sexta-feira, 20 de abril de 2012

Armando: menos futricas e mais propostas para o Recife

No dia em que apresentará uma agenda com diretrizes para o Recife, formulada pelos partidos que integram a Frente Popular (PDT, PP, PRB, PSC, PTB e PV), o senador Armando Monteiro falou, logo no início da manhã, a duas rádios sobre a finalidade da iniciativa. “Estes partidos assumiram o compromisso de apresentar propostas para o Recife. Saíram da discussão de nomes, de futricas, da disputa política, para oferecer ao debate público propostas a partir de um diagnóstico amplo que foi feito, identificando os problemas da cidade”, explicou.

O senador lembra que a preocupação do grupo é oferecer uma alternativa que esteja alinhada com os governos Eduardo Campos e Dilma Rousseff e observa que a tese defendida pelas legendas da Frente Popular foi reforçada na medida em que o próprio PT entendeu que deveria buscar um outro nome no partido.

Armando também aproveitou as conversas para falar sobre os recursos de US$ 100 milhões aprovados esta semana no Senado e que serão destinados para o PRORURAL. Além disso, comentou a redução da taxa do juros cobradas pelos bancos públicos e comemorou a realização dos grandes espetáculos agendados para a capital pernambucana neste final de semana, como os shows de Paul McCartney e Chico Buarque.

Leia abaixo, os principais momentos das entrevistas do senador a Ciro Bezerra, na Rádio Olinda, e a Geraldo Freire, na Rádio Jornal.

Recife do futuro

Às 16h este grupo de partidos que vem defendendo a tese da candidatura alternativa apresenta um esboço da nossa agenda para o Recife. É um conjunto de propostas, um breve sumário diagnóstico sobre a situação do Recife. Esta é a contribuição do grupo para o debate que deve se travar em Recife sobre o futuro da cidade, sobre as questões que hoje inquietam a população. Este debate tem sido marcado até agora apenas por uma disputa de nomes, por esta questão das prévias, o acirramento da disputa interna do PT. Então nós queremos ver se tiramos um pouco o debate desta discussão mais personalista, para centrar em propostas e na discussão dos problemas do Recife.

Propostas para a cidade

Este grupo vem defendendo a idéia de que a Frente Popular não poderia ficar à mercê, na dependência de uma única candidatura, que à época, ao que tudo indicava, seria a da reeleição do prefeito João da Costa.  Haviam claros sinais de que a gestão apresentava problemas, e isto tudo se traduzia numa ampla desaprovação da população a esta gestão.

Daí nasce esta preocupação de oferecer uma alternativa ao povo do Recife, mas que pudesse estar alinhada com este campo político onde nós nos inserimos, ou seja, um alinhamento com os governos estadual e federal. Esta tese da candidatura alternativa foi reforçada na medida em que o próprio PT entendeu que deveria buscar uma alternativa. Ou seja, só estão acontecendo prévias no PT porque há setores importantes do partido que consideram também que era necessário buscar um outro caminho. Estes partidos, nos quais o PTB se inclui, assumiram o compromisso de apresentar propostas para o Recife. Saíram um pouco desta discussão de nomes, de futricas, da disputa política, para poder oferecer ao debate público propostas de uma agenda para o Recife, a partir de um diagnóstico amplo que foi feito, identificando os problemas da cidade.

Nós temos que manter viva na Frente Popular a possibilidade de uma candidatura alternativa. Isto poderá se tornar imperioso, necessário, dentro da estratégia da Frente Popular. E este grupo de partidos se dispõe a oferecer esta candidatura.

As propostas da agenda podem ser direcionadas a um pré-candidato do PT?

Seria até uma pretensão imaginar que outros não pudessem de alguma maneira assumir esta agenda, mas o que nós constatamos é que evidentemente os que já tiveram a oportunidade, como o prefeito atual, de implementar políticas e, efetivamente, através de uma gestão poder operar as transformações que o Recife precisa, estes evidentemente têm menores condições, na medida em que já tiveram a oportunidade e não realizaram. Portanto, eu acho que quem mais se credencia a defender uma nova agenda para o Recife seriam evidentemente novos atores, novos candidatos, que pudessem estar de alguma maneira sintonizados com estas propostas.

O apoio a Rands influenciaria uma desistência de João da Costa?

Esta possibilidade não me parece própria, porque se o PT está envolvido em uma disputa de prévias que foram convocadas - e evidentemente não há ainda nenhuma indicação de que o partido poderá resolver isto antes das prévias -, não faz sentido nós nos anteciparmos a um movimento que, de resto, não sabemos qual será a própria decisão do PT.

Eu continuo vendo espaço para uma candidatura alternativa ao PT na medida em que identifico que estas prévias podem rachar o partido. Ou seja, é já difícil explicar as próprias prévias. Como um candidato do próprio partido vai poder amanhã dizer que a gestão não é aprovada por setores do próprio partido, e como ele vai poder demonstrar que o modelo de gestão que vem sendo implementado será mudado ou poderá sofrer uma mudança absoluta de rumo?

Portanto, a situação do PT é delicada. Nós não sabemos se o partido sairá unido das prévias, diz-se que há inclusive lideranças importantes do partido que declaram que dependendo do próprio resultado poderão até tomar outro rumo. Em meio a toda esta confusão, a Frente, que não é formada apenas pelo PT, não pode ficar na dependência destas contradições que têm marcado o processo de definição interna do partido. A Frente, que têm responsabilidades com Recife e com Pernambuco, precisa se preparar para apresentar alternativas, inclusive de nomes. Esta Frente tem compromissos com Recife e com Pernambuco.

Esta possibilidade de nós anteciparmos um movimento que pudesse se traduzir em um apoio antes das prévias, a quaisquer dos candidatos do PT, não me parece que seria absolutamente o caminho indicado. Nós temos sim que aguardar o desfecho deste processo, verificar se o PT consegue ou não unir as duas correntes e, ao final, promovermos uma avaliação que poderá nos indicar o caminho de uma candidatura própria deste grupo. É isto o que nós temos defendido.

O nome de Armando seria uma alternativa?

Nós nunca colocamos o nosso nome nesta mesa, nesta discussão dos partidos. Eu fui eleito pelos pernambucanos para representar Pernambuco no Senado. Existem nestes partidos nomes que foram colocados até como pré-candidatos. Eu lembraria, por exemplo, o deputado Paulo Rubem no PDT, candidaturas que estão pré-colocadas também no PV, nomes que haviam sido lembrados no meu próprio partido, como o deputado estadual Silvio Costa Filho, o vereador Antonio Luiz Neto, no PP o deputado Eduardo da Fonte. Então, existem nomes, alternativas.

O nosso nome não foi colocado nem foi efetivamente lembrado por estes partidos. A nossa motivação não é a de oferecer o nosso nome, a nossa motivação é de poder colaborar para que a Frente Popular encontre alternativas dentro dos partidos que formam a Frente, para que nós não fiquemos inteiramente a reboque ou na dependência deste processo do PT. Eu não postulo, não coloquei o meu nome neste processo e, como disse o meu maior interesse é o de poder contribuir para oferecer uma agenda ao Recife e, se for necessário, uma candidatura alternativa que possa defender um novo projeto para o Recife.

A redução dos juros bancários

Fico feliz de você (Geraldo Freire) ter lembrado que venho há muito tempo defendendo esta tese de que os spreads – ou seja, as taxa de juros que são cobradas lá na ponta, do pequeno empresário quando financia o seu capital de giro, quando desconta a sua duplicata, daquele que faz o financiamento de sua compra, de qualquer bem de consumo -, estas taxas são no Brasil absolutamente exorbitantes.

Em boa hora a presidente Dilma resolveu encarar esta agenda dos spreads, ou seja, usar os bancos públicos para que estabeleçam uma maior concorrência no mercado financeiro, de modo a reduzir estas taxas de juros, aproveitando inclusive o momento em que a própria taxa de juros, a Selic, está caindo no Brasil.

Então o que eu posso dizer ao pequeno empresário e ao próprio consumidor de uma maneira geral, é ter muito cuidado com o crédito. O aposentado, quando toma o dinheiro no crédito consignado, todos aqueles que se utilizam do crédito devem ter muito cuidado. No Brasil nós temos uma cultura de não ver a taxa de juros, não calculá-la. Normalmente se vê apenas o valor da prestação sem saber que está embutida uma carga absolutamente abusiva de juros.

Então o que eu recomendo é cuidado. Vamos consultar todos os bancos, consultar os bancos públicos, verificar as taxas que cada um oferece. Há agora a possibilidade de portabilidade da dívida. Isto significa que você pode recorrer a um banco para refinanciar a dívida que você tem em outro banco. Significa que você pode tomar um dinheiro mais barato, liquidar aquela operação mais cara, que está onerando o seu orçamento, evidentemente em alguns casos até liberando a própria garantia.

É hora de aproveitar este momento, não tomar dinheiro a qualquer preço, e consultar um número maior de bancos para verificar a taxa que cada um deles cobra nestas operações, seja para financiar um veículo, um bem de consumo, seja para a operação de capital de giro. Em suma, em todas as linhas.

Recursos para o PRORURAL

Pernambuco vem conseguindo ampliar as fontes de recursos para que o Governo do Estado possa também ampliar os investimentos em áreas importantes. Todos acompanharam que há poucos dias Pernambuco pôde contratar um empréstimo de US$ 500 milhões de dólares que vai permitir o reforço às ações do Governo do Estado em áreas essenciais e na infraestrutura de Pernambuco.

E agora esta semana mais recursos externos, através de uma linha do Banco Interamericano de desenvolvimento, US$ 100 milhões que serão investidos no interior de Pernambuco, sobretudo nesta terceira fase do Prorural.

É um programa que se destina sobretudo ao apoio das atividades produtivas em várias regiões e microregiões de Pernambuco, relacionadas com a ampliação da oferta d’água, melhoria do suporte hídrico para as atividades produtivas no interior, estimulo ao cooperativismo, ações de reforço à infraestrutura ligada à produção de núcleos no interior do Estado. Portanto, é uma ação muito importante para poder permitir o suporte, o apoio ao desenvolvimento das atividades produtivas do interior, para gerar empregos e ampliar as oportunidades para os pernambucanos que moram no interior e, sobretudo, para aqueles que moram nas zonas rurais. Então, Pernambuco se volta também para aqueles que estão nas zonas rurais e exercem uma atividade produtiva nestas áreas.

Recife na rota dos grandes espetáculos

Eu gosto de música e estarei amanhã no show de Chico Buarque. Eu tenho uma grande admiração por Chico, considero o maior compositor do Brasil, pelo letrista fantástico, uma figura realmente que tem uma marca muito própria e forte na vida cultural do Brasil, sobretudo na música. Fico feliz em verificar que o Recife é palco de todos estes eventos, o que significa dizer que Recife, e Pernambuco especialmente, se inserem na rota de grandes shows internacionais.

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