O sonho pernambucano de ter uma montadora de veículos está cada vez mais próximo de se concretizar. Nesta terça-feira (28), duas semanas após o anúncio oficial do empreendimento, foi lançada a pedra fundamental para instalação da fábrica da Fiat no Complexo Industrial e Portuário de Suape, Região Metropolitana do Recife. O evento aconteceu no Cais 5 do porto, e foi o primeiro compromisso do presidente Lula na despedida de sua terra natal. Depois, Lula e Eduardo cumpriam agenda no Marco Zero, centro do Recife.
Ao todo, serão investidos R$ 3 bilhões para instalação da unidade, que vai ocupar uma área de 740 hectares e gerar 3.500 vagas diretas de trabalho. A Fiat “made in Pernambuco” terá capacidade de produzir 200 mil automóveis/ano. “Nossa gente recebe a Fiat de braços abertos. Só conquistamos esse empreendimento porque tivemos o apoio decidido, firme, de seu governo, para que aqui pudéssemos estar hoje vendo a consolidação da retomada do setor metal-mecânico de Pernambuco. Ao lado da Fiat, vão vir dezenas de sistemistas que aqui vão se instalar”, ressaltou o governador.
Eduardo agradeceu ao presidente pelo momento que Pernambuco vive hoje, de prosperidade, com a atração de várias empresas, faladas no Estado há décadas: “Antes, nós perdemos territórios, investimentos e fomos tratados com indiferença. Mas, no seu governo, Pernambuco foi tratado com respeito, com lealdade, com carinho e companheirismo. E, os pernambucanos hoje me pedem para que lhe diga: 'muito obrigado por tudo, presidente Lula!'”.
O governador destacou que a Fiat também vai ajudar no desenvolvimento tecnológico do Estado, pois, em parceria com as universidades pernambucanas, a empresa irá investir em um grande centro de pesquisa e desenvolvimento. Antes de encerrar suas palavras, Eduardo lançou o convite: “Vamos ter muita alegria de, em 2013, a convite do Sérgio (Marchione, presidente mundial da Fiat) e do (Cledorvino) Belini (presidente Fiat da América Latina) tê-lo aqui, na inauguração da Fiat, para dirigir o primeiro carro, o primeiro veículo que vai sair dessa montadora feito pelas mãos talentosas dos pernambucanos”.
O italiano Sergio Marchionne destacou a atuação do Governo do Estado para definição da escolha por Pernambuco. “Tudo isso foi possível porque o governo local favoreceu os investimentos externos, acompanhou-os nas fases iniciais, permitiu que muitas atividades se afirmassem e crescessem junto. Para nós, é uma honra passar a fazer parte de um tecido tão vital e estratégico como este”, declarou Marchionne, que teve seu discurso traduzido para o português no telão armado no fundo do palco.
Lula fez um discurso atípico. Falou relativamente pouco, cerca de 25 minutos, quando costuma passar dos 40. Não fez piadas. Ao contrário, falou em tom de despedida e de desabafo. Animou-se um pouco mais apenas ao falar do governador Eduardo Campos: “Não poderia ir embora sem dizer ao povo de Pernambuco: obrigado por vocês terem reelegido o Eduardo Campos com a votação que ele teve. Temos que enaltecer este companheiro. Primeiro, ele foi leal comigo como somente um filho pode ser. Segundo, montou uma equipe muito capaz para elaborar os projetos de interesse do Estado. Terceiro, é um companheiro que não rejeita tarefas. Dê a tarefa, que ele faz e faz muito bem”, afirmou.
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