O Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) marca presença no 3º Congresso Brasileiro de Eucalipto, que acontece entre os dias 2 e 4 de setembro, em Vitória, no Espírito Santo. Durante os três dias de evento, o pesquisador Eric Xavier irá representar o Instituto, que desenvolve pesquisas com o eucalipto, há cerca de quinze anos, nas regiões dos Sertões do Araripe e São Francisco, e na Zona da Mata pernambucana.
Durante o encontro serão debatidas alternativas para o desenvolvimento do setor, com foco nos avanços tecnológicos e científicos, e na avaliação dos futuros cenários do complexo florestal brasileiro. A iniciativa tem como objetivo promover o intercâmbio entre os diferentes segmentos do mercado, a exemplo de profissionais (professores, pesquisadores, extensionistas, empresários e estudantes) que compõe o setor florestal brasileiro de eucalipto.
Estudos - Com intuito de avaliar e introduzir o cultivo da planta em diferentes condições climáticas do estado, a iniciativa, resultado de uma parceria entre o IPA e o Departamento de Ciência Florestal da UFRPE, conta com experimentos instalados nas Estações Experimentais do IPA, em Araripina, Belém de São Francisco e Itapirema (Goiana). Foi na Estação de Araripina que o IPA implantou, juntamente com a UFRPE, o projeto “Módulo de experimentação florestal para o Polo Gesseiro do Araripe”. Aprovado pelo CNPq, o acervo conta, desde 2002, com quinze clones de eucaliptos, cedidos para análise e teste, pela indústria florestal Suzano.
Os resultados desse experimento podem ser comprovados nos dois últimos cortes do material, que apontam produção satisfatória no que diz respeito à alta resistência de doenças e a adaptação climática. “Cada hectare plantado com eucalipto evita o corte de, aproximadamente, seis hectares de mata nativa. Como existem muitas áreas abandonadas e impróprias para a agricultura, o eucalipto surge com uma alternativa eficiente para suprir a demanda da indústria do gesso, uma das principais atividades econômicas da região, sem que seja necessário o corte de nenhuma área de vegetação nativa”, informou o professor da UFRPE e coordenador do projeto, José Aleixo.
Já na região da Zona da Mata, o IPA tem estimulado a introdução de eucalipto como alternativa para substituição parcial da cultura de cana-de-açúcar, principalmente em áreas de maiores declives onde a cana-de-açúcar não é rentável. Apesar de não se ter pesquisas detalhadas sobre a produtividade do eucalipto na Zona da Mata, a introdução dessa planta na região está sendo baseada em experiências exitosas cultivadas em áreas semelhantes no estado de Alagoas. “Acreditamos que a cultura de eucalipto será, em um futuro bem próximo, uma excelente fonte de emprego e renda para os produtores da Zona da Mata. Além disso, nossa expectativa é que essa cultura se torne mais uma opção de reflorestamento em Pernambuco, principalmente, para atender à demanda de produção de energia da região”, declarou o presidente do IPA, Gabriel Maciel.
Segundo o gerente de Pesquisa do IPA, Geraldo Majella, atualmente, o Brasil é líder mundial na cultura do eucalipto, além de ser o maior exportador de celulose desse gênero. O país também possui as maiores produtividades com um valor médio de 35 m3 por hectare/ano. Valor considerado alto se comparado a produção de lenha em áreas da caatinga, que chega a obter de 6 a 7 m³ por hectare/ano, em planos de manejo licenciados pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).
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