Reunindo
mais de 500 lideranças, militantes, formadores de opinião, deputados
federais, estaduais, vereadores e candidatos da Região Metropolitana, o
senador Armando Monteiro promoveu nesta sexta-feira (13) um ato político
destinado a formalizar o apoio do PTB de Pernambuco à candidatura de
Geraldo Júlio (PSB) a prefeito do Recife.
Os
petebistas foram em peso à Pizzaria Atlântico, nas Graças. Estiveram lá
os três vereadores do partido, Antônio Luiz Neto, Eduardo Marques e
Carlos Gueiros, que estão entre os mais votados em 2008; a bancada
federal composta por Silvio Costa, Jorge Côrte Real, José Chaves e José
Augusto Maia; além da bancada estadual formada pelos deputados Silvio
Costa Filho, Marcantônio Dourado, Clodoaldo Magalhães, Izaias Régis,
Júlio Cavalcanti, José Humberto Cavalcanti, Augusto César.
Em
seu discurso, Armando fez um histórico do processo de construção da
candidatura de Geraldo Júlio e da unidade da Frente Popular do Recife,
além de avaliar que é preciso fazer o município andar no ritmo de
Pernambuco.
Veja abaixo a íntegra do discurso do senador Armando Monteiro, dividido em tópicos:
MODELO DE GESTÃO ESGOTADO NO RECIFE
“Vocês
acompanharam durante esse tempo que precedeu a definição das chapas uma
discussão que se instalou aqui no ambiente político, mas que não era
uma discussão que se circunscrevia apenas ao ambiente da política. Era,
sim, algo que correspondia ao sentimento da sociedade do Recife. Quando
nós, juntos com outros companheiros, de outras legendas, reclamávamos ou
apontávamos a necessidade de que, na nossa Frente, nós buscássemos uma
alternativa... E aí fizemos um discurso monotônico, para não dizer
monótono. A cada entrevista, a cada pronunciamento, nós falávamos na
necessidade de uma candidatura alternativa da Frente Popular. E
por que fazíamos isso? Por alguma idiossincrasia partidária? Não.
Porque nós tínhamos a consciência de que, nesse momento da vida de
Pernambuco, havia um claro esgotamento de um modelo de gestão e de uma
proposta. Que não me cabe agora ficar julgando e muito menos atirando
pedras. Cada coisa a seu tempo. É possível que lá atrás esse modelo
certamente ofereceu avanços à cidade do Recife. Mas essa experiência
estava esgotada. E as contradições internas desse partido que liderava
essa Frente no Recife foram pouco a pouco se acentuando. E aí nós
dizíamos também: embora reconhecendo precedência desse partido líder da
Frente, não se pode confundir precedência com direito absoluto. Porque direito absoluto nós só temos na medida em que tenhamos compromissos com o povo do Recife”.
“NOS ACOSTUMAMOS A ANDAR MAIS DEPRESSA”
“Quero
dizer que esse momento, que marca simbolicamente o engajamento do PTB
na campanha do companheiro Geraldo Júlio, não é fruto de um apoio
formal, que atenda a uma conveniência política eventual, mas é sim a
afirmação de um compromisso que deriva das nossas responsabilidades com
Pernambuco e com o Recife. Vejam, meus amigos, nós que passamos a ter,
por tudo o que se construiu em Pernambuco nos últimos anos, sob a
liderança do governador Eduardo Campos, os pernambucanos se
reconciliaram com a sua vocação de liderança e de dinamismo. Passamos a
ter mais ambição. Nos acostumamos a andar mais depressa. E é com essa
ambição, essa ambição que se expressa na sabedoria popular com aquela
quase brincadeira de que Recife é a cidade onde o Capibaribe e o
Beberibe se encontram pra formar o Oceano Atlântico... nós em Pernambuco
e no Recife sempre tivemos ambição. E se temos ambição, e se somos hoje
portadores de justas expectativas, que se acederam no espírito de cada
um dos pernambucanos a partir do novo ritmo que foi imprimido a
Pernambuco, é justo que tivéssemos também ambições com o Recife”.
“RECIFE TEM QUE ANDAR MAIS DEPRESSA QUE PERNAMBUCO”
“E
qual é a ambição do Recife? Não é só fazer o Recife andar no ritmo de
Pernambuco. É mais do que isso, porque o Recife atrasou-se, o Recife tem
que andar mais depressa do que Pernambuco. E é por isso que o
governador Eduardo Campos convocou na sua equipe um pernambucano
extremamente qualificado para ser, nesse momento, depositário da
confiança dessa enorme Frente que se forma em Pernambuco em torno dele.
Honrado, limpo, qualificado, porque é competente, qualificado porque já
provou concretamente, e alguém já dizia: quem sabe faz, quem não sabe
ensina. E quem disse isso foi Bernard Shaw. Tem muitos professores aí
que são muito bons na retórica, mas não sabem fazer. Geraldo sabe fazer e
já provou que sabe fazer”.
A COMPETÊNCIA DE GERALDO JÚLIO
“Eu
quero dar um testemunho a vocês aqui, na presença dele (Geraldo Julio).
Quando o governador Eduardo Campos, no início da sua gestão, adotou um
modelo de gestão que se inspira no modelo do Movimento Brasil
Competitivo, com o suporte de uma das instituições mais qualificadas do
Brasil, que é o Instituo Nacional de Desenvolvimento Gerencial, do
professor Vicente Falconi, sob a liderança de Jorge Gerdau, que é um
empresário privado, mas que sempre se preocupou em disseminar melhores
práticas de gestão na administração pública... eu pude naquele momento
contribuir para fazer uma ponte entre o doutor Jorge e o governo de
Pernambuco. E o governador Eduardo Campos, com a sua sensibilidade, com
seu descortínio, com a sua competência, entendeu que Pernambuco deveria
utilizar novas ferramentas de gestão. Que partem da compreensão de que
quem não mede não gerencia. E Pernambuco passou a adotar ferramentas de
monitoramento dos programas a partir da definição de um mapa
estratégico, dos programas prioritários, de uma avaliação sistemática de
cada uma dessas ações e o fato é que Pernambuco implantou esse modelo
de forma muito exitosa e essa experiência de Pernambuco é referência no
Brasil. Graças a isso Pernambuco pôde ganhar prêmios e reconhecimento no
país. Mas qual era o testemunho que eu gostaria de dar? É que doutor
Jorge Gerdau me disse, há poucos meses, que o mais competente gestor
público que ele conheceu, na forma como ele incorporou esse modelo e na
competência com que se aplicou na aplicação desse modelo era exatamente o
então secretário Geraldo Júlio”.
COMPETÊNCIA NA GESTÃO E NA POLÍTICA
“Mas,
meus amigos, isso é muito importante. É importante que se saiba que
gestão é meio, não é fim. E fiquemos muito atentos, Geraldo, para não
quererem despolitizar a sua postura. Ou seja, gestão é algo
instrumental, isso lhe qualifica, mas o que lhe qualifica também é que
você tem a visão do que é que você quer produzir com um modelo mais
eficiente de gestão, que é conduzir Pernambuco a um novo tempo, no que
diz respeito à eficiência de políticas públicas, na correção de
desajustes estruturais que se acumulam no Recife, uma cidade fraturada,
marcada por tantas desigualdades. Mas é esse Recife que convive com o
velho e que portanto tem que dar respostas a uma agenda mais antiga, é
esse Recife que também precisa se sintonizar com o novo, desenvolver
novas competências, produzir inovação em todas as áreas. Porque Recife
tem que ser a plataforma desse Pernambuco novo, uma plataforma
eficiente, onde o setor terciário da economia, que é o setor dinâmico, o
setor de serviços, precisa oferecer respostas prontas porque, se nós
não tivermos uma cidade minimamente funcional para a economia, nós não
vamos levar Pernambuco a esse futuro que nós desejamos”.
“A DIMENSÃO ÉTICA COM O DESAFIO DE FAZER MAIS COM MENOS”
“Então,
Geraldo, é com a gestão, que decorre da compreensão de que numa
sociedade mais carente, chega a ter a dimensão ética o desafio de ter
que fazer mais com menos, de multiplicar os recursos, de fazer da
eficiência uma religião, mas sem perder de vista os objetivos
finalísticos maiores, que decorrem da necessidade de fazer a promoção
social, de integrar aqueles que ainda estão excluídos do processo, de
devolver esperança aos jovens que querem também se inserir nesse momento
de Pernambuco e que precisam da formação, da qualificação, do
desenvolvimento de competências. Então, meus amigos, para tudo isso,
para esse novo tempo que nós queremos construir, eu tenho certeza que a
Frente Popular dispõe da melhor alternativa. E para produzir esse
equilíbrio entre o gestor que domina as ferramentas mais modernas, a
sensibilidade de um político que honra Pernambuco, que é o deputado
Luciano Siqueira. Sensível, gregário, sempre com uma palavra que soma,
com a visão histórica, com o conhecimento do processo histórico, das
contradições que essa luta ao longo do tempo, da forma como isso marcou
Pernambuco e o Recife. Portanto, com a competência de Geraldo, com o
senso de história de Luciano, a Frente Popular vai construir esse novo
tempo no Recife. E para essa construção contem incondicionalmente com o
nosso PTB. Vamos juntos, vamos à vitória no dia 7 de outubro”.
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