sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Ministério Público de Pernambuco homenageia vultos históricos, dentre eles, Miguel Arraes, Francisco Julião, Agassiz Almeida, Clodomir Moraes, Abelardo da Hora e Paulo Cavalcanti.

Com uma vasta programação em comemoração à II Semana da Anistia, coordenada pelo Promotor de Justiça Westei Conde e o sociólogo Edval Cajá, o Ministério Público de Pernambuco, sob a presidência do Procurador-Geral Aguinaldo Fenelon, realizou recentemente, na sede no Centro de Direitos Humanos do MP de Pernambuco, situado à rua Visconde de Suassuna, Recife, evento em homenagem a vultos históricos atingidos pela Ditadura Militar de 64, dentre eles, Miguel Arraes, Abelardo da Hora, Francisco Julião, Agassiz Almeida, Clodomir Moraes, Paulo Cavalcanti e Edval Cajá.
Norteado num projeto de preservação da Memória e Verdade históricas, foi aposta placa com nomes de revolucionários que resistiram à Ditadura Militar, na sede dos Direitos Humanos do Ministério Público de Pernambuco.
Abrindo a sessão comemorativa, usaram da palavra o Procurador-Geral Aguinaldo Fenelon e o Promotor de Justiça Westei Conde que ressaltaram o papel do Ministério Público na salvaguarda dos direitos humanos, especialmente na dignificação daqueles que com destemor defenderam a democracia e as liberdades. Westei Conde destacou: - Nesta hora, o Ministério Público marca a sua posição reconhecendo a verdade histórica dos que lutaram pelos direitos humanos, com a aposição desta placa.
O ex-deputado Clodomir Moraes acentuou: - Convocado pelos meus companheiros, vim dos sertões da Bahia onde resido e me dedico ao estudo e pesquisas do sombrio período da Ditadura Militar que sufocou o povo brasileiro por 21 anos. O que nos legou o militarismo? Um rastro de sangue, ódio e atraso.
Visivelmente emocionado, Abelardo da Hora assim se expressou: - Procuro na arte da escultura em que trabalho olhar o ser humano como um cidadão de direitos. Os militares da ditadura fizeram do homem um animal.
Edval Cajá, este sentinela das lutas democráticas, assim falou: - O que nos move no curso dos tempos é que os verdadeiros culpados sejam arrastados às barras da justiça. Não temos ódio. Buscamos a verdade histórica.
Agassiz Almeida, num inflamado discurso, ressaltou: - Há 50 anos, aqui funcionava a 2ª Cia. de Guarda do Exército que durante a ditadura militar se transformou num centro de torturas, dores e mortes; hoje, meus companheiros, ergue-se uma verdadeira catedral dos direitos humanos. Neste painel em que se homenageiam dezenas de revolucionários que não se deixaram vencer pela tirania militar, o Ministério Público de Pernambuco engrandece a história do nosso país na defesa dos direitos humanos e da memória dos fatos.
Qual foi o grande legado à posteridade das gerações de 60 e 70 do século passado? A indignação diante das injustiças sociais e a paixão como abraçavam as grandes causas.
Onde estão os criminosos de lesa-humanidade que tiranizaram o país por 21 anos? Estão por aí como cães danados da História Universal.
O que fizeram? De Che Guevara, um mito; de Carlos Lamarca, um herói; de David Capistrano e Fernando Santa Cruz, mártires.
Com este painel histórico, eis a resposta da liberdade ultrajada aos tiranos. Nele, duas grandezas se encerram: a verdade histórica e o reconhecimento dos homens que carregam o sentimento de justiça e da verdade.
Encerrando pontuou Agassiz Almeida: - Quando no amanhã dos tempos as futuras gerações perguntarem o que fizemos a história responderá: Eles foram uns indignados contra as injustiças sociais e os criminosos de lesa-humanidade.

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