Uma
quadrilha formada por engenheiros está na mira de uma operação
deflagrada, na manhã de hoje, em Pernambuco. O grupo é acusado de
participar de ações fraudulentas em obras públicas, com prejuízos
avaliados em até R$ 20 milhões. A operação, denominada Resgate, conta
com cerca de 150 agentes e mais de 40 ordens judiciais. A ação é da
Polícia Federal e da Controladoria Geral da União, com apoio da Receita
Federal.
Dentre os servidores investigados e
que serão afastados da função, estão o superintendente da Funasa em
Pernambuco, Alcio Pitt, e o secretário de Obras de Arcoverde, Eduardo
Lima. Fiscais de contratos municipais também podem estar envolvidos.
Por cerca de três anos, a polícia
investigou os suspeitos, que representavam ao mesmo tempo empresas de
engenharia (ou construção civil) e repartições públicas. Servidores
municipais que eram coniventes com as ações fraudulentas também foram
investigados. A quadrilha atuava no Recife e Paulista, no Grande Recife;
Macaparana, Paudalho e São Benedito do Sul, na Zona da Mata; Caruaru,
no Agreste; e Arcoverde, no Sertão pernambucano.
As investigações concluíram que os
suspeitos participavam de diversas fases de execução de obras públicas
no interior pernambucano e exercia influência em órgãos como Funasa e
Caixa Econômica Federal. A quadrilha captava recursos públicos e
conseguia a aprovação de projetos. Quando as verbas eram repassadas aos
municípios, uma parte do grupo elaborava projetos básicos, enquanto a
outra parte participava de licitações fraudadas. Na execução das obras,
cometiam várias irregularidades, como o superfaturamento nos preços de
materiais empregados.
(Magno Martins)
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