Começou hoje (1º) e vai até o próximo dia 10 a maior feira de artesanato da América Latina. Na abertura do 12° ano da Feira Nacional de Negócios do Artesanato – Fenearte, o governador Eduardo Campos e a primeira-dama Renata Campos visitaram o evento, que reúne mais de 800 expositores no Centro de Convenções, dando uma mostra da diversidade cultural de Pernambuco, do Brasil e de outros 35 países.
Nos dez dias de feira, estima-se que os 270 mil visitantes aguardados para o evento injetem cerca de R$ 28 milhões na economia local. Artesanato, gastronomia, decoração, moda, música e arte de diversos estilos e tradições estão cuidadosamente divididos na área de 29 mil m² reservada para a Fenearte 2011, que conta com mais de cinco mil artesãos, 500 a mais que no ano passado.
Para Eduardo, a Fenearte é “o momento áureo do artesanato”. Mas ele chama atenção para a política de Estado que apóia a qualificação e divulgação dos trabalhos e abrem os canais de comercialização direta com o público consumidor. “A nossa intenção é dar todo o apoio aos nossos mestres, reduzindo o número de atravessadores para que o artesanato siga gerando renda e sendo um instrumento de desenvolvimento econômico e social”, destacou o governador, durante o discurso que oficializou o início do evento.
Antes mesmo de entrar na Alameda dos Mestres – a primeira da feira - Eduardo e Renata visitaram o estante do Programa Chapéu de Palha e receberam mudas para o replantio de espécies da Mata Atlântica brasileira, que serão doadas durante todos os dias do evento. Ainda do lado de fora do pavilhão do Centro de Convenções, próximo à bilheteria, outra parada obrigatória. Na Unidade Móvel do Artesanato, uma carreta com 22m de comprimento e 70m² de área, eles puderam conferir a exposição de cordéis feitos por estudantes do Programa Travessia, uma iniciativa do Governo de Pernambuco com a Fundação Roberto Marinho.
Tema da Fenearte 2011, a literatura de cordel está por toda parte da feira. O xilogravurista J. Borges, 75, contou que se sente bastante lisonjeado com a homenagem feita pelo evento ao gênero literário ao qual dedicou 55 anos da sua vida. “Isso vai despertar o público para comprar, ler e estudar o cordel, que tem 100 anos no Nordeste. Tivemos um momento de decadência no estilo, mas graças aos incentivos do movimento estudantil e do Estado estamos atualmente retomando esse auge”, afirmou o mestre, considerado patrimônio vivo de Pernambuco.
A Fenearte reúne um grande mix de atrações como a galeria de reciclados, espaço indígena, atividades infantis, oficinas gratuitas e, claro, muito artesanato. Filha de Ana das Carrancas, Maria de Ana, 55, vê na Fenearte um laboratório onde é possível aprender com os outros mestres. “Espero o ano todo por esse evento. Aqui temos a oportunidade de ter contato com outros artesãos, trocar experiências e ainda dá para se divertir, esses são valores que o lucro não supera”, garantiu a artesã, filha de Petrolina.
Do município de Carpina, o artesão Miro do Boneco e a sua criação, a boneca Maria Grande, participaram de todas as edições da Fenearte. Ano passado, o artista conseguiu vender R$ 6 mil em mercadorias e a expectativa é superar em 20% esse valor neste ano. “O maior incentivo que eu poderia receber é a possibilidade de mostrar o meu trabalho numa feira dessa, o que só é possível porque aqui eu não pago aluguel de estande, hospedagem e nem alimentação”, disse, referindo-se à ajuda de custo dada pelo Governo do Estado.
Com investimento de R$ 3,5 milhões, a Fenearte é uma das ações integrantes do Programa do Artesanato de Pernambuco (PAPE). Somando-se aos incentivos de apoio e valorização ao trabalho dos nossos artistas populares, este ano o Governo do Estado lançou uma linha de financiamento voltada para os artesãos. Gerido pela Agência de Fomento do Estado de Pernambuco S/A (AGEFEPE), o crédito é constituído de capital de giro que viabiliza o fornecimento de produtos e, assim, o fechamento de contratos durante a feira. A estimativa é movimentar R$ 4 milhões só na parte de contratos.
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