terça-feira, 7 de outubro de 2014

FPNC leva espetáculos de teatro e circo ao Sertão do Moxotó

Porta de entrada para o sertão, Arcoverde recebe nesta semana mais uma edição do Festival Pernambuco Nação Cultural. Com uma proposta descentralizadora, o evento, que vai desta terça-feira (7) a sábado (11), contará com uma série de atrações. Além de shows, oficinas e exposição, a programação incluirá também uma série de apresentações de espetáculos teatrais e circenses, na cidade e nos demais municípios da região do Sertão do Moxotó.


Na quarta-feira (8), o público poderá conferir a peça Cavaco e sua Pulga Adestrada, do grupo pernambucano Caravana Tapioca. O espetáculo transporta a plateia para o universo clássico e imaginário do circo de pulgas, através dos personagens Cavaco, um antigo dono de circo que acabou falido ao perder todos seus artistas, e Maria, pulga adestrada que pula de paraquedas, canta, faz música com panelas, cospe fogo e ainda doma as feras da companhia. Ao melhor estilo brincante do artista popular, a trama estabelece entre os dois protagonistas um jogo de interação e improvisação com a plateia. “Inspiramos-nos nos antigos grupos de saltimbancos e teatro mambembe para criar esse espetáculo [que é de rua e concebido para ser encenado ao ar livre]. Espero que os moradores de Manari compareçam e se divirtam com a gente”, disse Giulia Cooper, produtora da montagem, que será encenada às 16h, na Associação Oásis do Manari, cidade contígua a Arcoverde.


No segundo dia do FPNC, quinta-feira (9), a Associação Oásis do Manari receberá a alegria do Circo Itinerante Alves, a partir das 16h. No espetáculo A Tradição Centenária da Família Alves, a companhia, de Jaboatão dos Guararapes, apresenta números virtuosos – tanto aéreos quanto de solo – e números cômicos de palhaços, que enchem o picadeiro de ludicidade e humor.


Já, na sexta-feira (10/10), às 16h, o grupo Cênicas Cia. de Repertório levará ao Sertão do Moxotó, mais precisamente ao Teatro Geraldo Barros (Sesc Arcoverde), a peça Era uma Vez um Rio, adaptação teatral do livro homônimo de Martha Pannunzio. Numa viagem pelo tempo, o espetáculo retrata a história do menino Guto e a devoção que ele tem pelo rio de sua aldeia. Ao voltar à sua cidade natal, já adulto, o protagonista se depara com o rio e fica surpreso com a degradação em que seu velho amigo se encontra. É desse encontro que o personagem irá reviver os passos dessa história de amor, desde a sua infância até os dias de hoje. Nessa incursão, Guto vai se deparar com incríveis personagens: de familiares à antiga professora, além de amigos da época de sua infância. Com trilha sonora executada ao vivo, a montagem revela os encantos de uma comunidade ribeirinha e suas cantigas e lendas. “É uma história de aprendizagem, repleta de ternura, poesia e memórias”, disse o produtor-executivo do espetáculo, Antônio Rodrigues.


No último dia, sábado (11/10), a Tropa do Balacobaco encenará a comovente história da Vitória-Régia. Em O Espelho da Lua, a tradicional lenda amazônica é narrada por atores e bonecos, através da trajetória de Naiá, uma índia que, desde criança, nutre um forte amor por Araúna, a Lua. Apaixonada pelo satélite, a indiazinha desaparece misteriosamente ao mergulhar em um rio, onde, momentos depois, surge uma flor de beleza nunca antes vista. Apesar de baseado numa história amplamente conhecida, a montagem apresenta uma mudança estrutural, com o acréscimo de um personagem à trama. Trazendo um pouco mais de romance à narrativa, surge o índio Atiê, apaixonado por Naiá e que tenta, de todos os modos, dissuadi-la de sua paixão pela lua. “O espetáculo se apoia em um texto que narra um lenda. E, para fugirmos um pouco da obviedade, utilizamos uma estrutura sóbria no palco, composta um cubo de ferro, com passarelas em sua parte superior. A magia está no texto e na forma de dizê-lo, cabe aos atores o toque na alma das pessoas e fazer com que elas se apaixonem e deixem a imaginação fluir, transformando aquele cubo de ferro nos mais diversos e encantadores lugares: floresta, centro da terra, céu e rio”, conta Ney Mendes, diretor da peça, que será apresentada às 16h, na área externa do Sesc Arcoverde.

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