O deputado estadual e presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Silvio Costa Filho (PTB), recebeu na tarde desta sexta-feira (19) o presidente da URBS de Curitiba, Marcos Isfer, no Plenarinho III da Alepe. Também estiveram presentes duas técnicas da UBRS, Olga Prestes e Rosângela Battistello, o presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da Câmara dos Vereadores do Recife, Gilberto Alves, e a presidente estadual do PPS, Débora Albuquerque.
Na pauta de discussão, o desafio de adaptar a mobilidade urbana da Região Metropolitana do Recife a projetos que deram certo em Curitiba.
Com modelo referência no sistema de transporte público, Curitiba, hoje, investe em ônibus biarticulados, sistema BRT, e em tarifas únicas - por meio da Rede Integrada de Transporte (RIT) -, proporcionando aos passageiros uma circulação integral e metropolitana com o valor de somente uma passagem. De acordo com Marcos Isfer, até bem pouco tempo atrás a mobilidade urbana era um tema de pouca relevância em Curitiba. “O transporte coletivo era algo que interessava a sociedade, mas não era prioridade. Com o aumento da demanda de veículos e espaços limitados começamos a perceber a necessidade de se investir nisso. O adensamento só será amenizado se o sistema for de qualidade”, garantiu Irfes.
Segundo Olga Prestes, arquiteta responsável pela mobilidade urbana de Curitiba, todo estabelecimento comercial tem que ter estacionamento próprio na cidade paranaense. Outro ponto mencionado pela arquiteta é que o plano de mobilidade de uma cidade deve ser harmônico, não interferindo na beleza e estética do local. “Não acreditamos que a construção de viadutos, por exemplo, melhore o tráfego da cidade”, opinou. A técnica acrescentou, também, que quase 100% da frota de ônibus de Curitiba está adaptada à acessibilidade.
Silvio Costa Filho lembrou a importância de se investir em calçadas públicas, já que atualmente no Recife essa responsabilidade cabe aos moradores de cada imóvel. “Acho que a manutenção das calçadas deve voltar a ser realizada pelas prefeituras dos municípios. A lei atual infelizmente não está funcionando”, frisou o deputado.
Rosângela Battistello, engenheira de trânsito da URBS, destacou que o trânsito é uma equação com muitas variáveis. “Todas as ações que nós fazemos são para melhorar o transporte público”. Está em construção em Curitiba um binário de 25 km, sendo 12 km em um sentido e 13 km no contrário. A via terá a funcionalidade de “desafogar” o trânsito do centro da Cidade. “As pessoas poderão circular entre os bairros pelo binário, chegando ao centro, em quatro faixas. Estamos estudando, também, a construção de estacionamentos subterrâneos”, explicou a engenheira, complementando que o foco é diminuir o tempo da viagem.
Outras ações como ônibus de cores diferentes (onde o usuário identifica a linha e trajeto do transporte com mais facilidade), monitoramento do trânsito via internet e campanhas educativas, também são exemplos que estão dando certo naquela cidade. Marcos Irfes complementou, ainda, que na Região Metropolitana de Curitiba existem 1 milhão e 200 mil veículos e 1 milhão e 800 mil moradores. Cerca de 2 milhões de passageiros utilizam o sistema metropolitano integrado de transportes diariamente.
“A nossa ideia é reunir as sugestões e exemplos da mobilidade urbana de Curitiba e reproduzi-las como propostas para a RMR na nossa carta aberta à sociedade”, explicou Costa Filho. O relatório final será distribuído em bibliotecas e universidades no próximo dia 30 de abril.
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