sábado, 30 de junho de 2012

Empresas de extensão rural usam a internet para melhorar a vida no campo‏


Brasília — A internet não é mais uma ferramenta dos gabinetes refrigerados em ambiente urbano. Está no meio rural, como instrumento a serviço da produção de alimentos e da melhoria da qualidade de vida dos agricultores dos diferentes segmentos (familiar, médio ou patronal). Mais do que comemorar os 22 anos de fundação, a Assembleia Geral Extraordinária da Asbraer, iniciada nesta quinta-feira (28), se transformou em um espaço de troca de experiências e de reflexão sobre os rumos da assistência técnica e extensão rural brasileira. Santa Catarina, Bahia e Pernambuco, por meio dos seus respectivos representantes no encontro, mostraram os sistemas que criaram para ter pleno controle da prestação de serviços e seus impactos na agricultura familiar dos estados e, principalmente, no dia a dia do produtor.

Por meio virtual, pelo menos os três estados conseguem monitorar a produção das propriedades rurais, as culturas, investimentos, custos operacionais, produtividade, perdas e ganhos. Os sistemas permitem identificar as intervenções necessárias em cada propriedade rural, estratificar a participação da mulher na atividade, elaborar projetos de financiamento e enviá-los à instituição financeira. Os sistemas desenvolvidos pelas empresas têm meios de controlar inclusive o repasse de recursos para os agricultores.

Nada escapa ao controle das empresas estaduais de assistência técnica e extensão rural, que têm evoluído, com apoio da tecnologia disponível, tanto na oferta de serviços em favor do agricultor familiar, quanto na comunicação interna. Essa última possibilidade permite ao gestor público avaliar os resultados do trabalho realizado e a contribuição de cada técnico para o avanço das unidades produtivas.

De acordo com o presidente da Asbraer e do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Júlio Zoé de Brito, o sistema implantado em seu estado apresentou resultados surpreendentes. Para ilustrar, ele cita a constatação de que 51% das unidades familiares de produção estão sob o comando feminino. Até então, a sensação era a de que os homens seriam majoritários na atividade. 

O consultor de Tecnologia da Informação do IPA, Marival Gomes dos Santos, detalhou cada elemento do sistema utilizado pelo instituto pernambucano. Embora siga um caminho diferente do trilhado por Santa Catarina, o resultados alcançados são muito semelhantes. Assim, em Pernambuco é possível ter conhecimento sobre os avanços e recuos de cada propriedade atendida pela extensão rural. Dessa forma, as chances de corrigir rumos e dar ao produtor rural as condições adequadas ao desenvolvimento da atividade. 

O diretor da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Ditmar Alfonso Zimath, disse que os Sistemas de Informação para Gestão Técnica integram todas as atividades da instituição. Eles contemplam as atividades de pesquisa, que estão integradas para suprir a demanda dos principais clientes: os agricultores. 

 Conforme Ditmar, a transparência do sistema permite que todos os departamentos da empresa tenham conhecimento do que ocorre em cada unidade e possam conversar entre si. Assim, o técnico de um escritório da Epagri distante, por exemplo, 600km da sede poderá, com o auxílio de outro colega, formatar um projeto, como se ambos estivessem na mesma sala. Todas essas possibilidades elevam, como nas lavouras, a produtividade dos técnicos com rebate positivo nas propriedades rurais.

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