O
senador Armando Monteiro (PTB-PE) embarcou nesta quinta-feira (31) para
Brasília com a convicção de que o PMDB deve apresentar um nome
alternativo ao do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para concorrer à
presidência do Senado, nas eleições que serão realizadas nesta
sexta-feira (01).
Em
entrevista ao programa Frente a Frente, com Magno Martins, Armando
explicou que o Senado não pode arriscar-se a passar pelo constrangimento
de ter o seu Presidente respondendo a uma Ação Penal no Supremo
Tribunal Federal (STF). “Então eu estarei atuando para que a gente possa
construir uma alternativa. Pode ser outro nome do PMDB, preservando o
princípio da proporcionalidade. E pode, em último caso, ser um destes
candidatos de protesto, porque entre o PMDB, Renan, e a instituição,
fico com a instituição”, reforça Armando.
Leia abaixo a opinião do senador pernambucano sobre a eleição no Senado.
Vota em Renan?
Não.
Eu estou primeiro certo de que alguma coisa vai acontecer. Porque os
fatos que vêm acontecendo aí, sobretudo envolvendo aquele processo ainda
antigo do Senador Renan, há fatos novos que são inquietantes e
preocupantes. O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, diz que
as denúncias que estão sendo encaminhadas agora ao Supremo Tribunal
Federal (STF) são consistentes, o que significa dizer que nós estamos
diante da possibilidade de, daqui a seis meses, o STF abrir uma ação
penal contra o futuro presidente do Senado.
Ora,
eu pergunto, alguém pode colocar a própria instituição nesta situação
de constrangimento? Então eu estou indo a Brasília para tentar convencer
os companheiros do PMDB, já que a bancada do PMDB é majoritária, a
apresentar ao conjunto, ao Senado, e sobretudo à base aliada do governo,
um outro nome. Um nome que o PMDB possa oferecer e que não submeta
amanhã a instituição a este vexame que é o de ter o presidente da Casa
sob o risco de uma ação na esfera penal, de responsabilização. Então eu
estarei atuando para que a gente possa construir uma alternativa. Pode
ser outro nome do PMDB, preservando o princípio da proporcionalidade. E
pode, em último caso, ser um destes candidatos de protesto, porque entre
o PMDB, Renan, e a instituição, eu fico com a instituição.
As denúncias contra Renan nos jornais são graves?
Não
se trata apenas do noticiário, porque às vezes há campanhas que são
desencadeadas por setores da mídia e que nem sempre tem amparo
efetivamente nos fatos. Mas eu estou me baseando em algo muito mais
grave, que é uma declaração do Procurador Geral da República, de que as
denúncias que estão sendo encaminhadas agora, oferecidas ao Supremo
Tribunal Federal, são consistentes. Isto significa que na análise da
Procuradoria Geral os fatos que estão apontando para a responsabilidade
do senador Renan, naquele episódio das famosas notas que foram emitidas,
que estas denúncias são fundadas, consistentes. Então como é que nós
vamos ficar amanhã numa crise institucional, com o STF promovendo uma
ação de responsabilidade contra o Presidente do Senado? Porque é que
alguém pode ter o direito de colocar a instituição numa situação amanhã
de constrangimento como esta? Eu pergunto: só o senador Renan, na
bancada do PMDB, pode presidir o senado? Não tem mais nenhum outro
companheiro do PMDB, que possa assumir esta responsabilidade? Portanto,
eu quero estar empenhado, até o último minuto, para que a gente construa
uma alternativa. Eu estou convencido de que este é o interesse maior da
própria instituição.
Sobre as candidaturas de protesto e outros nomes do PMDB
Destes
candidatos que estão encarnando uma posição nítida de protesto e de
oposição, não há dúvida nenhuma de que o senador Pedro Taques (PDT-MT) é
o que reúne melhores condições. Mas eu ainda estou defendendo a posição
de que possa surgir um nome na própria bancada do PMDB, que é a bancada
majoritária, respeitando o princípio da proporcionalidade. E eu lembro,
por exemplo, nomes como o do ex-governador de Santa Catarina, o senador
Luiz Henrique, que é um homem que tem efetivamente uma trajetória
respeitável. Nós temos senadores como Waldemir Moka (PMDB-MS) e outros
tantos que poderão se colocar como uma alternativa neste momento. O
importante é que o PMDB não pode colocar o Senado da República numa
situação amanhã de risco institucional. Não é possível admitir esta
hipótese. Não há interesses político-partidários que possam sobrepor-se
ao interesse da instituição. Nosso compromisso como senadores tem que
ser primeiro com a instituição.
Pedro Simon seria outro nome ou é carta fora do baralho?
Eu
não vou dizer que (Pedro Simon) seja carta fora do baralho. Mas eu
estou me baseando em algo que o próprio senador Jarbas Vasconcelos
colocou. Embora sabendo que há nomes no PMDB, que são muito
respeitáveis, como o de Pedro Simon, como o do nosso companheiro aqui,
Jarbas Vasconcelos, mas eles próprios entendem que deveria ser um nome
que pudesse até contar com o apoio do próprio governo. Então neste
sentido tem que ser um nome do PMDB que transite também pelo governo.
Porque aí nós teríamos garantida a possibilidade de uma eleição com o
majoritário apoio da base aliada.
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