Nesta sexta-feira, 07, Agentes Federais, Escrivães e Papiloscopistasde todo o país participarão de protestos nas capitais. Em Recife a mobilização, que a categoria apelidou de “Algemaço”, acontece no Aeroporto Internacional dos Guararapes, a partir das 09h, quando os policiais pernambucanos irão pendurar literalmente as algemas contra o boicote imposto pelo Governo Federal, considerado um castigo pelas operações anticorrupção que abalaram o Poder Executivo na última década.
“Vamos pendurar as algemas, como os jogadores se referem às chuteiras, uma vez que estamos em ano de copa”, compara Marcelo Pires, presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Pernambuco – SINPEF/PE. Assim, os policiais pretendem levar algemas, num ato simbólico de adesão ao movimento nacional, promovido pela FENAPEF.
Na tarde desta quarta-feira (05), a diretoria do SINPEF/PE reuniu-se em AGE – Assembleia Geral Extraordinária -, com os profissionais da PF para definir detalhes, não só do Algemaço, mas das paralisações que estão agendadas. Na ocasião, a categoria votou por unanimidade, pela paralisação de um dia no próximo dia 11 de fevereiro (terça-feira), pelas greves programadas para os dias 25 e 26 e pelas paralisações nos dias 11, 12 e 13 de março. O principal motivo é o descaso do Governo Federal com a categoria.
Há várias décadas sem uma lei orgânica que reconheça suas atribuições,agentes, escrivães e papiloscopistas da PF se tornaram os únicos cargospúblicos que, na história do Brasil, amargam um congelamento salarial de sete anos, com perdas inflacionáriasque já acumulam uma deterioração superior a 40%.
Um dos efeitos mais sensíveis do sucateamento salarial dos Agentes, Escrivães e Papiloscopistas é a constatação de que o atual governo transformou uma carreira cobiçada numa espécie de carreira-trampolim, em que os novos servidores já ingressam provisoriamente pensando em outros concursos.
Estatísticas oficiais do Ministério do Planejamento demonstram o número de Agentes Federais em todo o país, e sua expressiva diminuição no decorrer do ano de 2013, logo após a realização de um concurso para 500 novas vagas:
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No ano passado 230 agentes federais desistiram da profissão ou penduraram as chuteiras, ou melhor, as algemas. Dos cargos esvaziados, metade desistiu no início da carreira, e o restante se aposentou.E é perceptível a mudança de comportamento dos policiais mais antigos, que contam os dias para se aposentarem.
Conforme informações do Ministério do Planejamento, existem aproximadamente três mil cargos policiais autorizados por Lei, mas ainda não ocupados na PF. Dirigentes sindicais protestam contra uma política de Segurança Pública que não valoriza os servidores que combatem o tráfico de drogas, armas e a corrupção em nosso país.
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