Morreu às doze e meia desta quinta no Hospital Nossa Senhora das Graças em Curitiba a ex prefeita de Afogados da Ingazeira, Giza Simões. A notícia foi passada agora na Rádio Pajeú pela vereadora Antonieta Guimarães, cunhada de Giza e porta voz da família. Giza tinha 66 anos e foi prefeita de Afogados por dois mandatos.
O quadro de Giza tinha apresentado complicações na madrugada segundo informações passadas pelo filho, Danilo Simões , esta manhã, também a Antonieta.
Segundo o irmão Ramiro Simões, o velório acontecerá em Afogados da Ingazeira e o sepultamento em Alagoinha, em data ainda não definida. Já é praticamente certo que o velório acontecerá no Cine São José.
Giza foi submetida a um transplante de medula, realizado em 17 de junho, para tratar uma complicação fruto da síndrome mielodisplásica, a que foi submetida.
“O transplante foi realizado com sucesso, mas Giza teve complicações a partir do pós transplante, na quimioterapia”, revelou Antonieta. Ela afirmou que as complicações se intensificaram no fim de semana, quando foi levada a Curitiba.
Dona Giza deixa dois filhos, Danilo e Eugênia Simões, cinco netos e sete irmãos. Dois deles estiveram acompanhando de perto o drama que ela viveu : Lúcia Helena, que foi responsável pela doação de medula e o padre Adilson Simões, de Arcoverde.
Luto oficial : A Prefeitura de Afogados da Ingazeira acaba de decretar luto oficial de três dias. A notícia foi confirmada pelo prefeito José Patriota (PSB). “Acabo de assinar o decreto e amanhã será ponto facultativo em Afogados para que as pessoas possam fazer a despedida e o agradecimento final pelo que ela representou”.
Maior liderança individual da história recente : Giza Simões era casada com Orisvaldo Inácio da Silva, que rompeu com uma história de anos de comando político de Antonio Mariano de Brito, a partir das eleições de 1988. Foi Prefeito e Deputado Estadual. Em seu mandato como gestor, Giza foi escolhida para ser sua Secretária de Assistência Social. Seu contato direto com pessoas que procuravam a Secretaria começou a dar dimensão a seu nome como potencial alternativa para suceder Orisvaldo.
Mas foi em 1996, após o primeiro mandato de Totonho Valadares, que Giza teve seu nome elevado à condição de candidata preferida da população. Apoiada pela Frente Popular, foi eleita pela primeira vez. Invocando a recém aprovada Lei da Reeleição, Giza pleiteou disputar a Prefeitura novamente. Sem o apoio da Frente, decidiu seguir com o seu grupo e venceu Totonho Valadares. Governou mais quatro anos.
Indicou José Ulisses como seu candidato mas não obteve êxito. Totonho voltou à Prefeitura. Ainda tentaria por mais duas vezes a disputa da Prefeitura e por um vez um mandato estadual, em 2010, quando foi majoritária no município. Em fevereiro de 2011, perdeu o marido, Orisvaldo Inácio, após complicações para tratamento de uma érnia inguinal.
Pouco depois de perder o marido, identificou uma doença chamada Síndrome Mielodisplásica, que causa a produção inefetiva de células sanguíneas. Ainda teve forças para disputar as eleições de Afogados em 2012, quando foi derrotada por José Patriota obtendo 9.820 votos, mas pouco depois teve que intensificar o tratamento.
Chegou a passar por um transplante de medula, mas não resistiu à quimioterapia. Era tida como liderança de um capital eleitoral instransferível, fruto de sua força política. Por isso, era tida como a maior liderança individual da recente história política. Era conhecida também pelo acesso que tinha nas camadas mais populares. “Mãe da pobreza”, “amiga dos pobres”, eram formas com as quais era comumente tratada. (Blog Nill Junior)
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