"Um
acordo está muito próximo. O Congresso Nacional, que já avançou na
construção de um entendimento para garantir os direitos dos
trabalhadores, vai também definir um caminho que garanta a melhoria na
competitividade dos portos sem ferir o espírito da Federação". Foi desta
maneira que o governador Eduardo Campos avaliou a audiência pública
realizada na tarde desta terça-feira (26/03), em Brasília, para debater a
Medida Provisória 595, que impõe novo marco regulatório ao sistema
portuário brasileiro. Eduardo foi um dos palestrantes na audiência
pública presidida pelo deputado Jose Guimarães (PT-CE) e que teve a
presença da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que representou o
Governo Federal.
"A
descentralização é uma tendência mundial. O partido da ministra fez
história nos últimos 20 anos no Congresso defendendo a descentralização
do poder local. Esse discurso pela centralização é ruim e ultrapassado.
Concordo com a necessidade de um planejamento centralizado da logística
nacional, mas não vejo sentido em transferir para Brasília a atividade
administrativa de um porto como o de Suape, considerado o melhor da
esfera pública brasileira, o porto mais eficiente do Brasil. É natural
que nós possamos colaborar com esse debate dos portos", disse Eduardo
Campos, em sua fala no evento.
O
governador ressaltou que não veio pedir a exclusão do Porto de Suape da
lista. “A minha colocação é de defesa do planejamento, do modelo de
regulação, da necessidade de melhorar os portos. Agora, não é necessário
concentrar os atos administrativos na Antac. Até porque essa
instituição, ao longo da sua história, não tem demonstrado segurança aos
brasileiros e que ela terá um padrão de gestão que dê segurança aos
brasileiros e as boas práticas administrativas”, observou.
“Temos,
na verdade, toda uma lógica da gestão privada e pública no mundo. Temos
autoridades nas universidades do Brasil e nas melhores universidades do
mundo que apontam que a gestão hoje ela se descentraliza cada vez mais.
Você estabelece mecanismos de controle e descentraliza o planejamento e
faz a população participe desse planejamento, mas a execução, quanto
mais próximo da administração local melhor. Temos experiência em outras
áreas, como por exemplo, o SUS e a educação. E precisamos ter em outras
áreas como na ação social e na segurança pública. Não é a centralização,
esse não é caminho”, afirmou o governador.
O
relator da Medida Provisória 595, senador Eduardo Braga (PMDB-AM),
também acompanhou o debate, que teve participação decisiva da bancada
federal pernambucana, quase toda presente no evento. O senador Humberto
Costa, e os deputados federais Mendonça Filho e Raul Henry fizeram
pronunciamentos públicos defendendo a posição de Eduardo Campos em favor
da autonomia de Suape. Também estiveram no evento os senadores Jarbas
Vasconcelos e Armando Monteiro Neto, e os deputados Paulo Rubem
Santiago, Carlos Eduardo Cadoca, Severino Ninho, Augusto Coutinho,
Pastor Eurico e Roberto Freire.
“Estou
tendo a alegria de estar vindo ao Congresso debater essa medida e não
tinha tido esse oportunidade. Houve um debate técnico na Casa Civil onde
o nosso pessoal foi chamado para apresentar o porto e falar das
dificuldades. Mas não foi um debate para discutir um texto de uma medida
provisória. Quando saiu a Medida Provisória, eu liguei para o ministro
Leônidas Cristino e ele me disse que a decisão do Governo era fazer o
debate no Congresso. Eu liguei para o senador Eduardo Braga e para os
parlamentares do Estado e do meu partido para que pedissem uma audiência
como essa, para que a gente pudesse debater. Eu vi e senti que ali no
meio de senadores e deputados, dos mais diversos partidos, que há uma
vontade para construir uma saída. No Congresso, tem muita gente com
talento político para construir uma saída para esse impasse”, finalizou
Eduardo.
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