A nascente do rio São Francisco, que está localizada dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais, está seca. Segundo o chefe do parque, diretor Luiz Arthur Castanheira, o evento é inédito e o motivo disso foi a sucessão de secas que atingem a região há pelo menos três anos.
O fato deixou o deputado federal Gonzaga Patriota estarrecido. O parlamentar sempre defendeu o Velho Chico, inclusive, apresentando um Projeto de Lei que propôs a interligação da hidrovia do São Francisco com a Bacia Amazônica o que, segundo ele, garantiria a navegabilidade e a regularização do nível das águas do São Francisco. “A execução desse projeto é indispensável. Não se pode falar em transposição do São Francisco sem garantir a regularização do nível do rio”, justificou. A proposta aguarda, atualmente, a designação de relator na Comissão de Viação e Transportes (CVT).
Estimado em R$ 1 bilhão, o projeto prevê a construção de um canal, com cerca de 200 quilômetros de extensão, entre o rio Tocantins, no Centro-Oeste, e o rio Preto, que corta os municípios a Oeste da Bahia. O tráfego hidroviário do rio São Francisco seria feito pelo canal do rios Preto, Tocantins e Amazonas, facilitando, inclusive, o transporte das cargas da Ferrovia Norte-Sul para o Porto de Suape, no Recife.
O deputado Gonzaga Patriota lembra que a proposta, entregue ao relator do Grupo de Trabalho de Transposição do São Francisco, Marcondes Gadelha (PFL/PB) é antiga. Em 1987, a ideia foi apresentada à Câmara Federal. “O plano ficou engavetado e só no ano de 1995 chegou a receber pareceres favoráveis das Comissões de Viação e Transporte e de Constituição e Justiça”, explicou.
E completa: “Há que se reconhecer à viabilidade deste projeto desde que, no livro clássico de Geraldo Rocha “o Rio São Francisco, precípuo para o desenvolvimento do Brasil”, publicado em 1940, numa antevisão genial, já aventava com a possibilidade da abertura de um canal para o rio São Francisco, vindo do rio Tocantins”.
Por fim, o socialista explica que sem transporte hidroviário e água suficiente capazes de estabelecer o fluxo de produção dos ribeirinhos são-franciscanos, teremos uma pletora de homens inertes por culpa única e exclusiva dos poderes públicos que não zelam pela realidade socioeconômica e cultural do povo nordestino.
“Este Projeto de Lei é mais do que uma tarefa parlamentar- é uma questão que deve ser resolvida para dar sentido à fecundidade da terra, do trabalho para a riqueza do homem, para o Nordeste, dádiva primeira do rio São Francisco”, finalizou.
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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