"O que vivemos hoje aqui é fruto da militância de muitos artistas, de intelectuais, de pesquisadores e de muitas pessoas que lutaram para a sobrevivência da cena cultural pernambucana, que é, quiçá, a mais rica deste País. Eu queria aplaudir, neste momento, os que não se entregaram nessa caminhada e que fizeram essa resistência". Foi com essas palavras de reconhecimento que o governador Eduardo Campos entregou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), nesta terça-feira (13/08), os Inventários Nacionais de Referência Cultural (INRC) para transformar os Maracatus Nação e de Baque Solto, além do Cavalo-Marinho e Caboclinho, em patrimônios culturais do País.
"Chega uma hora que temos que indagar em cima de que valores queremos edificar a sociedade do futuro. A valorização da cultura, o respeito à diversidade, à expressão de quem sabe criar e transformar dor em beleza e alegria, desesperança em esperança. Esses são valores que os senhores defendem e que são essenciais à construção de uma sociedade melhor", ressaltou Eduardo, durante a solenidade, que foi realizada na sede provisória do Governo do Estado, no Centro de Convenções, e acompanhada pelos brincantes e mestres.
Presente no ato, a presidente do Iphan, Jurema Machado, mostrou-se satisfeita com o resultado dos inventários. "Pernambuco vive dois momentos de pujança: o de desenvolvimento e o do cuidado com as manifestações culturais. Porque para se tornar patrimônio cultural do Brasil, não se limita a ter uma festa. É preciso que essa manifestação seja acompanhada por um trabalho de documentação, ao lado dos mestres, que é o que vemos sendo feito em Pernambuco com muito critério", elogiou Jurema. "Esse modelo é muito importante para o desenvolvimento que defendemos para este País", cravou a presidenta do Iphan.
Para os devidos reconhecimentos, os dossiês precisam ainda passar pela avaliação e anuência do Ministério da Cultura (MinC) e do Iphan, órgãos responsáveis pela conferência dos títulos. Há a previsão de que todo o processo esteja concluído até o início de 2014. Desde 2007, o Governo de Pernambuco trabalha para coletar e organizar as informações exigidas pelos órgãos federais. Para tanto, foram divididos quatro grupos de pesquisa, de acordo com a especificidade de cada manifestação estudada.
A pesquisadora Maria Alice Amorim foi a responsável pela coordenação do INRC do maracatu rural e de baque solto. "O trabalho envolveu 12 pesquisadores, além de equipes extras, como fotógrafos e cinegrafistas. Esse inventário significa um livro sobre o maracatu, no qual estão depoimentos, imagens e histórias que passam de geração em geração. Fora isso, produzimos um curta-metragem de 20 minutos e um longa de uma hora", explicou a estudiosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário