quinta-feira, 13 de junho de 2013

Armando: para crescer, Brasil precisa investir em inovação

Em discurso no plenário, senador comemorou implantação de um centro de inovação em Pernambuco, o CICTEC
Brasília - Durante pronunciamento no plenário, o senador Armando Monteiro (PTB) chamou a atenção para a situação preocupante da conjuntura econômica brasileira, cujos indicadores têm piorado. Ele citou, por exemplo, a conjugação de baixo crescimento com aceleração da inflação, além do agravamento das contas públicas, especialmente na área fiscal. Sob esse aspecto, alertou para o viés expansionista da política fiscal, o que não seu entendimento não ajuda a política monetária.
“O Brasil faz um movimento para apertar a política monetária elevando a taxa de juros e, ao mesmo tempo, a política fiscal vai noutra direção, expandindo o gasto, aumentando a demanda agregada do setor público. Isso tudo se reflete também na existência de um déficit que os economistas chamam de déficit gêmeo, que é a conjugação do déficit fiscal com o das contas externas. E aí também o desempenho das contas externas vem se revelando preocupante”, afirmou.
Dados apresentados pelo senador mostram que o País, depois de um longo tempo, registra déficit na balança comercial: nos cinco meses de 2013, o acumulado é de quase US$ 6 bilhões, concorrendo então para que o déficit em conta corrente já atinja, segundo as previsões, algo correspondente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso significa que este déficit alcançará US$ 76 bilhões.
Diante deste cenário, e por mais que o Brasil receba a cada ano o ingresso de recursos externos da ordem de US$ 60 bilhões, Armando alerta que esses recursos não serão suficientes para financiar o déficit em conta corrente, o que implicará na queima de reservas cambiais brasileiras.
Armando voltou a alertar que o Brasil está perdendo competitividade por conta da baixa produtividade da economia brasileira. Segundo ele, na área industrial os ganhos de produtividade dependerão fundamentalmente da capacidade de inovar e incorporar o conhecimento nos processos e produtos. “A capacidade de inovação das empresas influencia de forma decisiva a produtividade global da economia. Na era do conhecimento inovar não é uma opção, inovar é o único caminho para um país conseguir conquistar inserção mais dinâmica na economia global”, destacou.
Exemplo em Pernambuco - Para Armando, a questão da inovação, por seu caráter estratégico, tem que ser elevada ao patamar de uma política de Estado, com intuito de garantir maior institucionalidade e permanência.
Neste sentido, registrou a iniciativa pioneira no País, que começou a funcionar em Pernambuco, recentemente: o Centro de Inteligência Competitiva para Parques Tecnológicos (Cictec), localizado no Porto Digital do Recife. Esse centro terá a missão de gerar, articular e difundir informações em áreas estratégicas para as 230 empresas instaladas no próprio Porto Digital, nos bairros do Recife e Santo Antônio, e no Parque Tecnológico de Eletroeletrônica de Pernambuco, no bairro do Curado, em Jaboatão dos Guararapes.
O Cictec oferecerá, gratuitamente, conteúdos relevantes de tendências mercadológicas e de inovação, por meio de estudos setoriais. “Isso vai auxiliar as empresas, de maneira inestimável, na construção de uma estratégia para a promoção da sua inserção no mercado ou para a manutenção de sua competitividade nos nichos mercadológicos em que atuam”, salientou. Foram investidos R$ 3 milhões na construção desse centro pioneiro pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia e pela Agência Brasileira de Inovação.

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