Senador comenta resultados
das eleições e avalia peso do governador Eduardo Campos na política nacional
Animado
com os resultados das eleições deste ano, o senador Armando Monteiro, presidente
do PTB de Pernambuco, avalia que os partidos que compõem a Frente Popular, sob
a condução do governador Eduardo Campos, teve vitórias expressivas no Estado e “uma
vitória maiúscula no Recife”.
Em
entrevista ao programa Frente a Frente, do jornalista Magno Martins, na Rede
Pernambucana de Rádio, o senador fala também sobre a sucessão presidencial de
2014, sobre a força do governador no cenário nacional, a disputa para o governo
do Estado e as dificuldades enfrentadas pelo homem do campo por causa da seca
no Agreste e no Sertão.
Veja
abaixo os principais pontos da entrevista:
BALANÇO POSITIVO DAS
ELEIÇÕES
Armando Monteiro – “Acho que foi um balanço positivo.
Primeiro, da Frente Popular, onde nós estamos inseridos. Vitória no Recife,
vitória maiúscula, expressiva. E os partidos que formam essa base tiveram
também um desempenho em todo o Estado muito positivo. Eu destacaria, no
desempenho do PTB, que fomos o segundo partido em número de prefeitos eleitos,
25; ampliamos a nossa presença em algumas regiões do Estado e, mais do que
isso, passamos a ter uma presença em colégios eleitorais e municípios
estratégicos em Pernambuco”.
PESO DO PTB NO ESTADO
Armando Monteiro – “Destacaria Goiana, com Fred da
Caixa, que é onde (surge) a nova configuração industrial de Pernambuco. Goiana
vai ser, eu diria, a nova Ipojuca. O que Ipojuca representa para a Mata Sul,
Goiana vai representar para a Mata Norte. Grandes investimentos estão sendo
feitos lá, Fiat, Hemobrás, a grande fábrica de vidros planos do grupo Brennand
e todos os sistemistas e fornecedores da Fiat que virão para a região. Então, é
um município estratégico. Igarassu, que é na área Metropolitana um município
importante, que também vai ter uma presença expressiva no Litoral Norte. Vencemos
também em Gravatá, com Bruno Martiniano, que tem também papel importante, é a
porta do Agreste. Mantivemos a nossa presença em Arcoverde, que é a porta de
entrada do Sertão. E a conquista de Garanhuns, que é o terceiro maior colégio
eleitoral do interior de Pernambuco... é Caruaru, Petrolina e Garanhuns, que
tem grande poder de irradiação em todo o Agreste Meridional de Pernambuco”.
A VITÓRIA EM TABIRA
COM O POETA SEBASTIÃO DIAS
Armando Monteiro – “Eu fiquei muito feliz com essa
vitória porque foi uma vitória da superação, uma campanha com dificuldades, sem
muita estrutura. A figura do candidato e a força do grupo, do Josete, que é o
ex-prefeito, que é uma liderança forte no município, mais essa figura
carismática que é Sebastião Dias, o poeta, o repentista, o violeiro, que vai
demonstrar que é possível perfeitamente aliar a sensibilidade e a criatividade
do poeta, que tem uma grande capacidade de poder se identificar com a alma
popular, com as aspirações mais genuínas do povo de sua terra, e ao mesmo tempo
a criatividade, a disposição, a vontade de trabalhar por Tabira. Então, eu
estou antecipando aqui uma avaliação: será um grande prefeito, Sebastião Dias”.
ELEIÇÕES EM 2012, 2014
E A DISPUTA AO GOVERNO
Armando Monteiro – “Olha, não há dúvidas de que todo
processo tem uma cronologia e 2014 passa por 2012. Agora, 2012 não condiciona
de forma definitiva 2014, mas é uma passagem importante. Eu acho que nós temos
caminhado na vida pública e eu gosto sempre de ser muito sincero. Eu aspiro
poder governar o Estado, eu acho que isso é algo que a gente não pode deixar de
dizer. Agora, eu entendo que uma candidatura precisa reunir na época condições
objetivas e eu, por outro lado, estou inserido numa ampla frente de partidos,
que tem uma liderança, que é a liderança do governador Eduardo Campos, o
coordenador natural do processo sucessório. Portanto, ao mesmo tempo em que
afirmo que acho legítimo um projeto que o nosso partido venha a apresentar, reconheço
que qualquer projeto estritamente partidário tem que se submeter ao crivo mais
amplo da Frente Popular”.
NO RECIFE, DIZIAM QUE SR.
DEVERIA TER APOIADO HUMBERTO E NÃO GERALDO JÚLIO. MAS OS RESULTADOS DA ELEIÇÃO
MOSTRAM QUE O SR. ESTAVA CERTO.
Armando Monteiro – “A gente tem que ter uma certa
coerência. Nós vivemos um tempo em que não há nenhuma coerência entre o
discurso e a prática. E eu ainda me filio a uma corrente que entende que o
discurso precisa ser coerente com a prática. Se eu defendi a candidatura
alternativa à candidatura do PT e à do prefeito João da Costa, e de forma
absolutamente, vamos dizer, exaustiva, no momento em que o PSB, que é o partido
líder da Frente, apresenta uma candidatura alternativa, como é que eu iria...
que condições eu teria para poder não aceitar isso? E digo mais, quando a
escolha recai sobre um quadro qualificado (Geraldo Júlio). Do que o Recife está
precisando? O Recife está precisando andar depressa, o Recife tem que recuperar
o tempo que perdeu, é preciso um gestor que faça as coisas acontecerem, que
tenha um alinhamento com o governo do Estado, que possa ter também apoio do
governo federal. Eu acho que Geraldo representou nesse momento a melhor opção
para o Recife. Eu não estou querendo com isso desmerecer nenhum outro
postulante, mas acho que foi isso que o recifense entendeu”.
EDUARDO SERÁ CANDIDATO
A PRESIDENTE EM 2014?
Armando Monteiro – “Há um fato hoje que nenhum
analista político no Brasil deixa de reconhecer: que Eduardo passou a ser um ator
que está no primeiro plano da política brasileira. Como ele vai se posicionar
em 2014, evidentemente, as circunstâncias é que irão determinar. Agora, ele tem
acumulado força política. Isso é indiscutível. E evidentemente ele poderá, sim,
se colocar já em 2014. É claro que existem circunstâncias que vão terminar
definindo isso, mas eu acho o seguinte: Eduardo conquistou um espaço no cenário
político nacional, é um quadro novo, é um quadro que desponta, aliando
competência política e capacidade como gestor”.
SENDO O SR. CANDIDATO
A GOVERNADOR, O MELHOR É TER EDUARDO COMO CANDIDATO A PRESIDENTE?
Armando Monteiro – “Olha, eu não costumo fazer esse
tipo de análise. A primeira coisa é o seguinte: o que é que é melhor para
Pernambuco, independentemente dos projetos de A, B, C ou D? Com a projeção, com
a recuperação desse espaço que tem tido no cenário nacional, Pernambuco poder
colocar-se na disputa presidencial, com um nome que vem ganhando, como eu
disse, cada vez mais protagonismo na cena política brasileira, é importante.
Por que Pernambuco não pode aspirar um projeto de poder a nível nacional? Então,
eu acho que isso é o mais importante. Quem vai se posicionar em função dessas
definições maiores, quem se beneficia ou não (de uma candidatura de Eduardo),
eu acho que isso é uma questão secundária. O importante é que a gente possa
fazer, para o Brasil e para Pernambuco, as melhores escolhas”.
A SECA NO SERTÃO
Armando Monteiro – “Eu tenho sido testemunha ocular
dos efeitos drásticos dessa seca e desse rastro de absoluta destruição que o
efeito dessa estiagem tem trazido, sobretudo para o semiárido e,
particularmente, no Sertão e no Agreste de Pernambuco. Eu tenho assistido ao
drama do agricultor, do pequeno agricultor, os rebanhos que foram dizimados, o
preço dos alimentos que sobe de forma extraordinária, portanto, é necessária,
sim, uma ação que foi já adotada, em certa medida, de caráter emergencial, mas
é preciso medidas de caráter estruturante para evitar não a seca, que é um
fenômeno recorrente, mas para minimizar e amortizar os efeitos tão drásticos do
ponto de vista socioeconômico que decorrem desse fenômeno, principalmente a
questão da água, que tem merecido do governador Eduardo Campos um olhar muito
próprio. Quer dizer, Pernambuco precisa não só daquelas adutoras mais
importantes, canalizando a água do São Francisco, e eu lembro a adutora do
Agreste, que está projetada, e a adutora do Pajeú, como também uma malha de
pequenas adutoras, das quais nós nos ressentimos, sobretudo nessa última seca.
Se nós tivéssemos uma malha de pequenas adutoras, poderíamos ter tido um efeito
muito menor. Além de outras ações que são possíveis, como cisternas, poços em
algumas circunstâncias, pequenos barramentos, pequenas barragens para
acumulação de água. Essa área da infraestrutura hídrica é importantíssima nesse
processo”.
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