O governador Eduardo Campos esteve hoje (19/03) no Porto do Recife para dar início à dragagem do canal de acesso, da bacia de manobras e dos dez cais que o compõem. A obra vai possibilitar a atracação de grandes navios e, com isso, proporcionar um aumento de 50% na movimentação de cargas no terminal. A profundidade média no local, que hoje é de 9,5m, passará a ser de 11,5m na maré zero e de 12,8m em média.
A dragagem vai desassorear uma área de 1,2 km² e será concluída em 60 dias. Mais de 711 mil m³ de areia, argila e material duro devem ser retirados do fundo do mar e levados para uma zona de despejo localizada a 12 km da costa. “Em 2009, uma outra dragagem foi feita, mas retirou apenas materiais leves”, lembrou o diretor-presidente do Porto do Recife, Pedro Mendes.
O investimento do Governo do Estado é de R$ 21,5 milhões e tem retorno garantido. “Essa é uma dragagem que retira material duro. Ou seja, uma grande pedra que havia na entrada do Porto e impedia que navios maiores viessem para cá. As menores embarcações também ficavam na dúvida se poderia acontecer um acidente, encarecendo, por exemplo, o seguro da carga”, explicou o governador.
Para fazer o serviço, duas dragas foram contratadas junto à empresa holandesa Van Oord, que venceu a licitação. Uma para a retirada de materiais moles (areia) e outra para sólidos (pedras). A primeira delas já começou a trabalhar. Com 41m de altura e 137m de comprimento, o navio tem capacidade de armazenar até 10 mil m3 de resíduos por vez.
Na próxima quinta-feira (23), chega a segunda draga que vai cavar e quebrar os resíduos duros do solo. De acordo com o gerente de operações da Van Oord no Brasil, Jürgen Nieuwenhoven, “Os 45 funcionários da obra trabalharão 24h por dia, retirando 30 mil m3/ dia de material”.
O aumento do calado também vai possibilitar a diversificação das cargas movimentadas. Hoje, apesar de o terminal recifense movimentar veículos e contêineres são os graneis sólidos (açúcar, cevada, trigo, entre outros) que representam a maior parte do que entra e sai de lá. Em 2011, o açúcar foi responsável por 51% da movimentação de dois milhões de toneladas. Para este ano a expectativa é que o total embarcado e desembarcado no porto seja de três milhões de toneladas.
O fortalecimento do Porto de Recife foi assegurado por Eduardo Campos na campanha eleitoral de 2006. Naquela época, especulava-se que o equipamento poderia fechar as portas e dar lugar a um parque de diversões. Desde então, o berço da capital pernambucana tem reconquistado o seu espaço na economia do estado.
Durante a visita feita logo no início da manhã, o governador lembrou de outros investimentos feitos pelo Estado para modernizar e dar competitividade ao Porto do Recife, a exemplo do novo Terminal Marítimo de Passageiros (TMP) e do Centro de Artesanato de Pernambuco (Cape)
O Cape já está quase pronto e vai ocupar uma área de 2,5 mil metros quadrados. Lá ficarão à venda peças de arte popular feitas de madeira, cerâmica, tapeçaria e outros materiais criadas por artesãos locais. O Estado investe R$ 5 milhões na obra.
Já o novo Terminal Marítimo de Passageiros será entregue em janeiro de 2013. A construção está recebendo cerca de R$ 26 milhões em investimentos, sendo que R$ 21,8 milhões do PAC da Copa e o restante do Governo do Estado.
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