Conhecido por comandar uma invasão de 500 sem-terra à Câmara dos Deputados em junho de 2006, o petista Bruno Maranhão reapareceu na cena política, ontem, como cabo eleitoral do governador Eduardo Campos, candidato à reeleição. Ele circulou bem a vontade na festa de inauguração do comitê socialista com adesivos de Eduardo e de Humberto Costa, candidato a senador.
Para refrescar a memória, Bruno Maranhão foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver R$ 2,2 milhões aos cofres públicos. Esse dinheiro foi repassado pelo governo federal à Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária (Anara), dirigida por Maranhão, mas seu destino é um mistério. 'É isso o que queremos saber: onde foi parar esse dinheiro', diz Marinus Marsico, representante do Ministério Público (MP) junto ao TCU.
Segundo o tribunal, o valor, corrigido, chega atualmente a R$ 3,6 milhões. A entidade deveria usar esse recurso para capacitar 7 mil famílias, realizar 36 cursos de formação, 114 oficinas, encontros regionais e nacionais, entre outras atividades. Mas, de acordo com a auditoria do TCU, a Anara não comprovou a execução do projeto. Na decisão, os ministros do tribunal dizem que 'não há comprovação da boa e regular aplicação dos recursos'.
A associação comandada por Bruno Maranhão esconde, por exemplo, os extratos da conta bancária do convênio, documentos das licitações que teriam sido feitas, entre outras coisas. A suspeita do TCU é que a entidade, ligada ao Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), tenha usado a verba para organizar a invasão de 500 manifestantes à Câmara em 6 de junho de 2006, causando um prejuízo físico de R$ 150 mil ao Congresso. (Foto de Júnior Finfa - Magno Martins)
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