo cansaço” de setores da sociedade brasileira com o longo período em que dois partidos (PT e PSDB) têm se alternado no poder no País.

Eduardo Campos é candidato à Presidência da República?

Armando Monteiro – “O governador não se definiu ainda e não se colocou como candidato. Agora, o que eu percebo, e o Brasil todo percebe, é que a candidatura de Eduardo vem ganhando uma dimensão. Toda a mídia nacional, setores da sociedade brasileira, da intelectualidade, da comunidade científica, da área empresarial, os profissionais liberais, muitos setores da sociedade brasileira identificam no governador dimensão política hoje para se colocar como candidato à Presidência da República. Há outra questão, o partido do governador cresceu, ganhou musculatura, tem hoje presença em nível nacional. Então, eu tenho certeza que o processo sucessório passa pelo governador Eduardo Campos. Se ele será protagonista como candidato à Presidência da República é uma questão que ele irá definir. Agora, eu tenho certeza que hoje o nome do governador Eduardo Campos se coloca no primeiro plano da política brasileira”.

O PTB nacional pode apoiar Eduardo Campos à presidência?

Armando Monteiro – “O PTB vive um momento delicado. O presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, está licenciado por razões de saúde. Está neste momento se submetendo a um tratamento e vem lutando. Quem assumiu a presidência interinamente é o ex-deputado Benito Gama, mas o companheiro Roberto Jefferson tem estado acessível, ele telefona, ele acompanha as atividades do partido. O mandato da executiva atual vai até 2015. E sobre o eventual projeto da candidatura do governador Eduardo Campos, há setores do PTB que têm grande simpatia por esta candidatura. Independentemente das gestões que eu pudesse fazer há uma simpatia em amplos setores do partido, em São Paulo, de outros estados do Nordeste, de lideranças. Eu quero lembrar que no pleito passado o PTB apoiou Serra. A executiva nacional não apoiou Dilma. Enquanto as bancadas se alinham no Congresso com o governo, mas a executiva nacional apoiou à época Serra. E depois, no curso daquela campanha, houve um certo desentendimento da executiva com Serra. Portanto, o PTB está, por assim dizer, numa situação em que ele tem dificuldades históricas com o PT, em nível nacional. E dissentiu do PSDB naquele último momento lá da campanha de Serra. Portanto, eu acho que o PTB tem muita simpatia pela eventual candidatura do governador Eduardo Campos, mas isto é algo que não está definido e que será tratado no momento próprio”.

Além do PT e PSDB

Armando Monteiro – “Há um sentimento em setores da sociedade em que este longo período em que dois partidos se alternam no poder (PT e PSDB), evidentemente com duas visões, mas às vezes com muita coincidência nas agenda, há por assim dizer em alguns setores um certo cansaço. Ou seja, será que no Brasil só há espaço para duas correntes se expressarem? É o que se chama às vezes de duopólio, quando só dois exercem o poder. Será que não há espaço na sociedade brasileira para que outros setores se expressem dentro de uma certa pluralidade, que decorre do próprio desenvolvimento da sociedade brasileira? Eu acho que há sim. Veja que a votação de Marina Silva na eleição passada foi um grande indicador que há espaço na sociedade brasileira para outras correntes de opinião. E aí, quem sabe se nós não teremos espaço agora, em 2014, já?”

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