O
frivolité, renda de técnica francesa (também conhecida como espiguilha,
pontilha ou rendilha), foi apresentado pela Associação Comunitária das
Artesãs de Orobó ao público em desfile da 23ª edição da Feira Nacional
de Negócios do Artesanato (Fenearte) durante a última semana. A arte de
linha, feita com os dedos e produzida com o auxílio de uma navette está
ligada ao cotidiano de Josefa Pedrosa de Oliveira, 46 anos, conhecida
como Zefinha, desde os seus oito anos. “Eu e minhas duas irmãs
aprendemos a produzir o frivolité ainda crianças com a nossa mãe”,
lembra.
Com incentivo do Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural (ProRural),
órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (Sara), a
Associação contou com auxílio para o design das peças e fortalecimento
da marca - “Nós e Picôs” – doada pelo Centro Pernambucano de Design. “Se
não tivéssemos conseguido esse apoio não poderíamos apresentar nossos
produtos. Temos uma grande ajuda do ProRural desde 2009 quando
participamos da capacitação de moda e modelagem com o estilista Eduardo
Ferreira. Além disso, o ProRural nos possibilitou uma maior
sustentabilidade econômica na Associação, pois nos ofereceu todo o
material gráfico de etiquetas, embalagens, folders e selos”, destaca
Zefinha.
O secretário executivo da Agricultura Familiar e gerente-geral do
ProRural, Aldo Santos, ressalta que o artesanato tem ligação direta com a
agricultura já que “a produção de caráter familiar, faz o uso de
materiais oriundos do campo como a cerâmica e o algodão”.
Visualmente o frivolité até lembra o crochê, mas Zefinha explica que é
muito mais difícil de fazer. “No crochê, um erro é fácil de corrigir:
basta desmanchar e refazer. No frivolité, se errar tem que cortar a
linha e começar de novo”, enfatizou. De acordo com Andréa Tom,
coordenadora da Passarela Fenearte, o público consumidor está sempre em
busca de produtos exclusivos e a arte feita à mão satisfaz a essa
expectativa.
A história– A denominação “frivolité”, essencialmente francesa, é
adotada em quase todos os países da Europa. A técnica pode ser resumida
numa sequência de nós e picôs que formam círculos e semicírculos, e
estes compõem uma rica trama rendada. Orobó é o único município do
Estado que mantém a tradição da produção desse tipo de renda. A artesã
Rosa Antonia Pereira, 75 anos – mãe de Zefinha – aprendeu a arte com as
freiras francesas que lecionavam no município de Surubim e foi
repassando para as suas filhas, netas e amigas. Em 1986 fundaram uma
associação que permanece ativa atualmente com 23 sócias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário