Nesta terça-feira (31), os internos da Penitenciária Dr. Edvaldo Gomes, em Petrolina, tiveram uma manhã diferente: uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde foi até o local para uma ação que marcou o Dia de Combate à Hanseníase, celebrado no último domingo (29). Com folders, cartazes e faixas, os profissionais realizaram uma palestra dentro da unidade, além de uma avaliação dermatológica e neurológica para identificação dos sintomas da doença.
Segundo a enfermeira da Vigilância Epidemiológica/programa de Hanseníase, Flávia Freire, a população carcerária foi escolhida pela condição de confinamento, já que isso é um fator para transmissão da bactéria causadora da hanseníase. “A proposta é sensibilizar a população para os riscos da doença e a importância do diagnóstico precoce. Vale reforçar que a hanseníase, antigamente conhecida como lepra, tem cura, mas o quanto antes for diagnosticada melhor será o tratamento”, frisou.
Flávia explica que primeiro aparecem manchas pelo corpo ou comprometimento dos nervos. “São alterações na cor da pele e perda de sensibilidade. Mas a hanseníase pode trazer graves consequências como perda da visão e da audição, e dificuldades motoras”, destacou. Outra preocupação, segundo a enfermeira, é com as pessoas que tem contato com o doente. “Para cada dez pessoas que convivem com alguém com hanseníase, dois podem contrair a doença. A transmissão acontece por vias áreas, ou seja, pela respiração, se o contato com o doente for constante e prolongado. O tratamento consiste num coquetel de medicamentos distribuídos exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde”, explicou.
Durante a avaliação, a equipe analisou 13 internos com sintomas de manchas, formigamento e dormência, desse total, três foram encaminhados com suspeita da doença. “A unidade conta com uma equipe estruturada que já faz acompanhamento de alguns outros pacientes privados de liberdade. Esses três casos foram encaminhados para a investigação com o médico, se forem confirmados devem iniciar o tratamento imediatamente”, ressaltou.
Dados
Em 2015 foram diagnosticados em Petrolina 364 casos de hanseníase. Em 2016, foram 249. O município está em situação hiperendêmica, uma vez que o esperado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é uma incidência de 40 casos novos para 100 mil habitantes. Em 2015, foram notificados 76 casos novos. Em 2016, 60 casos novos para 100 mil habitantes. Ao todo, 476 pessoas estão em tratamento na cidade.
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