sexta-feira, 27 de julho de 2012

Navegabilidade do Capibaribe: tudo começou com Joaquim

O projeto da navegabilidade do Rio Capibaribe, que voltou a ordem do dia ontem, pelo governador Eduardo Campos, que assinou o edital para dragagem do “Cão sem plumas”, como batizou João Cabral de Melo Neto, se arrasta há muito tempo. Na realidade, começou de fato a sair do papel na gestão do ex-prefeito do Recife, Joaquim Francisco.
Em 88, prefeito da capital, Joaquim priorizou a navegação do Capibaribe, começou a limpeza do rio, desobstruiu parte de suas margens e revitalizou algumas áreas próximas a ele, como o parque do Caiara. Entusiasmado, foi até o Banco Mundial tentar financiamento para a dragagem.
Por achar que o rio representa um grande corredor de transportes, capaz de desafogar o trânsito caótico da capital, Joaquim chegou a trazer ao Recife técnicos estrangeiros especializados no assunto e, num gesto simbólico, percorreu de barco parte do rio em companhia de João Cabral do Melo, o que acabou na época repercutindo no mundo inteiro.
Joaquim, portanto, foi o grande desbravador deste corredor fluvial que Eduardo garante que vai levar à frente, até com vistas a criar alternativas de transportes para a Copa do Mundo. O projeto cria uma hidrovia de 13,9 km com sete estações e 13 barcos prontos para atender a uma demanda diária de 13,5 mil passageiros até a Copa.
A vantagem do novo modal, no entanto, não visa apenas a Copa do Mundo. Quem optar pelos barcos estará trocando os engarrafamentos por passagens livres, e os atrasos por pontualidade a bordo de um meio de transporte seguro e confortável.
A hidrovia segue o formato original pensado por Joaquim: dois corredores. O Oeste, com 11 km e o Norte, com 2,9 km. O primeiro vai ligar o Centro do Recife a Apipucos, na Zona Norte, passando pelo Derby, Torre e Casa Forte. O segundo vai atender os bairros de Santo Antônio, São José e Boa Vista e Santo Amaro, ligando a Rua do Sol ao Tacaruna.
Os passageiros serão transportados em barcos cobertos, climatizados, com poltronas e equipamentos de segurança, nos quais será proibido viajar em pé. Além da garantia de fazer a viagem sentado, os barcos terão a vantagem de possuir horários de chegada e saída, fixos, livres de atraso.

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