quinta-feira, 22 de julho de 2010

Joaquim de “peito cheio”

Nem o governador-candidato Eduardo Campos (PSB), nem a anfitriã, a deputada federal Ana Arraes (PSB). Na inauguração do comitê da mãe do governador, candidata à reeleição, ontem à noite, quem roubou a cena foi o ex-governador, ex-ministro, ex-prefeito do Recife e ex-deputado federal Joaquim Francisco (PSB), suplente do candidato a senador Humberto Costa (PT). Um dos símbolos do PFL (hoje DEM) até o ano passado, Joaquim se disse “à vontade” em meio a seus ex-adversários. E parecia mesmo. Como um militante de longa data do PSB, fez convocação aos presentes para se engajarem na campanha dos candidatos da Frente Popular de Pernambuco, e ressaltou os feitos “do nosso governo”, em referência à gestão Eduardo. “Como suplente, como militante, vou pedir voto, não de maneira acanhada, mas de peito cheio, pelo que fizemos e pelo que faremos em Pernambuco”, ressaltou ele, puxando sonoros aplausos dos presentes.


Foi a primeira manifestação pública de Joaquim na campanha da Frente Popular – justamente no mesmo dia que seu ex-aliado, o senador e candidato à reeleição Marco Maciel (DEM) comemorou 70 anos com um ato político (veja na página 6). O ex-governador discursou em razão da ausência de Humberto, que estava ontem em Brasília. A expectativa pelo pronunciamento dele era grande, a julgar pelo silêncio dos presentes quando ele fazia uso da palavra, e pelos pescoços esticados para vê-lo no palanque.

Joaquim discursou de forma entusiasmada. Falou de sua transição política, da “aprovação do governo Eduardo pela população” e defendeu a candidatura de Humberto Costa, seu antigo adversário, pelos feitos dele como gestor público, citando a implantação do SAMU, de quando o petista era ministro da Saúde (2003/2004). “Estou aqui porque você, Eduardo, construiu algo de novo em Pernambuco. Acredito nesse projeto, que tem sido a luta de Humberto. Estou com Humberto porque Eduardo abriu uma estrada ampla para que eu estivesse aqui”, explanou.

Joaquim fez elogios ao governador descrevendo-o como um raro político que tem a capacidade de conciliar o perfil administrador com o de articulador. Disse que não é difícil pedir votos para Eduardo, Humberto, Armando Monteiro (PTB) – o 2º candidato ao Senado da Frente Popular – e a Ana Arraes, “porque o povo quer votar na continuidade desse novo momento”. E garantiu que fez “um apelo” a seus aliados para se engajarem na campanha da “chapa completa”.

Ao contrário de Eduardo e de Ana Arraes, que pontuaram críticas veladas à chapa adversária de Jarbas Vasconcelos (PMDB), Joaquim não teceu qualquer comentário sobre os adversários, seus antigos aliados. (JC - 22/07/2010)

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