Ex-ministro da Agricultura no governo João Goulart, o empresário Armando Monteiro Filho completa neste sábado (11), 85 anos de idade. Recifense, casado há 61 anos com Maria do Carmo Magalhães de Queirós Monteiro e pai de cinco filhos. Armandinho, como é chamado pelos amigos, tem uma trajetória política marcada pela coerência, sempre ligado às forças progressistas de Pernambuco e do Brasil.
Em 1954 foi eleito pelo PSD o deputado federal mais votado de Pernambuco, assumindo o mandato no ano seguinte, sendo reeleito em 58. Foi no segundo mandato que participou da elaboração do projeto que criou o Conselho de Desenvolvimento Econômico do Nordeste. O conselho foi o embrião para a criação da Sudene, que teve entre seus principais mentores o economista Celso Furtado.
Com o Brasil vivendo sob o parlamentarismo, Armando Monteiro Filho foi convidado pelo então primeiro-ministro, Tancredo Neves, para comandar o Ministério da Agricultura (1961). Como ministro, fortaleceu os movimentos sociais que lutavam pela reforma agrária. Mostrando sensibilidade e visão de futuro, o ministro defendeu a mecanização das lavouras para aumentar a produtividade, ao mesmo tempo em que estimulou a formação de cooperativas, para garantir mais força os pequenos produtores.
Armando Monteiro Filho permaneceu no ministério até 1962, quando Tancredo deixou o cargo, por conta da restauração do presidencialismo. Dois anos mais tarde o Brasil sofreria o golpe militar, que durou até 1984. Desde o primeiro momento, Armando Monteiro Filho foi contra a ditadura e passou a lutar pela redemocratização do país. O ex-ministro filiou-se então ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), único partido de oposição no Brasil. Em 1979, com a abertura e o retorno dos exilados, ingressou no PDT, ao lado de Leonel Brizola, que havia acabado de voltar ao Brasil.
Armando Monteiro Filho é um exemplo de coerência política e dedicação ao povo pernambucano. Uma prova de que os sonhos não envelhecem.
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