sexta-feira, 13 de julho de 2012

PTB realiza almoço com Geraldo Julio

Reunindo mais de 500 lideranças, militantes, formadores de opinião, deputados federais, estaduais, vereadores e candidatos da Região Metropolitana, o senador Armando Monteiro promoveu nesta sexta-feira (13) um ato político destinado a formalizar o apoio do PTB de Pernambuco à candidatura de Geraldo Júlio (PSB) a prefeito do Recife.

Os petebistas foram em peso à Pizzaria Atlântico, nas Graças. Estiveram lá os três vereadores do partido, Antônio Luiz Neto, Eduardo Marques e Carlos Gueiros, que estão entre os mais votados em 2008; a bancada federal composta por Silvio Costa, Jorge Côrte Real, José Chaves e José Augusto Maia; além da bancada estadual formada pelos deputados Silvio Costa Filho, Marcantônio Dourado, Clodoaldo Magalhães, Izaias Régis, Júlio Cavalcanti, José Humberto Cavalcanti, Augusto César.

Em seu discurso, Armando fez um histórico do processo de construção da candidatura de Geraldo Júlio e da unidade da Frente Popular do Recife, além de avaliar que é preciso fazer o município andar no ritmo de Pernambuco.

Veja abaixo a íntegra do discurso do senador Armando Monteiro, dividido em tópicos:

MODELO DE GESTÃO ESGOTADO NO RECIFE

“Vocês acompanharam durante esse tempo que precedeu a definição das chapas uma discussão que se instalou aqui no ambiente político, mas que não era uma discussão que se circunscrevia apenas ao ambiente da política. Era, sim, algo que correspondia ao sentimento da sociedade do Recife. Quando nós, juntos com outros companheiros, de outras legendas, reclamávamos ou apontávamos a necessidade de que, na nossa Frente, nós buscássemos uma alternativa... E aí fizemos um discurso monotônico, para não dizer monótono. A cada entrevista, a cada pronunciamento, nós falávamos na necessidade de uma candidatura alternativa da Frente Popular.  E por que fazíamos isso? Por alguma idiossincrasia partidária? Não. Porque nós tínhamos a consciência de que, nesse momento da vida de Pernambuco, havia um claro esgotamento de um modelo de gestão e de uma proposta. Que não me cabe agora ficar julgando e muito menos atirando pedras. Cada coisa a seu tempo. É possível que lá atrás esse modelo certamente ofereceu avanços à cidade do Recife. Mas essa experiência estava esgotada. E as contradições internas desse partido que liderava essa Frente no Recife foram pouco a pouco se acentuando. E aí nós dizíamos também: embora reconhecendo precedência desse partido líder da Frente, não se pode confundir precedência com direito absoluto.  Porque direito absoluto nós só temos na medida em que tenhamos compromissos com o povo do Recife”.

“NOS ACOSTUMAMOS A ANDAR MAIS DEPRESSA”

“Quero dizer que esse momento, que marca simbolicamente o engajamento do PTB na campanha do companheiro Geraldo Júlio, não é fruto de um apoio formal, que atenda a uma conveniência política eventual, mas é sim a afirmação de um compromisso que deriva das nossas responsabilidades com Pernambuco e com o Recife. Vejam, meus amigos, nós que passamos a ter, por tudo o que se construiu em Pernambuco nos últimos anos, sob a liderança do governador Eduardo Campos, os pernambucanos se reconciliaram com a sua vocação de liderança e de dinamismo. Passamos a ter mais ambição. Nos acostumamos a andar mais depressa. E é com essa ambição, essa ambição que se expressa na sabedoria popular com aquela quase brincadeira de que Recife é a cidade onde o Capibaribe e o Beberibe se encontram pra formar o Oceano Atlântico... nós em Pernambuco e no Recife sempre tivemos ambição. E se temos ambição, e se somos hoje portadores de justas expectativas, que se acederam no espírito de cada um dos pernambucanos a partir do novo ritmo que foi imprimido a Pernambuco, é justo que tivéssemos também ambições com o Recife”.

“RECIFE TEM QUE ANDAR MAIS DEPRESSA QUE PERNAMBUCO”

“E qual é a ambição do Recife? Não é só fazer o Recife andar no ritmo de Pernambuco. É mais do que isso, porque o Recife atrasou-se, o Recife tem que andar mais depressa do que Pernambuco. E é por isso que o governador Eduardo Campos convocou na sua equipe um pernambucano extremamente qualificado para ser, nesse momento, depositário da confiança dessa enorme Frente que se forma em Pernambuco em torno dele. Honrado, limpo, qualificado, porque é competente, qualificado porque já provou concretamente, e alguém já dizia: quem sabe faz, quem não sabe ensina. E quem disse isso foi Bernard Shaw. Tem muitos professores aí que são muito bons na retórica, mas não sabem fazer. Geraldo sabe fazer e já provou que sabe fazer”.

A COMPETÊNCIA DE GERALDO JÚLIO

“Eu quero dar um testemunho a vocês aqui, na presença dele (Geraldo Julio). Quando o governador Eduardo Campos, no início da sua gestão, adotou um modelo de gestão que se inspira no modelo do Movimento Brasil Competitivo, com o suporte de uma das instituições mais qualificadas do Brasil, que é o Instituo Nacional de Desenvolvimento Gerencial, do professor Vicente Falconi, sob a liderança de Jorge Gerdau, que é um empresário privado, mas que sempre se preocupou em disseminar melhores práticas de gestão na administração pública... eu pude naquele momento contribuir para fazer uma ponte entre o doutor Jorge e o governo de Pernambuco. E o governador Eduardo Campos, com a sua sensibilidade, com seu descortínio, com a sua competência, entendeu que Pernambuco deveria utilizar novas ferramentas de gestão. Que partem da compreensão de que quem não mede não gerencia. E Pernambuco passou a adotar ferramentas de monitoramento dos programas a partir da definição de um mapa estratégico, dos programas prioritários, de uma avaliação sistemática de cada uma dessas ações e o fato é que Pernambuco implantou esse modelo de forma muito exitosa e essa experiência de Pernambuco é referência no Brasil. Graças a isso Pernambuco pôde ganhar prêmios e reconhecimento no país. Mas qual era o testemunho que eu gostaria de dar? É que doutor Jorge Gerdau me disse, há poucos meses, que o mais competente gestor público que ele conheceu, na forma como ele incorporou esse modelo e na competência com que se aplicou na aplicação desse modelo era exatamente o então secretário Geraldo Júlio”.

COMPETÊNCIA NA GESTÃO E NA POLÍTICA

“Mas, meus amigos, isso é muito importante. É importante que se saiba que gestão é meio, não é fim. E fiquemos muito atentos, Geraldo, para não quererem despolitizar a sua postura. Ou seja, gestão é algo instrumental, isso lhe qualifica, mas o que lhe qualifica também é que você tem a visão do que é que você quer produzir com um modelo mais eficiente de gestão, que é conduzir Pernambuco a um novo tempo, no que diz respeito à eficiência de políticas públicas, na correção de desajustes estruturais que se acumulam no Recife, uma cidade fraturada, marcada por tantas desigualdades. Mas é esse Recife que convive com o velho e que portanto tem que dar respostas a uma agenda mais antiga, é esse Recife que também precisa se sintonizar com o novo, desenvolver novas competências, produzir inovação em todas as áreas. Porque Recife tem que ser a plataforma desse Pernambuco novo, uma plataforma eficiente, onde o setor terciário da economia, que é o setor dinâmico, o setor de serviços, precisa oferecer respostas prontas porque, se nós não tivermos uma cidade minimamente funcional para a economia, nós não vamos levar Pernambuco a esse futuro que nós desejamos”.

“A DIMENSÃO ÉTICA COM O DESAFIO DE FAZER MAIS COM MENOS”

“Então, Geraldo, é com a gestão, que decorre da compreensão de que numa sociedade mais carente, chega a ter a dimensão ética o desafio de ter que fazer mais com menos, de multiplicar os recursos, de fazer da eficiência uma religião, mas sem perder de vista os objetivos finalísticos maiores, que decorrem da necessidade de fazer a promoção social, de integrar aqueles que ainda estão excluídos do processo, de devolver esperança aos jovens que querem também se inserir nesse momento de Pernambuco e que precisam da formação, da qualificação, do desenvolvimento de competências. Então, meus amigos, para tudo isso, para esse novo tempo que nós queremos construir, eu tenho certeza que a Frente Popular dispõe da melhor alternativa. E para produzir esse equilíbrio entre o gestor que domina as ferramentas mais modernas, a sensibilidade de um político que honra Pernambuco, que é o deputado Luciano Siqueira. Sensível, gregário, sempre com uma palavra que soma, com a visão histórica, com o conhecimento do processo histórico, das contradições que essa luta ao longo do tempo, da forma como isso marcou Pernambuco e o Recife. Portanto, com a competência de Geraldo, com o senso de história de Luciano, a Frente Popular vai construir esse novo tempo no Recife. E para essa construção contem incondicionalmente com o nosso PTB. Vamos juntos, vamos à vitória no dia 7 de outubro”.

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