Bodocó amanheceu nessa quinta-feira (18) com um céu cinza, clima
ameno, recheado de inspiração, literatura e poesia. Era a Jornada
Literária Chapada do Araripe que anunciava ao som do grupo Bacamarte
Tiro da Paz (Cabo de Santo Agostinho) e da banda de Pífanos do Jardim
(Bodocó), o início do grandioso evento que percorrerá seis municípios do
Sertão do Araripe, promovendo um intercâmbio cultural, estimulando a
leitura e a escrita.
A Praça Padre Pedro Modesto foi palco para a
abertura do evento que reuniu escritores, poetas e a população, seguido
de alvorada pelas ruas da cidade com a entoada de aboios de Seu Bindô.
Entre os presentes, o escritor homenageado nesta edição da Jornada, o
ouricuriense Pedro Américo de Farias.
Realizada pelo Sesc
Pernambuco, a construção da Jornada contempla a necessidade de
descentralizar as ações de literatura do eixo da capital pernambucana, a
partir da ideia de criação de corredores culturais no interior do
Estado. A programação foi pensada tendo como base o retorno profissional
de escritores e pensadores de literatura que residem fora de sua terra
natal e o encontro deles com os escritores que residem no Sertão do
Araripe, microrregião localizada na Chapada do Araripe, um dos pontos de
intensa produção literária do estado.
Com uma programação
diversificada e para todas as idades, a Escola Municipal Antonia Lócio
da Cruz, Escola João Carlos Lócio de Almeida, Escola Municipal Theodósio
Leandro Horas (Agrovila Várzea do Meio), Intelectual Colégio e Curso,
Escola de Referência em Ensino Médio Artur Barros Cavalcante e a Escola
Municipal São Francisco receberam a programação Um escritor na minha
escola, que tem o objetivo de despertar nas crianças e adolescentes o
gosto pela leitura e escrita, criando também laços entre os estudantes e
os escritores.
A Escola João Carlos Lócio de Almeida recebeu os
escritores Pedro Américo, José Maria Marques, Ivan Marinho e o poeta Zé
de Albina, que aos 83 anos conta sua história em forma de poesia. Alunos
e professores participaram de uma roda de conversa regada a poesia e
literatura.
Estudante do 8º ano, Camila Luna, de 13 anos,
recebeu do escritor Ivan Marinho o livro de sua autoria Anti-Horário,
comprometendo-se em após ler o livro, repassar para os seus colegas
lerem também. Para Camila,
receber os escritores em sua escola
foi muito positivo. “Eles trouxeram cultura e me ensinaram muitas coisas
que eu não conhecia. Gostei muito porque eles trouxeram poemas para a
gente,” disse.
Após apresentar algumas de suas obras, Pedro
Américo falou para os estudantes o que era fazer poesia. “Para mim se
não fosse o prazer de brincar com as palavras, eu não escreveria. A
gente precisa falar da gente, das nossas dores, alegrias, dos nossos
sentimentos. Isso é fazer poesia.
Por Elba Galindo
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