Em sessão solene realizada ontem (18) no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Pernambuco, a Comissão da Estadual da Memória e da Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC) marcou os 40 anos do desaparecimento dos militantes pernambucanos da Ação Popular Maxista-Leninista (APML) Fernando Santa Cruz e Eduardo Collier. Durante o ato, que contou com as participações do secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, e de integrantes CEMVDHC, os familiares dos desaparecidos durante a ditadura militar receberam cópias de documentos secretos do Ministério da Aeronáutica.
Na ocasião, o secretário Tadeu Alencar enalteceu o trabalho da comissão em busca da verdade acerca de um dos períodos mais obscuros do Brasil e de Pernambuco, lembrando que o Estado é historicamente um dos mais tradicionais na defesa dos ideais de liberdade e da democracia. Pernambuco foi pioneiro na instituição da comissão por força de uma lei estadual estando a CEMVDHC ligada à Casa Civil, secretaria que recentemente editou, pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), o livro “Réquiem por Tatiana”, da ex-presa política pernambucana, Sylvia de Montarroyos.
Ainda segundo o secretário, o ano de 2014 é um ano emblemático para o Brasil. “Além da passagem dos 50 anos do golpe militar, temos que levar em conta que as manifestações presenciadas ao longo do ano passado são um exemplo de que no país não há mais espaço para saúde, educação, segurança e serviços públicos de má qualidade”, destacou.
Durante o ato, foram devolvidos às famílias dos desaparecidos políticos documentos que foram digitalizados pela Cepe e que farão fazer parte do acervo do Memorial da Democracia. Em muitos estados esses memoriais têm sido montados nos antigos locais de prisões e torturas de presos durante a ditadura, a exemplo dos Departamentos de Ordem Política e Social (Dops).
Foto: César de Almeida
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