Um banco de sementes crioulas para preservar e
disseminar a agrobiodiversidade genética do acervo de conhecimentos
tradicionais dos povos indígenas e quilombolas de Pernambuco. A iniciativa,
anunciada pelo secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier,
em reunião do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), é uma das ações do
Programa Caatinga Sustentável, voltado para incentivar o desenvolvimento de
comunidades vizinhas às Unidades de Conservação do Semiárido. O programa já tem
alocado cerca de R$ 1 milhão somente para os povos e comunidades tradicionais
da região.
“Pela primeira vez Pernambuco realiza ações
exclusivamente dedicadas a estes povos, com o compromisso de não apenas
fortalecer a preservação de seu saber ancestral, mas também apoiar o seu
desenvolvimento, uma vez que eles têm muito a nos ensinar em termos de práticas
sustentáveis e de conservação dos recursos naturais”, destaca o secretário
Sérgio Xavier.
Desde 2011 a Semas vem realizando levantamentos para
um diagnóstico sociocultural e ambiental dos territórios e comunidades
tradicionais do Estado (que incluem também comunidades ribeirinhas, pescadores
artesanais e ciganos). Das 157 comunidades quilombolas registradas no Estado
até o momento, três serão ponto de partida das ações do banco de sementes:
Conceição das Crioulas, em Salgueiro; Castainho, em Garanhuns; Riacho dos
Porcos, em Sertânia (quilombolas); comunidade indígena Pankararu, em
Petrolândia; e a aldeia Fulni-ô, da cidade de Águas Belas.
“Além de sementes e plantas medicinais, a meta é
colaborar para a conservação e multiplicação de práticas tradicionais de manejo
agrícola sustentável, sem uso de agrotóxicos (comumente utilizadas por estes
povos)”, adiantou a gestora da Semas, Bernadete Lopes, que é ex-diretora da
Fundação Palmares e hoje coordena o trabalho de levantamento e relacionamento
com as comunidades.
“Vale lembrar que a preservação de todo este
saber sagrado é, acima de tudo, uma necessidade da humanidade, e não só de
Pernambuco”, frisou o secretário Sérgio Xavier, que também anunciou a proposta
de criação de uma lei estadual para proteção e acesso aos conhecimentos
tradicionais e repartição de benefícios, na última reunião do Consema, no
último dia de 26 de outubro, em Petrolândia, na Mesorregião do São Francisco.
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