O Governo do Estado vai investir mais de R$ 170 milhões e Pernambuco vai ganhar 10 grandes Unidades de Pronto Atendimento em 2012, as chamadas UPAs Especialidades (UPAEs). O anúncio foi feito pelo governador Eduardo Campos nesta segunda-feira (21) durante o lançamento da nova Política Estadual de Fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, no Palácio do Campo das Princesas.
As UPAEs vão oferecer atendimento gratuito em 14 áreas. Cardiologia, endocrinologia, dermatologia, gastroenterologia, urologia, infectologia, nefrologia são algumas delas. Petrolina vai ganhar a primeira unidade, que vai contar também com atendimento em urgência clínica e odontológica. Ela será erguida na Avenida Coronel Antônio Honorato Viana, nas proximidades do Centro Social Urbano (CSU). O investimento será de R$ 18 milhões em obras e equipamentos.
Já Recife, Garanhuns e Caruaru receberão um outro modelo de UPAE, com capacidade para realizar cirurgias de baixa complexidade, nas quais os pacientes são liberados em até 24h. São procedimentos como operação de catarata, adenóide, biópsias, retiradas de hérnias, entre outras. O investimento previsto em cada uma dessas unidades é de R$ 20 milhões. Os demais municípios a ganhar UPAEs são Arcoverde, Caruaru, Palmares, Limoeiro, Ouricuri, Salgueiro e Serra Talhada. Cada uma delas receberá R$ 16 milhões em investimentos.
UNIVERSALIZAÇÃO – O governador também anunciou a expansão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) que hoje atende apenas 38 cidades pernambucanas. Até o final de 2012, todos os municípios serão cobertos pelo serviço do 192. Para isso, o Governo do Estado vai adquirir 150 novas ambulâncias para somar às 104 existentes hoje.
Em entrevista, o governador falou da dificuldade que o Estado encontrava para universalizar o serviço: “Não tínhamos SAMU em todas as regiões porque faltavam profissionais de saúde. Agora, conseguimos formar as equipes, pactuamos com os municípios e avisamos ao Ministério da Saúde. Estamos comprando os equipamentos e ambulâncias para que, ao longo de 2012, a gente possa garantir que o pernambucano tenha cobertura do SAMU em 100% do seu estado”.
Hoje, existem três centrais do SAMU em Pernambuco. A do Recife, que atende toda a Região Metropolitana, a de Caruaru – que abrange também cidades vizinhas – e a de Petrolina. A ampliação prevê uma nova central em Serra Talhada e a expansão do atendimento de Petrolina para todo o Vale do São Francisco.
ATENÇÃO PRIMÁRIA – A nova Política Estadual de Fortalecimento da Atenção Primária em Pernambuco vai reforçar o trabalho preventivo realizado principalmente pelo Programa Saúde da Família (PSF). Em 2010, o valor repassado pelo Estado foi de R$ 4,5 milhões. Em 2012, os investimentos devem ultrapassar a marca dos R$ 30 milhões. “Muitas cidades têm dificuldade de manter o PSF e vamos ajudar com esses repasses, sobretudo aos municípios com menor IDH”, explicou o governador.
O co-financiamento da Atenção Primária tem agora três modalidades: a primeira é o Piso Estadual da Atenção Primária à Saúde, que terá investimentos de R$ 10 milhões e será repassado a todos os municípios já na próxima quarta-feira (23). Do valor total, cerca de 60% será destinado às 168 cidades que possuem Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo de 0,705, que é verificado em Pernambuco.
Já a segunda linha é premiar os municípios que batam as metas de redução de mortalidade infantil, e de prevenção de doenças como diabetes, hipertensão e outras. A terceira é a de premiar os profissionais de saúde envolvidos que tiveram atuação exemplar.
Para Eduardo, investir na atenção primária é pensar no futuro. “É uma grande integração federativa com os municípios para cuidar da saúde das pessoas e evitar que elas precisem futuramente dos hospitais. É muito caro cuidar de quem perdeu a saúde, e é muito barato cuidar para não se perder a saúde. É um passo importante para que se possa estruturar uma política com muito mais cuidado”, afirmou.
O secretário de Saúde, Antônio Carlos Figueira, afirmou que esses recursos vão ajudar muito no custeio dos municípios. “Uma equipe de PSF custa em torno de R$ 30 mil por mês. O que a União repassa é insuficiente para cobrir as despesas e obriga os municípios a gastarem mais do que os 15% previstos na Constituição. Então é um estímulo, é a crença que a atenção básica é quem deve ordenar todo sistema”, pontuou.
“É vanguardista essa posição do Estado em apoiar a atenção primária à saúde, que é a porta de entrada do SUS”, elogiou o representante do Ministério da Saúde na solenidade, Mozart Sales.
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