Os governadores do Nordeste se reuniram hoje (10) nos Estados Unidos para apresentar o momento de prosperidade que atravessa a economia da região para bancos oficiais e grupos privados americanos. Seis dos nove gestores estaduais participaram do seminário "Nordeste Brasileiro: Oportunidades de Investimento e Investindo em Oportunidades" organizado pelo Banco Mundial (BIRD) na sua sede, em Washington D.C.
Presidente do BIRD, Robert Zoellick, abriu a reunião mostrando total sintonia com as políticas socioeconômicas em curso na região. Ele disse que a instituição mira o "crescimento, a diminuição da pobreza e o aumento da inclusão social dentro do Nordeste". "A região hoje é catalisadora de benefícios e investimentos para o Brasil e, por isso, estamos focando nela", afirmou.
Cada governante pôde "vender" as potencialidades do seu estado durante 20 minutos. Além dos clusters mais conhecidos (naval, petróleo e gás, geração de energia, turismo e automobilístico), Eduardo apresentou as obras de infraestrutura como uma grande oportunidade para os grupos americanos presentes.
O regime de parcerias público-privadas (PPPs) foi apontado como uma excelente janela de oportunidades que se abre no estado. O governador enumerou alguns empreendimentos como o novo porto do Litoral Norte, a construção do Arco Metropolitano, o Pontal do Sertão, a Cidade da Copa e o saneamento da Região Metropolitana do Recife como os principais. "Temos um déficit histórico na nossa infraestrutura e agora chegou a hora de pagarmos a nossa dívida", cravou.
Ao falar do Nordeste, o governador afirmou que a nova fase que vive a região é fruto das mudanças ocorridas no Brasil nas três últimas décadas. "O país consolidou a sua democracia, conquistou a estabilidade econômica, deu mais consistência ao seu sistema financeiro e, sobretudo, abriu um grande debate sobre desigualdade social capitaneado pelo ex-presidente Lula. E quando colocaram a desigualdade na pauta, o Nordeste apareceu não mais como um problema para o Brasil, mas como parte da solução", disse o governador.
A reunião de hoje é a segunda entre os governadores e o BIRD. Em junho do ano passado, no Palácio do Campo das Princesas, Robert Zoellick anunciou a ampliação dos recursos disponibilizados pelo banco de US$ 500 milhões para US$ 3,5 bilhões. Eduardo classificou aquela ocasião como um divisor de águas, elogiou a postura pró-ativa tomada pelo banco desde então, mas não se furtou de afirmar que a relação entre as partes ainda precisa ser aperfeiçoada.
"Agradecemos ao Banco Mundial por multiplicar por sete os recursos disponibilizados para a região, mas reconhecemos que ainda há uma burocracia muito grande por parte do governo brasileiro para que possamos acessar esses recursos", criticou.
O contrato do empréstimo de US$ 500 milhões que seria assinado durante a reunião foi remetido ao Ministério da Fazenda e será firmado na próxima quinta-feira em Brasília. Também participaram do seminário os presidentes do BID, Luís Alberto Moreno, e do BNDES, Luciano Coutinho, além dos governadores Cid Gomes (Ceará), Marcelo Déda (Sergipe), Wilson Martins (Piauí), Teotônio Vilela Filho (Alagoas) e Ricardo Coutinho (Paraíba). A Bahia, o Rio Grande do Norte e o Maranhão foram representados por secretários de Estado.
MAIS PPP: À tarde, na segunda parte do seminário, BIRD, BID e BNDES apresentaram seus mecanismos de financiamento para as parcerias público-privadas. Coube ao secretário estadual de Governo, Maurício Rands, apresentar a política de PPPs de Pernambuco.
Amanhã será a vez do presidente da Compesa, Roberto Tavares, falar da maior PPP do Brasil. Orçada em R$ 4,3 bilhões, a obra que vai sanear 15 cidades, entre elas o Recife, será apresentada em nova reunião no BIRD com grupos investidores privados e financiadores internacionais.
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