quarta-feira, 17 de outubro de 2012

PTB e Frente Popular tiveram vitórias expressivas, avalia Armando

Senador comenta resultados das eleições e avalia peso do governador Eduardo Campos na política nacional
Animado com os resultados das eleições deste ano, o senador Armando Monteiro, presidente do PTB de Pernambuco, avalia que os partidos que compõem a Frente Popular, sob a condução do governador Eduardo Campos, teve vitórias expressivas no Estado e “uma vitória maiúscula no Recife”.
Em entrevista ao programa Frente a Frente, do jornalista Magno Martins, na Rede Pernambucana de Rádio, o senador fala também sobre a sucessão presidencial de 2014, sobre a força do governador no cenário nacional, a disputa para o governo do Estado e as dificuldades enfrentadas pelo homem do campo por causa da seca no Agreste e no Sertão.
Veja abaixo os principais pontos da entrevista:

BALANÇO POSITIVO DAS ELEIÇÕES
Armando Monteiro – “Acho que foi um balanço positivo. Primeiro, da Frente Popular, onde nós estamos inseridos. Vitória no Recife, vitória maiúscula, expressiva. E os partidos que formam essa base tiveram também um desempenho em todo o Estado muito positivo. Eu destacaria, no desempenho do PTB, que fomos o segundo partido em número de prefeitos eleitos, 25; ampliamos a nossa presença em algumas regiões do Estado e, mais do que isso, passamos a ter uma presença em colégios eleitorais e municípios estratégicos em Pernambuco”.
PESO DO PTB NO ESTADO
Armando Monteiro – “Destacaria Goiana, com Fred da Caixa, que é onde (surge) a nova configuração industrial de Pernambuco. Goiana vai ser, eu diria, a nova Ipojuca. O que Ipojuca representa para a Mata Sul, Goiana vai representar para a Mata Norte. Grandes investimentos estão sendo feitos lá, Fiat, Hemobrás, a grande fábrica de vidros planos do grupo Brennand e todos os sistemistas e fornecedores da Fiat que virão para a região. Então, é um município estratégico. Igarassu, que é na área Metropolitana um município importante, que também vai ter uma presença expressiva no Litoral Norte. Vencemos também em Gravatá, com Bruno Martiniano, que tem também papel importante, é a porta do Agreste. Mantivemos a nossa presença em Arcoverde, que é a porta de entrada do Sertão. E a conquista de Garanhuns, que é o terceiro maior colégio eleitoral do interior de Pernambuco... é Caruaru, Petrolina e Garanhuns, que tem grande poder de irradiação em todo o Agreste Meridional de Pernambuco”.
A VITÓRIA EM TABIRA COM O POETA SEBASTIÃO DIAS
Armando Monteiro – “Eu fiquei muito feliz com essa vitória porque foi uma vitória da superação, uma campanha com dificuldades, sem muita estrutura. A figura do candidato e a força do grupo, do Josete, que é o ex-prefeito, que é uma liderança forte no município, mais essa figura carismática que é Sebastião Dias, o poeta, o repentista, o violeiro, que vai demonstrar que é possível perfeitamente aliar a sensibilidade e a criatividade do poeta, que tem uma grande capacidade de poder se identificar com a alma popular, com as aspirações mais genuínas do povo de sua terra, e ao mesmo tempo a criatividade, a disposição, a vontade de trabalhar por Tabira. Então, eu estou antecipando aqui uma avaliação: será um grande prefeito, Sebastião Dias”.
ELEIÇÕES EM 2012, 2014 E A DISPUTA AO GOVERNO
Armando Monteiro – “Olha, não há dúvidas de que todo processo tem uma cronologia e 2014 passa por 2012. Agora, 2012 não condiciona de forma definitiva 2014, mas é uma passagem importante. Eu acho que nós temos caminhado na vida pública e eu gosto sempre de ser muito sincero. Eu aspiro poder governar o Estado, eu acho que isso é algo que a gente não pode deixar de dizer. Agora, eu entendo que uma candidatura precisa reunir na época condições objetivas e eu, por outro lado, estou inserido numa ampla frente de partidos, que tem uma liderança, que é a liderança do governador Eduardo Campos, o coordenador natural do processo sucessório. Portanto, ao mesmo tempo em que afirmo que acho legítimo um projeto que o nosso partido venha a apresentar, reconheço que qualquer projeto estritamente partidário tem que se submeter ao crivo mais amplo da Frente Popular”.
NO RECIFE, DIZIAM QUE SR. DEVERIA TER APOIADO HUMBERTO E NÃO GERALDO JÚLIO. MAS OS RESULTADOS DA ELEIÇÃO MOSTRAM QUE O SR. ESTAVA CERTO.
Armando Monteiro – “A gente tem que ter uma certa coerência. Nós vivemos um tempo em que não há nenhuma coerência entre o discurso e a prática. E eu ainda me filio a uma corrente que entende que o discurso precisa ser coerente com a prática. Se eu defendi a candidatura alternativa à candidatura do PT e à do prefeito João da Costa, e de forma absolutamente, vamos dizer, exaustiva, no momento em que o PSB, que é o partido líder da Frente, apresenta uma candidatura alternativa, como é que eu iria... que condições eu teria para poder não aceitar isso? E digo mais, quando a escolha recai sobre um quadro qualificado (Geraldo Júlio). Do que o Recife está precisando? O Recife está precisando andar depressa, o Recife tem que recuperar o tempo que perdeu, é preciso um gestor que faça as coisas acontecerem, que tenha um alinhamento com o governo do Estado, que possa ter também apoio do governo federal. Eu acho que Geraldo representou nesse momento a melhor opção para o Recife. Eu não estou querendo com isso desmerecer nenhum outro postulante, mas acho que foi isso que o recifense entendeu”.
EDUARDO SERÁ CANDIDATO A PRESIDENTE EM 2014?
Armando Monteiro – “Há um fato hoje que nenhum analista político no Brasil deixa de reconhecer: que Eduardo passou a ser um ator que está no primeiro plano da política brasileira. Como ele vai se posicionar em 2014, evidentemente, as circunstâncias é que irão determinar. Agora, ele tem acumulado força política. Isso é indiscutível. E evidentemente ele poderá, sim, se colocar já em 2014. É claro que existem circunstâncias que vão terminar definindo isso, mas eu acho o seguinte: Eduardo conquistou um espaço no cenário político nacional, é um quadro novo, é um quadro que desponta, aliando competência política e capacidade como gestor”.
SENDO O SR. CANDIDATO A GOVERNADOR, O MELHOR É TER EDUARDO COMO CANDIDATO A PRESIDENTE?
Armando Monteiro – “Olha, eu não costumo fazer esse tipo de análise. A primeira coisa é o seguinte: o que é que é melhor para Pernambuco, independentemente dos projetos de A, B, C ou D? Com a projeção, com a recuperação desse espaço que tem tido no cenário nacional, Pernambuco poder colocar-se na disputa presidencial, com um nome que vem ganhando, como eu disse, cada vez mais protagonismo na cena política brasileira, é importante. Por que Pernambuco não pode aspirar um projeto de poder a nível nacional? Então, eu acho que isso é o mais importante. Quem vai se posicionar em função dessas definições maiores, quem se beneficia ou não (de uma candidatura de Eduardo), eu acho que isso é uma questão secundária. O importante é que a gente possa fazer, para o Brasil e para Pernambuco, as melhores escolhas”.
A SECA NO SERTÃO
Armando Monteiro – “Eu tenho sido testemunha ocular dos efeitos drásticos dessa seca e desse rastro de absoluta destruição que o efeito dessa estiagem tem trazido, sobretudo para o semiárido e, particularmente, no Sertão e no Agreste de Pernambuco. Eu tenho assistido ao drama do agricultor, do pequeno agricultor, os rebanhos que foram dizimados, o preço dos alimentos que sobe de forma extraordinária, portanto, é necessária, sim, uma ação que foi já adotada, em certa medida, de caráter emergencial, mas é preciso medidas de caráter estruturante para evitar não a seca, que é um fenômeno recorrente, mas para minimizar e amortizar os efeitos tão drásticos do ponto de vista socioeconômico que decorrem desse fenômeno, principalmente a questão da água, que tem merecido do governador Eduardo Campos um olhar muito próprio. Quer dizer, Pernambuco precisa não só daquelas adutoras mais importantes, canalizando a água do São Francisco, e eu lembro a adutora do Agreste, que está projetada, e a adutora do Pajeú, como também uma malha de pequenas adutoras, das quais nós nos ressentimos, sobretudo nessa última seca. Se nós tivéssemos uma malha de pequenas adutoras, poderíamos ter tido um efeito muito menor. Além de outras ações que são possíveis, como cisternas, poços em algumas circunstâncias, pequenos barramentos, pequenas barragens para acumulação de água. Essa área da infraestrutura hídrica é importantíssima nesse processo”.

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