O
projeto da navegabilidade do Rio Capibaribe, que voltou a ordem do dia
ontem, pelo governador Eduardo Campos, que assinou o edital para
dragagem do “Cão sem plumas”, como batizou João Cabral de Melo Neto, se
arrasta há muito tempo. Na realidade, começou de fato a sair do papel na
gestão do ex-prefeito do Recife, Joaquim Francisco.
Em
88, prefeito da capital, Joaquim priorizou a navegação do Capibaribe,
começou a limpeza do rio, desobstruiu parte de suas margens e
revitalizou algumas áreas próximas a ele, como o parque do Caiara.
Entusiasmado, foi até o Banco Mundial tentar financiamento para a
dragagem.
Por
achar que o rio representa um grande corredor de transportes, capaz de
desafogar o trânsito caótico da capital, Joaquim chegou a trazer ao
Recife técnicos estrangeiros especializados no assunto e, num gesto
simbólico, percorreu de barco parte do rio em companhia de João Cabral
do Melo, o que acabou na época repercutindo no mundo inteiro.
Joaquim,
portanto, foi o grande desbravador deste corredor fluvial que Eduardo
garante que vai levar à frente, até com vistas a criar alternativas de
transportes para a Copa do Mundo. O projeto cria uma hidrovia de 13,9 km
com sete estações e 13 barcos prontos para atender a uma demanda diária
de 13,5 mil passageiros até a Copa.
A
vantagem do novo modal, no entanto, não visa apenas a Copa do Mundo.
Quem optar pelos barcos estará trocando os engarrafamentos por passagens
livres, e os atrasos por pontualidade a bordo de um meio de transporte
seguro e confortável.
A
hidrovia segue o formato original pensado por Joaquim: dois corredores.
O Oeste, com 11 km e o Norte, com 2,9 km. O primeiro vai ligar o Centro
do Recife a Apipucos, na Zona Norte, passando pelo Derby, Torre e Casa
Forte. O segundo vai atender os bairros de Santo Antônio, São José e Boa
Vista e Santo Amaro, ligando a Rua do Sol ao Tacaruna.
Os
passageiros serão transportados em barcos cobertos, climatizados, com
poltronas e equipamentos de segurança, nos quais será proibido viajar em
pé. Além da garantia de fazer a viagem sentado, os barcos terão a
vantagem de possuir horários de chegada e saída, fixos, livres de
atraso.
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