Os homens e mulheres do campo de 87
municípios do Semiárido vão poder contar agora com o abastecimento regular de
água para aumentar e melhorar a qualidade da produção de alimentos. A garantia
de que essa reinvindicação será cumprida foi dada nesta quarta-feira (30/05),
durante o lançamento do Projeto Pernambuco Mais Produtivo. Na presença de
centenas de agricultores, Eduardo anunciou a construção de 15,5 mil cisternas
do tipo calçadão.
A construção dos reservatórios para
captação de água é hoje, segundo o secretario executivo de Agricultura
Familiar, Aldo Santos, uma “inovação tecnológica e social” que vai
garantir a segurança hídrica para os agricultores que vivem no Semiárido.
Quando estiverem prontos, os reservatórios vão beneficiar 85 mil pessoas de 40
cidades do Sertão e 47 do Agreste pernambucano.
Na passagem por Pesqueira, Eduardo
destacou que a construção dos reservatórios se soma a outras ações que estão
sendo tocadas pelo Governo do Estado no enfretamento à estiagem. “Numa
situação como a que estamos vivendo não tem solução única. Nós encontramos a
solução nas cisternas, nas adutoras, nos sistemas simplificados de
abastecimento de água e, em outras localidades, no abastecimento monitorado dos
carros-pipas”, detalhou.
No total, serão investidos R$ 165 milhões no projeto em recursos do Ministério
do Desenvolvimento Social (MDS) e do Governo do Estado. O Pernambuco Mais Produtivo
é um projeto da Secretaria Executiva da Agricultura Familiar em conta com a
parceria da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA).
Mãe de seis filhos e sem marido, Maria
Rosineide da Silva, 30, planta milho, feijão, jerimum e batata para consumo da
família. A agricultora, porém, já estava preocupada com o roçado que
mantém há 14 anos no município de Arcoverde. “Essa cisterna vai ser uma
riqueza e uma benção para nós do campo. Agora vai ter água para plantar, beber
e fazer as coisas em casa”, comemorou.
Quem também aprovou a construção das
cisternas foi a representante das agricultoras do Sitio Angélica, no município
de Buíque. “Agora não vai faltar alimento na mesa dos homens e mulheres
do campo. Vamos ter água para produzir e produzir com qualidade”, disse,
enquanto agradecia ao governador Eduardo Campos.
As cisternas que serão construídas possuem 1,80m de profundidade e sete metros
de diâmetro. Elas captam a água de chuva através de um calçadão de cimento de
200 m2 construído sobre o solo e tem capacidade para armazenar 52
mil litros de água. Se em um mês chover cerca de 300 milímetros, o agricultor
já poderá contar com um reservatório cheio para tocar sua produção.
O
calçadão também é usado para secagem de alguns grãos como feijão e milho, raspa
de mandioca, entre outras culturas. Outra vantagem é a
irrigação de quintais produtivos, o plantio de hortaliças e de
plantas medicinais, além de auxiliar o fornecimento de água para os animais.
Além
da segurança hídrica, o projeto também pensou no desenvolvimento econômico e
social do mundo rural. Para tanto, os próprios agricultores serão capacitados e
contratados para construir as cisternas, gerando cerca de mil novos empregos.
Eduardo aproveitou a ocasião para pedir a colaboração dos
agricultores-pedreiros. “Pisem no acelerador”, brincou.
A
formação dos agricultores ficará a cargo de quatro organizações não
governamentais, que assinaram convenio com o Governo do Estado. São elas: as
Dioceses de Pesqueira e Caruaru, a Diaconia e o Centro de Educação Comunitária
Rural (Cecor).
Prestigiaram a solenidade de hoje o
arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido; os bispos Dom Dino
Marchió, da Diocese de Caruaru, e Dom José Luiz, da Diocese de Pesqueira e
prefeitos de 37 municípios.
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