terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Eduardo pede mais investimentos para Nordeste tirar atraso em relação ao Sul

O crescimento equilibrado do Brasil só pode se dar se for levado em conta que a questão nordestina é parte fundamental da questão brasileira, e que o nordeste, em vez de ser problema como foi considerado por muito tempo, é parte essencial da solução do maior problema da sociedade brasileira, que é a desigualdade.
Este foi o motor da palestra que o governador Eduardo Campos pronunciou nesta terça-feira (06/12), em Salvador, no seminário Nordeste do Século 21, promovido pela Revista Carta Capital. Alem de Eduardo, o governador Cid Gomes (CE) e a economista Tânia Bacelar foram outros participantes do evento.
O governador pernambucano defendeu a necessidade de ser concretizada uma nova agenda para o nordeste, acrescentando que apesar de estar crescendo em ritmo e em intensidade superior à média brasileira, o atraso que marca a estrutura econômica do país só pode ser eliminado se houver uma mudança efetiva na dimensão dos investimentos feitos na região.
“O Banco do Nordeste, em estudo recente, mostrou que se o nordeste continuar crescendo um ponto percentual acima do Brasil precisará de 40 anos para chegar ao mesmo patamar de desenvolvimento do Centro Sul e nós não podemos esperar tanto tempo”, disse Eduardo.
Para ele, é preciso investir tanto em infraestrutura econômica quanto em infraestrutura social e pontuou a educação como caminho chave para o salto competitivo que a região precisa dar.
“Nos ainda temos um estoque de repetentes na população escolar e um acumulado de analfabetos que choca nossas consciências. Será preciso um esforço extraordinário de todos os entes federativos, mas principalmente da União Federal, para mudar esta realidade”, disse Eduardo, acentuando ainda a necessidade de um aumento significativo das oportunidades de qualificação profissional.
Eduardo disse ainda que todos os estados do Nordeste têm feito sua parte e citou avanços concretos conquistados em Pernambuco, como a multiplicação das matrículas em escolas técnicas – existiam cinco unidades; até 2014 serão 60 – e em escolas que oferecem ensino em tempo integral.
“Tínhamos 14 e agora caminhamos para ter 174 escolas nas quais os alunos permanecem o dia inteiro, em atividade escolar e posso testemunhar que isso faz uma enorme diferença, como as notas do ENEM têm demonstrado”, frisou.
O governador pediu ainda uma mudança no perfil do investimento privado na região, pedindo ao governador federal uma política tributária diferenciada. “Precisamos de indústrias que empreguem e paguem salários mais elevados, para aumentar a renda média da população. Mas, por enquanto, há uma forte concentração no centro sul. Veja, por exemplo, que quase toda a indústria automobilística está no sudeste”, lembrou.

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